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Terça-feira, Abril 16, 2024

Gilberto Borges: «Bruno de Carvalho prometeu e cumpriu»


Responsável pelo hóquei em patins recorda caminho de 11 anos até a equipa sénior integrar oficialmente o Sporting

RECORD – O anúncio do regresso do hóquei em patins como modalidade oficial do clube foi mesmo o dia mais feliz da sua vida

GILBERTO BORGES – Foi um dos momentos mais felizes da minha vida. Muito pouca gente sabe as privações por que passámos, como andar com a casa às costas, ter dois pavilhões para a formação e ir a meio caminho para um e receber a mensagem que tínhamos de voltar para trás. Foi mau não só para os jovens atletas e treinadores, mas também para pais e restante família.

R – O organismo autónomo foi criado em 2005, mas a sua ligação à secção data de 2003. Houve, de certo, nesta caminhada de 11 anos momentos que o marcaram mais…

GB – Quando acabaram os seniores, eu e mais alguns pais levámos à prática um projeto que apresentámos ao Conselho Diretivo do Sporting, em julho de 2005, com objetivos muito simples. Ter todos os escalões de formação e subir de etapa em etapa para, em 2009, atingirmos os seniores. Suplantámos todos, incluindo a conquista de títulos nacionais jovens. Um dos momentos mais felizes foi a vitória no Nacional de infantis, em 2005, no Entroncamento, 18 anos depois do título ganho no mesmo escalão e onde estiveram a maioria desses campeões a assistir, a convite nosso.

R – Liderar uma modalidade sem o apoio da direção foi complicado?

GB – O principal apoio do clube foi a autorização para o uso do emblema e das cores do Sporting em 2005. Permitir ao organismo autónomo fazer o seu caminho foi muito importante e foi um grande apoio autorizarem-nos a caminhar com o Sporting.

R – Mas houve promessas dos anteriores presidentes?

GB – De todos os presidentes que tivemos neste percurso, o mais explícito foi Bruno de Carvalho, que já na campanha eleitoral teceu rasgados elogios à nossa caminhada, talvez por conhecer a nossa forma de estar e o nosso trajeto. O atual presidente esteve connosco três anos, de 2006 a 2009, e apoiou-nos como sportinguista e empresário, numa equipa onde jogavam José Diogo, Pedro Delgado e André Pimenta, que ainda estão connosco, e outros que já saíram, como Gonçalo Alves, Miguel Rocha ou Diogo Neves. Este presidente prometeu e cumpriu!

R – E como vai ser a estrutura da secção?

GB – Vou continuar como presidente da secção autónoma, que se mantém como até aqui. A formação será autossuficiente. Na estrutura sénior, que será oficial, serei a ponte entre o Conselho Diretivo, o presidente Bruno de Carvalho e a equipa.

R – As aquisições anunciadas durante o recente Congresso Leonino deixam antever um Sporting mais ambicioso.

GB – Os nossos objetivos já não passam apenas pela permanência. Temos consciência clara que o paradigma teria de mudar. O Sporting está nas provas todas para vencer, e continuar a lutar para não ser despromovido não é próprio do Sporting. Para mudar teria de haver uma ligação ao clube, com todas as sinergias e todos os sportinguistas a ajudar o clube a voltar à ribalta da modalidade.

R – Mas foram anunciados apenas nove jogadores.

GB – É importante realçar que o Sporting vai continuar a ser um clube de formação. Temos três meninos nascidos nesta casa e que nunca abandonaram o barco. O André Pimenta, o André Moreira e o Pedro Delgado vão continuar no plantel. Mas o grupo não está fechado, não quero adiantar nomes. Tenho muita privacidade com muitos atletas nacionais, alguns internacionais, e não vou agora revelar. O Sporting tem os olhos no mercado. O primeiro a quem comunicarei será sempre o presidente do clube, Bruno de Carvalho.

R – Mas a equipa do Sporting vai continuar a jogar em vários pavilhões, enquanto não tiver casa própria?

GB – É verdade. Vamos, mais uma vez, andar com a casa às costas. Mas estou ciente que esta promessa também será cumprida e que vamos ter a casa das modalidades do Sporting. Mas não será por falta de uma casa que os sportinguistas não vão poder apreciar o trabalho desenvolvido durante a semana por todas as equipas, desde os bambis aos seniores.

Empenhados na Taça CERS

R – Bruno de Carvalho desejou que o Sporting volte a ser uma grande potência nacional e internacional. Quais são as aspirações na Taça CERS?

GB – Vinte anos depois, o Sporting garantiu o direito de participar numa competição internacional. Estamos por mérito próprio na Taça CERS e desde já adiantamos que estamos todos muito empenhados nessa participação. Queremos honrar o passado do clube com as vitórias obtidas na Europa e, mais recentemente, com os triunfos nos escalões jovens.

Tudo começou com um enfarte

R – Como aconteceu esta caminhada no Sporting?

GB – Comecei em 2003. Tinha sido afetado por um enfarte e o médico aconselhou-me umas passeatas. A equipa sénior do Sporting treinava em Sacavém e da minha casa ao pavilhão a distância era de 1.800 metros. Como ia ver os treinos disse ao médico que fazia 3.600 metros. Acabei por arranjar um patrocínio e comecei a ligar-me à equipa.

R – Mas ficou ligado aos seniores?

GB – A determinada altura, convidaram-me para tomar conta da formação e foi assim que iniciei a caminhada de 11 anos. Agora, para além da minha função na equipa sénior, acompanho todas as equipas da formação do Sporting.

Sporting torna hóquei mais rico

R – Um Sporting mais forte beneficia a modalidade?

N – Desde os escalões de formação que somos ganhadores. O Sporting encheu pavilhões nos escalões de iniciados, juvenis e juniores e, depois, na 3.ª e 2.ª divisões até à 1.ª. Sentimos à nossa volta, e mesmo por parte dos nossos adversários, que o regresso do Sporting com argumentos superiores era importante.

R – Mas que benefícios salienta com este regresso?

GB – Um Sporting mais forte, e com outros argumentos que não sejam só jogar para não descer, vai dar um grande contributo para voltar a haver pavilhões cheios e com público entusiasta. É isso que faz do hóquei em patins uma modalidade rica e atrativa.

Fonte: Jornal Record

Data: 12/06/2014
Local: Jornal Record
Evento: Entrevista a Gilberto Borges

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