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Quarta-feira, Abril 24, 2024

Neste dia… em 1990, “matança do borrego” no Bessa

O inexpugnável reduto do Bessa

Em 1990 o Estádio do Bessa estava para os sportinguistas como a irredutível aldeia gaulesa de Astérix estava para os romanos. O Sporting não vencia no Bessa desde 1959, ficando 31 anos sem saber o que era vencer no reduto axadrezado, ao longo de 23 jogos.

Um adepto sportinguista não precisava de recuar muito tempo para encontrar uma vitória leonina na Luz ou nas Antas, mas se o tema fosse a visita ao covil da pantera, o leão ficava certamente embaraçado.

Pior… nos últimos dez anos o Sporting apenas marcara quatro golos e não marcava um golo no Bessa desde de 5 de Outubro de 1986.
Sousa Cintra, presidente dos leões há pouco mais de um ano, prometia um Sporting de regresso aos títulos. E entre as suas promessas encontrava-se o desejo de matar finalmente o velho borrego do Bessa.

Um onze de 1990/91 igual ao que jogou no Bessa. Em cima, da esquerda para a direita: Venâncio, Douglas, Luisinho, Careca, Leal e Ivkovic. Em baixo, pela mesma ordem: Oceano, Xavier, Gomes, Litos e Cadete.

Entrada de leão

O Sporting entrara no Campeonato em grande forma. Marinho Peres criara um onze que assentava na segurança de Venâncio, Leal e Luisinho, num meio-campo com Douglas, Carlos Xavier e Oceano, e na frente, a técnica de Careca e o faro de golo de Fernando Gomes.

A 19 de Agosto os leões tinham batido o Vitória Guimarães por 3×0 em casa. Seguiu-se uma goleada em Penafiel (2×5). Na terceira jornada o Salgueiros caíra com estrondo em Alvalade (5×1). Marinho Peres tinha transformado o leão. Uma vitória no Bessa deixava o Sporting bem lançado.

No tempo em que as equipas não subiam ao relvado ao mesmo tempo, os leões, como era costume por serem visitantes, subiram primeiro, comandados por Carlos Xavier e aplaudidos por uma considerável falange de apoio.

A confiança leonina sentia-se. Oceano limpava o meio-campo, Douglas orquestrava manobra. Na frente Litos serviu a cabeça de Careca para o primeiro golo aos 13 minutos. O Boavista reagiu e a bola rondava com perigo a baliza de Ivkovic, até que aos 39′, Douglas apontou um livre da direita, que Cadete desviou com mestria para o fundo das redes de Alfredo. Estava feito o 2-0.

Durante o segundo tempo, a um Boavista mais mandão o Sporting reagia em contra-ataque. O jogo aquecia e José Pratas tinha dificuldade em segurar o jogo. Litos testava Alfredo, acertando nos ferros em duas ocasiões.

Aos 89 minutos, Gomes abre as pernas para deixar passar uma bola de Litos e Filipe faz o terceiro golo da noite, fechando uma bela jogada de futebol.
Abraçado a Marinho Peres, Sousa Cintra fala com os jornalistas: «Ninguém quis acreditar que o Sporting era capaz de matar um ‘borrego’ de 30 anos e afinal o que fez falta foi não termos trazido um animal mesmo a sério».

Depois de 30 anos de jejum, os leões, com Marinho Peres no comando da equipa, venciam por um concludente 3-0, com golos de Careca, Cadete e Filipe. A áurea de Marinho Peres, que chegou a Alvalade depois de triunfar em Guimarães e ao serviço do Belenenses, parecia ter contagiado o clube leonino.

In zerozero.pt

 

Ficha do jogo: Boavista, 0 – Sporting, 3

Árbitro: José Pratas (Évora).

BOAVISTA – Alfredo; Barny (Casaca, aos 50), Frederico, Garrido e Caetano; Carlos Manuel, Bobó e Nelo (Phil Walker, aos 26); Marlon, Ademir e Jorge Andrade.

SPORTING – Ivkovic; Carlos Xavier, Luisinho, Venâncio e Leal; Oceano; Litos, Douglas e Careca (Filipe, aos 64); Cadete (Bozinoski, aos 88) e Gomes.

Golos de Careca (13 m), Cadete (39) e Filipe (89).

Acção disciplinar: cartão amarelo para Litos (41 m) e Bobó (71).

Data: 15/09/1990
Local: Estádio do Bessa
Evento: Boavista (0-3) Spoting, CN - 4ª Jornada

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Comments

  1. Rei Leão

    A primeira vitória de que me lembro no Bessa. Foi uma vitória categórica assim como foi o início da temporada. Onze vitórias consecutivas mas depois o sistema tratou do assunto.

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