RUGIDO VERDE

Gostaria de começar este texto com a frase “e agora que finalmente ultrapassámos a pandemia de Covid-19…”. Infelizmente não é possível, pois ainda não ultrapassámos coisa nenhuma. A pandemia veio para ficar e vamos ter de nos habituar a conviver com este vírus, tomando as devidas precauções no nosso dia-a-dia para não termos um encontro imediato com o mesmo.

Mas a vida continua e há, portanto, que começar a meter a cabeça de fora. Até porque temos um clube para resgatar das garras da presidência croquette mais lesiva e catastrófica da nossa história.

Depois de um longo interregno vou abordar aqui várias temáticas, os rumores relativos à próxima janela de transferências, como o vírus tem sido amigo do nosso bom doutor, militar e autarca (tudo menos presidente do Sporting) e finalmente uma breve reflexão do que tem sido a presidência da Mesa da Assembleia Geral nos últimos tempos.

Isto claro sem que saibamos ainda sequer quando vai voltar a haver futebol.

O Fundo de Pensões do Campo Grande Football Club

Nas últimas semanas, direi mesmo meses, têm sido frequentes as notícias de capa dos jornaleiros da especialidade com nomes de jogadores associados ao nosso clube. Até aqui tudo bem, é o normal. Mas esta última e recente vaga de rumores associados ao Sporting tem uma característica comum: são sempre jogadores da nossa formação.

Começou por se falar em Miguel Veloso ainda no ano passado. Depois disso já nos foram associados Cédric Soares, Adrien Silva, Wilson Eduardo, João Mário ou Daniel Carriço. Já temos aqui meio onze. Um onze de potenciais pensionistas, que após terem saído de Alvalade nada de particularmente relevante fizeram e por estes dias não têm onde cair mortos.

Cédric Soares transferiu-se para o moribundo Arsenal, mas lesionou-se, depois veio o vírus e não chegou a jogar. Adrien Silva flopou à grande no Leicester, actualmente joga com regularidade no Mónaco, clube que ao dia de hoje luta mais para não descer que para ser campeão. Wilson Eduardo nunca se afirmou como titular indiscutível no colosso Braga. João Mário depois de ter flopado escandalosamente no Inter de Milão está desterrado na Rússia. Miguel Veloso e Daniel Carriço nem sei bem onde andam, o Miguel parece que está ou esteve desempregado, Carriço penso que esteja na China, curiosamente na cidade berço do Covid-19.

Neste sentido o bom doutor, militar e autarca teve uma ideia brilhante: recuperar estes notáveis filhos da nossa formação e proporcionar-lhes uma reforma tranquila e digna nas nossas instalações. E sendo a população veterana uma das mais afectadas pela pandemia de coronavírus ainda mais nobre se torna a intenção do nosso bom doutor, militar e autarca.

E com aqueles nomes todos ficamos sem qualquer dúvida com um onze temível para qualquer adversário num possível futuro campeonato nacional de veteranos: Cédric a defesa direito, Miguel Veloso na esquerda, Neto e (o já recuperado anteriormente) Ilori a centrais. Depois à frente da defesa Daniel Carriço, no meio campo Adrien Silva e João Mário, com Wilson Eduardo e (o também já recuperado anteriormente) Rafael Camacho nos flancos. Na frente de ataque Islam Slimani, que não é da formação mas também por cá já passou e anda a flopar lá fora, condição essencial para ser nosso reforço.

No meio disto tudo só não percebo como ainda não se lembraram de João Moutinho!

Quem é Amigo, Quem é?

Contra factos não há argumentos e continua-se a verificar diariamente que este coronavírus é um forte aliado da administração croquette que ocupa actualmente a cadeira do poder. Senão vejamos:

• Estão proibidas as concentrações e as manifestações, logo os sócios e adeptos não podem manifestar o seu descontentamento, é como se não existisse insatisfação e o bom doutor, militar e autarca fosse amado e venerado pela sua massa adepta;

• Os jogos de futebol, quando regressarem, vão ser à porta fechada. O que é uma tristeza, a beleza do futebol reside muito na festa, nos cânticos e celebrações dos adeptos, das bancadas. No entanto, na óptica de Frederico Varandas é ouro sobre azul, ou neste caso sobre verde: não haverão assobios, não haverão insultos, não haverão apupos, não haverão impropérios. Varandas poderá assistir tranquilamente na sua cadeira presidencial aos jogos, num ambiente educado, amigo e tranquilo;

• O nosso bom doutor, militar e autarca (no fundo tudo menos nosso presidente) tem agora uma nova desculpa para o seu insucesso. Depois da pesada herança e de Alcochete há um novo bode expiatório. Com esta desculpa continuará o desinvestimento, continuará a desvalorização da marca, continuará a delapidação do nosso património;

• Neste sentido acho que ninguém ficou verdadeiramente surpreendido que Frederico Varandas tenha aproveitado a virose para não pagar ao Braga por Rúben Amorim. Realmente se a desculpa do Covid-19 serve para tanta coisa, porque não também para não assumir os compromissos em dívida?;

• Mais recentemente uma nova prova de amizade: o adiamento da sentença do caso Alcochete. Que como é mais do que provável não será em nada favorável à narrativa montada.

Enfim, e por aqui fora podia continuar. Seria mesmo de se investigar se não terá sido Frederico Varandas a fabricar este vírus no seu laboratório militar e depois a libertá-lo na China. Um alvo insuspeito, ninguém gosta deles, são comunas e tal… Bem, mas pelo menos não tentaram incutir as culpas desta virose a Bruno de Carvalho, já é um progresso face aos últimos dois anos, em que tudo o que mau tem vindo a acontecer tem sido sempre culpa do Bruno.

O Homem dos Sete Ofícios

Provavelmente Rogério Alves não terá apenas sete ofícios. Se calhar até tem mais. Já se sabe que estes indivíduos da alta coleccionam tachos. E depois há os cargos não oficiais, como por exemplo o de Presidente do Sporting Clube de Portugal.

Não vale a pena estar aqui com subterfúgios, o Presidente do Sporting Clube de Portugal é Rogério Alves. Já o é desde Setembro de 2018, sobretudo agora, em que Frederico Varandas foi mobilizado pelo exército para retomar as suas funções militares as quais não pode acumular com quaisquer outras.

É ele que manda, é ele que decide. Ainda esta semana (semana passada para o leitor) comentou a decisão da Direção em não pagar Rúben Amorim, dizendo que compreende perfeitamente a decisão e apesar de defender que os compromissos devem ser assumidos existem situações de excepção, como por exemplo a que estamos a viver agora.

De resto, vários croquettes se têm manifestado solidários com a decisão da caloteira Direção do Sporting Clube de Portugal, como sejam os casos de Poiares Maduro ou Soares Franco.

Eu diria que o Presidente da Mesa da Assembleia Geral, cargo que desempenha oficialmente e para o qual foi eleito pelos sócios, não tem nada que andar a comentar assuntos da exclusiva responsabilidade dos órgãos sociais do clube ou da SAD.

Mas isso sou eu, que de advocacia e assuntos jurídicos nada percebo. E todos sabemos como Rogério Alves é um dos maiores advogados deste país, e quando digo maior não é em tamanho físico, é mesmo em poder e influência.

Portanto Rogério Alves é advogado, já desempenhou cargos na ordem dos advogados, já foi professor universitário (ministrou um seminário na Universidade Católica em 2004), já foi, por diversas vezes, Presidente da Mesa da Assembleia Geral do Sporting e é um conhecido comentador televisivo, quer em assuntos jurídicos como advogado, quer em assuntos desportivos ,como assumido Sportinguista. Mas não se fica por aqui no comentário televisivo, há umas semanas apanhei-o num canal qualquer a comentar sobre a pandemia de Covid-19!

E depois ainda temos, lá está, os cargos não oficiais como o de Presidente do Sporting Clube de Portugal.

Isto já não são só tachos, é um autêntico trem de cozinha.