RUGIDO VERDE

Levantar e levantar de novo, até que os cordeiros se tornem Leões!

Quinta-feira, Março 28, 2024

Entrevista a Balakov em 1991: «Quando entro em campo só penso na vitória e nada mais.»


Sousa Cintra, presidente do Sporting, foi buscá-lo aos Balcãs e, na altura, bem ao seu jeito, anunciou a contratação de um «cinco estrelas» para ter no banco dos suplentes, pronto a render Gomes ou Cadete. No entanto, Krassimir Balakov, búlgaro, 24 anos de idade, cedo mostrou à evidência que o seu lugar não é no banco mas no onze.

Verdadeiro prodígio de técnica, alia a sua grande velocidade a uma invulgar criatividade na .condução da bola, fornecendo espectáculo à parte e, mais importante do que isso, possuindo argumentos para resolver um jogo.

Nasceu numa cidade do centro da Bulgária chamada Veliko Turnovo, região montanhosa, socalcada e onde abunda a vegetação. Os primeiros pontapés na «chincha» deu-os muito novo, muito por influência de seu pai, um apaixonado do «desporto-rei», e o seu primeiro clube foi o Etar.

Alguns anos volvidos, ei-lo no nosso país, encantando a «torcida» sportinguista, que, como se perceberá, tem consciência de que esta passagem do craque pelo clube de Alvalade e pelo futebol português deverá ser breve. O «calcio» espera-o…

Na Bulgária alternou as funções de médio com as de avançado, mas aqui em Portugal só tem sido médio, a grande aposta de Marinho Peres para O flanco esquerdo dos «leões».

«O mais importante é que a equipa ganhe, tudo o resto é psicológico. Quando entro em campo só penso na vitória e nada mais.» É Balakov quem o diz.

Mas há mais: ele é um especialista na conversão de livres directos e já marcou golos por essa via mais do que uma vez. «Gosto de marcar livres. Quando me preparo para os marcar o meu único pensamento é o de que a bola vai entrar na baliza», refere o jogador.

A língua portuguesa tem sido, para ele, a maior dificuldade. Todavia, nos três meses de permanência no nosso país já conseguiu aprender a «desenrascar-se» na conversação. Pelo sim pelo não, o preparador físico dos «leões», Terziiski, seu compatriota, acompanha-o inúmeras vezes. Assim, com intérprete, é mais fácil…

«Já me sinto totalmente adaptado ao futebol português e ao Sporting. Recebi todo o apoio por parte dos meus colegas e da equipa técnica e isso foi determinante na minha adaptação. Além do mais, gosto muito do país, do clima, das pessoas, da comida…», afirma Balakov.

Finalmente, sobre a sua forma e as suas ambições, o futebolista deixa claro que «não é fácil mostrar todo o meu valor em tão pouco tempo e posso garantir que ainda não mostrei tudo, posso render muito mais».

Se é ele a dizê-lo…

Fonte: Revista «Foot»

Data: 28/04/1991
Local: Revista «Foot» de Abril de 1991
Evento: Entrevista a Balakov

Artigos relacionados

Comments

Leave a Reply

XHTML: You can use these tags: <a href="" title=""> <abbr title=""> <acronym title=""> <b> <blockquote cite=""> <cite> <code> <del datetime=""> <em> <i> <q cite=""> <s> <strike> <strong>