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Sexta-feira, Abril 26, 2024

Entrevista a Dias Ferreira (ex-presidente do Grupo Stromp) em 1993: «No grupo não há eleição, a sucessão faz-se por designação de quem cessa funções. O sucessor, aliás, não pode recusar o lugar. É um princípio dos Stromps»

Dias Ferreira na hora de deixar a presidência do Grupo Stromp

NUNCA FUI OPOSIÇÃO AO SPORTING

É, sem dúvida nenhuma, um dos membros mais controversos da actual família «leonina». Chegou à Direcção do Sporting pelas mãos de João Rocha, de quem foi «vice», mas dele se afastou ainda antes do final do mandato. Integrou, depois, a Direcção de Amado de Freitas, também como «vice», e, desde então, assumiu-se sempre como oposição a quem se seguiu: Jorge Gonçalves e Sousa Cintra. «Vice» foi ainda na A. F. Lisboa e, mais recentemente, chegou mesmo a disponibilizar-se para ocupar a presidência do Sporting e até da FPF, mas nunca formalizou candidatura. De Dias Ferreira aqui se fala, o homem que, há dois anos atrás, viu cair-lhe nas mãos a liderança do Grupo Stromp, cargo que exerceu como o mais jovem presidente de sempre até há bem pouco tempo. Na hora da despedida, este advogado de 45 anos deu-se a conhecer como sportinguista a «A Bola Magazine» polémico, como sempre!

A BOLA MAGAZINE» – Neste momento, o senhor ainda é oposição?

Dias Ferreira – Não sou nem nunca fui oposição ao Sporting. A oposição ao Sporting faz-se no Benfica, no F. C. Porto ou noutro clube qualquer. Nunca fui de oposição a Direcção nenhuma, com a excepção de uma situação que houve no Sporting e que eu nem sequer considero Direcção. Foi quando o senhor Jorge Gonçalves e restantes elementos que o acompanhavam quiseram tomar conta do clube. Nessa altura, foi clara tanto a minha oposição como a do Grupo Stromp e de todas as pessoas que sempre procuraram servir, realmente, o Sporting. E esses senhores não queriam. Mas não foi nada que não se adivinhasse. Um dia, numa conferência de Imprensa, o seu colega Manuel António perguntou-me o que é que eu diria se Jorge Gonçalves viesse, como tudo indicava, a ser eleito presidente, e eu disse que seria o maior desastre da história do Sporting e, infelizmente, não me enganei. Trata-se de uma frase curta, mas que define o que, efectivamente, se passou no Sporting, o maior desastre da sua história, do qual tem vindo a recuperar lentamente.

«BM» – Nas últimas eleições no Sporting, o senhor voltou a ser oposição e, se não à Direcção, como diz, pelo menos a Sousa Cintra, mas não chegou a formalizar candidatura. Houve também, nessa altura, quem tivesse sugerido a fusão da lista que eventualmente viesse a apresentar com a do dr. Abrantes Mendes, outro candidato, mas, mesmo assim, não avançou. Por que motivo?

D. F. – Não se avançou, porque, em primeiro lugar, não havia condições, e, em segundo, porque o que se pretendeu foi apenas marcar uma posição. Eu não considerava que a alternativa à actual Direcção pudesse passar por elementos que tinham estado fortemente ligados a Jorge Gonçalves…

«BM» -…. E esses homens estavam, então, ligados também ao dr. Abrantes Mendes?

D. F. – Estavam. O próprio dr. Abrantes Mendes não só foi um homem forte da candidatura de Jorge Gonçalves, como também fez parte da sua Direcção. Foi, sobretudo, uma figura polémica, até pelo lugar de presidente da Assembleia Geral que ocupava e pelas responsabilidades que recaíam sobre ele, resultantes do seu nome e do seu perfil. Ele não foi, de facto, o presidente da Assembleia Geral que o Sporting necessitava naquela altura, nem teve um comportamento com a massa associativa nem com determinados sócios à altura do cargo que desempenhava. Estou à vontade para dizer isto, porque já o disse a ele. Portanto, eu penso que as pessoas ligadas a esse grande desastre da história do Sporting não são, nem nunca poderão ser, alternativa à actual Direcção. Esse mérito e essa homenagem nós temos de a fazer à actual Direcção, que assumiu os destinos do clube, numa hora extraordinariamente difícil. E encontra aqui a resposta a parte da sua pergunta. É que é exactamente por essa razão que o presidente Sousa Cintra recebe o Prémio Stromp.

A maior injustiça de Jaime Duarte

«BM» – Por que razão o senhor Jaime Duarte deixou, então, a presidência do Grupo Stromp, dizendo: «distinguir Sousa Cintra? Comigo, não!»?

D. F. – Já que entrámos neste tema, que eu não esperava que fosse sequer abordado, aproveito para esclarecer, de uma vez por todas, aquilo que houve relativamente ao senhor Jaime Duarte – que é hoje uma pessoa que não me fala, porque cortou relações comigo – e demonstrar que ele terá cometido a maior injustiça da sua vida. O que aconteceu foi o seguinte: a certa altura, o Grupo Stromp, por inciativa do senhor Jaime Duarte, que era o seu presidente, resolveu promover uma festa de homenagem a todas as equipas de atletismo que somavam, ao tempo, dez títulos europeus. Mas, contrariando a opinião maioritária do grupo, o senhor Jaime Duarte defendia que a Direcção do Sporting não devia ser convidada, antes devia inscrever-se, se quisesse estar presente na festa. Ora, mandava a tradição, e este era o entendimento da maioria, que fossem sempre convidados para qualquer realização do Grupo Stromp os presidentes dos três órgãos sociais – Assembleia Geral, Conselho Fiscal e Direcção – não se vislumbrando motivos para quebra desse princípio de bom entendimento, de bom relacionamento e de cortesia para com os órgãos dirigentes do clube, o qual só não tinha sido cumprido, repito, no tempo do senhor Jorge Gonçalves. O senhor Jaime Duarte terá dito que fez esse convite, mas, mais tarde, viemos a saber que ele não foi mesmo feito. Esse jantar começou, portanto, sob signo da hostilização à Direcção do Sporting ou aos Corpos Sociais do Sporting e não era essa a intenção de quem colaborou na festa, mas, pelos vistos, era a intenção do senhor Jaime Duarte. Esse jantar foi polémico e aquilo acabou com o senhor Jaime Duarte e o senhor Sousa Cintra em tribunal.

A justa consagração de Sousa Cintra

Dias Ferreira conclui o seu relato:

– A altura era péssima – Julgo que a festa foi em Outubro – e, normalmente, por alturas de Novembro, fazemos as nossas reuniões para escolher os premiados. Ora, adivinhava-se que o sentimento maioritário das Pessoas do Grupo Stromp era atribuir o prémio ao presidente Sousa Cintra. Aliás, nesse ano, creio que não houve jornal ou revista desportiva que não tivesse atribuído também um prémio a Sousa Cintra e, portanto, mal iria o Grupo Stromp, se não consagrasse quem, ao fim e ao cabo, já tinha sido distinguido por pessoas externas ao clube. E havia algumas razões para isso. O presidente ainda não tinha feito um trabalho de fundo, digamos, mas tinha tirado o clube de uma posição menos agradável e, portanto, o prémio justificava-se. Mas, porque me apercebi, de imediato, do problema que iria surgir, dada a divergência do senhor Jaime Duarte, fiz várias «démarches» no sentido de apaziguar os ânimos – e tenho várias testemunhas de que tentei fazer as pazes entre o senhor Jaime Duarte e o senhor Sousa Cintra – sobretudo porque entendia que não fazia sentido, numa altura em que o clube procurava recuperar, que uma figura prestigiada, como Jaime Duarte, e uma figura como o presidente da Direcção do Sporting andassem de candeias às avessas e com discussões nos jornais.

«BM» – Mas, fazer isso, não era tentar sentar Deus e o diabo à mesma mesa?

D. F. – Na vida, tenho muitas vezes de fazer conciliações, e que me custam, por vezes, os olhos da cara. Mas eu acho que, neste caso», valia a pena o esforço. Procurei, de facto, a conciliação, fazer as pazes entre ambos, mas não tive tempo útil para o fazer e, quando chegámos à hora da decisão, procurei adiar a votação para a escolha do dirigente do ano. O sentir do Grupo apontava, realmente, para a atribuição do prémio ao senhor Sousa Cintra e isso poderia levar o senhor Jaime Duarte a tomar uma atitude mais radical. Procurei, portanto, que fossem medidos todos os prós é os contras. Naquele momento, não era uma decisão fácil. Mas julgo também que o senhor Jaime Duarte foi uma das pessoas que, na altura, compreendeu o melindre da situação, porque também votou a favor do adiamento da discussão. Percebeu a minha intervenção. Só que fomos derrotados. A maioria entendeu que se devia votar ali, imediatamente. E até me lembro que houve mais uma polémica: saber se era por voto secreto ou não. Eu defendi que devia ser por braço no ar. Cada um devia assumir a sua atitude. Optou-se pelo voto secreto e a maioria esmagadora atribuiu o prémio ao senhor Sousa Cintra. Logo a seguir, o senhor Jaime Duarte apresenta a demissão de presidente do grupo. E, nessa aluna, já tinha sido reeleito por mais dois anos, exactamente para apanhar a altura das comemorações do centenário dos Stromp, Ele já tinha manifestado gosto em continuar e eu fui, até, uma das pessoas que pugnaram pela continuação do mandato.

«BM» Mas, afinal, o senhor é que ficou com a presidência do grupo, Foi nomeado? Foi eleito? Como é que Isso aconteceu?

D. F. – Eu explico. No dia seguinte à demissão de Jaime Duarte, eu telefonei-lhe, tendo-me dito ele que percebeu a minha intenção, dizendo: «uma vez mais, você comportou-se como um bom amigo» e fazendo questão de dizer também que não estava zangado, mas sim amargurado. Tentei, realmente, demovê-lo, dizendo-lhe que as pessoas não votaram contra ele. Mas sem êxito e, portanto, o processo de sucessão não foi normal. Costuma ser aquele que cessa funções que indica o seu sucessor, o qual, aliás, não pode recusar o lugar. É um princípio dos Stromps.

«BM» Portanto, não há eleição…

D. F. – Exacto, a sucessão faz-se por designação.

«BM» – Quer isso dizer que foi o senhor Jaime Duarte que o indicou como sucessor?

D. F – Não, o senhor Jaime Duarte, como saiu desta forma, não indicou sucessor. Portanto, as duas pessoas que o iam acompanhar naquele novo mandato, que eram o Mário Casquilho e o Vitor Salgado, que já eram adjuntos dele na Comissão Directiva,  ficaram com a criança nas mãos, uma vez que faltava a cabeça. Resolveram, portanto, encontrar-se com os fundadores do grupo ainda vivos, que eram o Artur e o Mário Cunha Rosa, o Octávio Barrosa e o Luís Neves e, com eles, procuraram resolver um problema que se levantava, pela primeira vez, aos Stromps, que era o designarem um presidente, sem ser pelo esquema tradicional. Uns tempos antes, eu tinha manifestado junto de algumas pessoas a vontade de pôr de pé uma ideia que fervilha na minha cabeça, há vários anos, que seria a criação de uma fundação que apoiasse a formação de atletas, técnicos e dirigentes do Sporting, dentro de uma mística «leoninas, que é uma coisa que, com o decorrer dos tempos, vai sendo ultrapassada, os clubes são cada mais empresas e, portanto, algo tem de ser feito para que o património cultural e moral do clube possa ser preservado. É evidente que isto não pode ser feito só à base do Grupo Stromp, mas tem que se avançar para um projecto à altura daquilo que é o Sporting.

Jaime Duarte desenvolve campanha difamatória

«BM» Gostava de aprofundar essa ideia, mas gostava, primeiro, que nos dissesse como é que chegou à presidência do Grupo Stromp?

D. F. – Precisamente, porque Jaime Duarte não ficou, os fundadores do Grupo, dos quais eu tinha apresentado as minhas ideias, disseram-me: «Ó Dias Ferreira, uma vez que o Jaime Duarte não fica, nada melhor do que você para pôr de pé esse plano da fundação! ». Eu recusei, apresentando um argumento, quanto a mim válido e decisivo: sou um elemento muito novo na idade e estou no grupo apenas há um ano, pelo que julgo que a minha nomeação vai criar polémica, até porque há pessoas com mais idade e com mais anos de filiação clubística e muitos anos de Grupo Stromp. As pessoas entenderam que isso não era motivo impeditivo, que eu poderia dar ao grupo uma nova dinâmica e, por isso, fui designado presidente. Lembro-me que recebi o bastão, durante um Jantar, no Altis, e, no dia seguinte, a primeira coisa que fiz foi mandar um telegrama ao senhor Jaime Duarte, dizendo-lhe que, ao assumir a presidência do Grupo Stromp, ele era a primeira pessoa que fazia questão de cumprimentar, nessa qualidade. Pedia-lhe, por isso, que designasse dia, hora e local, onde lhe pudesse apresentar os meus cumprimentos. Estranhei que ele não tivesse respondido ao telegrama e foi num sítio particularmente triste que eu percebi que o senhor Jaime Duarte não me falava, no velório do Vítor Santos. Foi aí que eu verifiquei que ele não me falava. E, a partir daí, desenvolveu – e essa em vou abster-me de comentar – toda uma campanha difamatória contra mim, mas ele há-de ser julgado, um dia, porque cometeu a maior injustiça. Fez aquilo que não se faz a uma pessoa que era verdadeiramente amiga dele, que tinha por ele a maior admiração e sempre lhe disse, lembrando-lhe que eu era ainda miúdo, quando ele era dirigente desportivo, no fundo, ainda hoje sou… Eu sei que ele é uma pessoa abastada e rica, mas se um dia precisasse, apesar de tudo, apesar do muito mal que me fez, ele não precisa, mas, se precisasse da minha camisa, eu dava-lhe.

Grupo Stromp existe para servir e não para dividir

«BM» – O homem amargurado é, agora, o senhor?

D. F. – Não, de maneira nenhuma. Enfim, houve dois anos em que tive de lutar com algumas incompreensões dentro do próprio grupo, tenho de perceber que houve, realmente, um choque de idades, Eu sabia-o e assumi isso. Tive de assumir. Exactamente por isso não consegui pôr de pé a fundação. Era um tema polémico e eu não queria polemizar, enquanto presidente. Mas é um tema que vai avançar agora.

«BM» – O senhor invoca o choque de idades, mas há também quem ache que o Grupo Stromp é, no Sporting, um clube dentro do clube. É verdade?

D. F. – De maneira nenhuma. A maioria das pessoas que o integram são pessoas que já serviram o clube das mais diversas formas e que, sob o patrono de alguém que serviu o grupo dedicadamente, até à morte, como foi a figura de Francisco Stromp, o quer continuar a servir. Não estivemos nunca contra ninguém, nem estamos contra ninguém. Mais, temos uma preocupação de não intervir na vida do clube, mas temos sido acusados disso. Temos tido sempre muito cuidado em não nos imiscuir, efectivamente, nos problemas de gestão do clube. Cada um de nós pode, individualmente, criticar ou ter opinião diversa em relação a qualquer coisa, mas institucionalmente o fizemos. Procuramos nunca misturar umas coisas com as outras. Inclusivamente, quando houve a tentativa de candidatura à presidência do Sporting, eu suspendi o meu mandato. O Grupo Stromp não podia ser envolvido no assunto e, além disso, havia, dentro dele, pessoas que estavam pelo senhor Sousa Cintra, que iriam votar nele e que até criticaram a minha candidatura. O grupo existe para servir e não para dividir. Eu tive sempre o cuidado de exercer o meu cargo com o respeito institucional pela Direcção eleita do Sporting.

Não sou um bom samaritano

«BM» – O senhor frisa que os Stromps são um grupo para servir, deixa entender que esteve lá para servir o Sporting, mas em todo o seu discurso, até agora, deixou também entender a ideia católica do faz bem a quem te faz mal. O senhor tem essa faceta de bom samaritano? Isto é, o senhor aparece a dispor-se a concorrer à presidência da Direcção da Associação de Lisboa e, logo depois, à da Federação. O senhor parece um homem cheio de boa vontade, nas coisas que faz no dirigismo desportivo e de aí a minha pergunta.

D. F. – Sou um homem de luta, não sou um bom samaritano. Embora católico, não praticante diário, não sou como Jesus Cristo, isto é, se levo numa face, não ofereço a outra.

«BM» – Por que motivo não avançou nos propósitos de chegar à presidência da A. F. Lisboa e mesmo na da FPF?

D. F. – No que se refere à Associação, como sabe, não há candidaturas. Eu estava lá, como presidente-adjunto, indicado pelo Sporting.

«BM» – Mas, tanto quanto julgo saber, o senhor dispunha-se a chegar à presidência…

D. F. – Não me dispunha muito, porque não me encantava muito, como ainda hoje não me encanta o trabalho ao nível da Associação. Foi, para mim, não propriamente uma decepção, porque eu não encontrei na vida associativa aquilo que esperava encontrar…

«BM» – … Não se importa de especificar isso…

D. F. – Eu acho que o trabalho associativo é muito importante, simplesmente, o campo em que eu entendo que as Associações têm de continuar a trabalhar não é o meu campo. Eu tenho formação de dirigente de clube, sou um homem que esteve na origem da criação da Associação Nacional de Clubes, trabalhei como movimento dos presidentes, mais tarde, a Liga; fiz parte, em representação dos clubes, da Comissão para a elaboração da Lei de Bases do Sistema Desportivo. Portanto, tenho uma ligação ao desporto profissional, uma visão como o desporto tem de evoluir, que nem é ideia minha, e que não se coaduna, realmente, com o papel que as Associações vão continuar a ter. E não se trata de um problema de ter ou não ter força. Elas vão continuar a ter força moral para um determinado trabalho, eu julgo mesmo que o Estado devia aproveitar as Associações para o fomento do Desporto Escolar, porque não há professor nenhum, nem director de serviços que tenha a experiência dos dirigentes associativos. Mas o desporto profissional, hoje, é outra coisa, são equipas profissionais, é a Liga dos Campeões Europeus, será, qualquer dia, o Campeonato da CEE.

«BM» – A sua experiência de dirigente desportivo leva-o a concluir que Portugal tem dirigentes com boa formação desportiva, precisamente ao nível da base?

D. F. – Eu julgo que nós temos, sobretudo, alguma dificuldade em encontrar dirigentes com sensibilidade desportiva. Encontramos alguns que são bons gestores nas suas empresas, mas que acusam falta de sensibilidade desportiva e há outros que têm essa sensibilidade, mas aos quais faltam outras qualidades, nomeadamente no campo da ética e da moral, para serem realmente dirigentes completos.

«BM» – Defende a existência do dirigente profissional?

D. F. – Não defendo ao nível do presidente ou do vice-presidente, mas aceito a existência do dirigente profissional. E é exactamente aí que eu considero extremamente importante o trabalho da fundação de que lhe falei. Temos de formar dirigentes nas duas vertentes, ou seja, profissionais competentes, com sensibilidade para o desporto e conhecimentos para gerir a actividade desportiva, mas, ao mesmo tempo, que tenham amor ao Sporting, que compreendam que vão ser gestores, mas de uma empresa que tem um património histórico, cultural e moral, como é o do Sporting. E esse é, no final deste século, o grande trabalho do Grupo Stromp.

Fonte: Revista «A Bola Magazine» Nº 63 – Janeiro de 1993

Data: 06/01/1993
Local: Revista «A Bola Magazine» Nº 63 - Janeiro de 1993
Evento: Entrevista a Dias Ferreira

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