RUGIDO VERDE

Levantar e levantar de novo, até que os cordeiros se tornem Leões!

Quinta-feira, Abril 25, 2024

“Regresso ao futuro” do passado recente

Vi o meu primeiro jogo às cavalitas do meu primo mais velho, no antigo peão e na última fila, claro – se usar chapéu ou boné já era mau para os detrás, às cavalitas ainda era pior.

Uns anos mais tarde já ia sozinho para o estádio em dias de jogo, à borla de metropolitano mas sempre à coca dos revisores, e aguardava que abrissem as portas do estádio a 20 minutos do fim. Consegui ainda assim ver muitos golos e vitórias.

Uns anos depois, rapazola e já com uns trocos no bolso, associei-me à Juventude Leonina. Grandes tempos. Via os jogos com amigos, e estavamos sempre em alta. Era uma verdadeira festa.

Depois enamorei-me por uma Sportinguista. Fui ainda ver com ela 2 ou 3 jogos de fim de época 97/98 para a curva Sul, na JL. Mas aquilo não era para ela.

Na época seguinte, a de 98/99, comprei o meu primeiro lugar cativo na Bancada Nova, na mesma zona onde vi o meu primeiro jogo ao vivo.

Ao lado da minha namorada e atual mulher, festejámos 2 títulos naqueles lugares.

Poucos anos depois, comprámos os nossos lugares de Leão na central nascente do novo estádio. Com os recentes títulos conquistados, a esperança era muita para os anos vindouros.

A inauguração foi de sonho.

Mas a partir daí entrámos no estado degenerativo que todos conhecemos, sem uma única direção que fosse dando o verdadeiro rumo que o Sporting Clube de Portugal merecia.

Depois da minha esposa deixar de ir aos jogos, por altura do nascimento do nosso primeiro filho (atualmente atleta do SCP), trespassámos os nossos lugares e adquiri uma Gamebox individual. Continuei a ir ao estádio nos dias de jogo, mas aquela lenta agonia foi trucidando o meu amor.

Por volta de 2010 deixei de pagar quotas. Já só comprava a Gamebox adepto.

Em 2012, desesperado, fiz uma vídeo-montagem que inseri no Facebook, com o estádio a ser dizimado por um conjunto de misseis e um comentário meu a dizer: “Acabem com o sofrimento. Acabem com isto de uma vez”.

Mas, em meados de 2013, tornei-me sócio novamente. Bruno de Carvalho, homem da minha idade, trouxe-me de volta a esperança. Tinha um novo número de sócio, recomeçava uma nova vida.

Depois vem uma espécie de hecatombe em catadupa em 2018. Ainda assim, na esperança de uma justa reviravolta por decisão judicial, renovei a minha Gamebox. Mas não aconteceu.

Esta época de 2019/20 deixei de ter lugar marcado no estádio. Com muita amargura.

Mas desta vez mantenho-me como associado.

O meu Sportinguismo não está morto. Dou graças também pelo rejuvenescimento das modalidades, principalmente o Andebol.

E hoje luto, mais do que nunca, pelo meu clube e pela reposição da verdade e do rumo em que mais acredito. Luto todos os dias. Nas redes sociais ou fora delas. Nas manifestações ou nas Assembleias Gerais. E no dia-a-dia enquanto socializo.

Não vou baixar os braços. Porque acredito no futuro do Sporting Clube de Portugal.

Saudações Leoninas!

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