O ”Anti-Brunismo” pode matar o Sporting
Para além da actual direcção, o Sporting tem outro grande problema: chama-se “Anti-Brunismo”. O “Anti-Brunismo” vive de chavões, desculpas esfarrapadas e teorias mirabolantes para alimentar aquilo que os move: a repulsa pelo anterior presidente do Sporting Clube de Portugal. Esta espécie de “sportinguismo lampionico” cresceu com a maior campanha de assassinato de uma personalidade pública jamais vista em Portugal. Uns por ignorância, outros por conveniência, alimentaram-se da diabolização feita à figura de Bruno de Carvalho e esse passou a ser o sentimento principal que os liga ao clube: odiar o ex-presidente, o seu legado e quem o ainda apoia.
Os comportamentos dos “anti-brunistas” são fáceis de identificar:
– Negam qualquer mérito ao trabalho efectuado por Bruno de Carvalho ou então usam o chavão (já gasto) do “O 1º mandato até nem foi mau mas o 2º foi uma desgraça”. Esquecem, convenientemente, que o 2º mandato foi dinamitado interna e externamente, desde a primeira hora.
– Alimentam as desculpas esfarrapadas de “herança pesada” e outras tretas do género para desculpar os insucessos de gestão da direcção de Varandas.
– Quando as modalidades (que não o futebol) vencem, festejam como se fossem apoiantes desde a primeira hora. Quando as modalidades perdem não ligam ou criticam, dizendo que só dão despesa e não interessam para nada.
– Quando o futebol vence (esta época) a direção é a maior e “chupem brunistas”. Quando o futebol perde (época passada) foi por causa da “herança pesada” e a culpa é dos “brunistas”.
– Com os relatórios de contas a indicarem uma situação financeira cada vez mais grave, dizem que a culpa é do Covid e que a Liga dos Campeões tudo resolve. Para além disso, acusam os “brunistas” de serem “contabilistas de trazer por casa”.
– Por último, embora não o admitam, preferem que o Sporting morra à possibilidade de alguma vez Bruno de Carvalho voltar ao clube.
O curioso é que nem todos os “anti-brunistas” são iguais. Aliás, são uma coleção fascinante de uma mescla de carácteres de (supostos) adeptos Sportinguistas:
– Uns são fruto da ignorância e de acompanharem o clube de forma superficial. Leem os títulos dos jornais desportivos e escutam as sentenças dos comentadeiros da nossa praça e assim formam as suas opiniões.
– Outros são ex-apoiantes de BdC (alguns deles fervorosos), que andaram atrás do anterior presidente porque, no fundo, queriam tacho no Sporting. Quando esse tacho foi negado, transformaram essa adoração em ódio intenso e não perdem uma oportunidade de atacar quem lhes negou o almejado sustento.
– Alguns são croquettes de alma e coração, que defendem um clube de elites e notáveis e que ficam horrorizados perante um Sporting de cariz popular, com um presidente aos pulos e aos gritos sempre que se alcança um título.
– Por último, os avençados circenses. Todo o tipo de artistas, paquidermes e dromedários que dizem aquilo que o pagante lhes ordena dizer. São as meretrizes das redes sociais para as quais o Sporting é apenas uma fonte de rendimento.
O que une toda esta trupe, para além do ódio de estimação a BdC, é a incapacidade de dar um passo atrás nas suas “convicções”. Ou seja, durante os últimos anos comprovou-se que a maior parte dos motivos que alimentam o ódio que nutrem pelo ex-presidente… esfumaram-se. Cashball, Alcochete, rescisão de jogadores, violação de estatutos, todos esses “argumentos” caíram inapelavelmente.
Sem isso ficam apenas agarrados às verborreias de “influenciadores de opinião” como a Tânia Laranjo (cujo critério jornalístico depende se for branco ou tinto) ou do Rui Pedro Braz, o benfiquista mais independente do panorama comentarista nacional (apoiante da Juventus quando convém) e que agora, pasme-se, arranjou um belo tacho no vizinho da 2ª circular (certamente como recompensa pelos serviços prestados).
Formar qualquer opinião sobre uma pessoa baseada nos comentários da Laranjo ou do Braz é o mesmo que pedir à Maria Leal para opinar sobre Mozart e Chopin e depois dizer que a música clássica não vale nada. No fim de contas, sabem que acreditam numa mentira mas não têm coragem para o admitir.
O drama de todo este cenário é que esta gente vota (quer dizer, quando há algo para votar… o que, na opinião de Rogério Alves, deveria ser nunca). Mais do que qualquer vitória do Sporting, o bem estar do clube ou o futuro da instituição, interessa-lhes acima de tudo garantir que Bruno de Carvalho nunca possa regressar ao clube.
Mais: perante a escolha entre a sobrevivência do Sporting ou BdC voltar a ser presidente, a maioria escolheria assassinar o clube. Por isso, por colocarem a mesquinhez, o arrufo, o veneno, o fel, o compadrio, o revanchismo à frente dos superiores interesses do Sporting Clube de Portugal, não conseguem despertar outro sentimento a um vulgar Sportinguista como eu, do que o asco.
Asco porque podem matar o clube que os Sportinguistas amam. Asco porque quem dirige o Sporting deve ser apoiado por aquilo que representa e não por ser contra algo ou alguém. Asco porque ignoram valores e princípios e vendem a alma ao diabo se isso lhes permitir dizer “chupem brunistas”. Asco porque, na sua ignorância, não percebem que o que designam por “brunismo” nao é o apoio fanático a um indivíduo mas sim a um conjunto de valores que esse presidente defendeu como nunca: ambição, ecletismo, competência, lealdade, paixão, luta contra a corrupção, clube acima de tudo, enfim, o regresso do “Crónico”.
O equívoco maior deste imbróglio é que os “anti-brunistas” nunca vão perceber que diabolizar o anterior presidente, o seu legado e quem o apoia é o mesmo que diabolizar parte do clube de que dizem ser adeptos. E com isso podem acabar por matar a instituição centenária que é o Sporting Clube de Portugal. Assim o ódio lhes permita.
Texto escrito em parceria com www.brunodecarvalho.com