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Sábado, Abril 20, 2024

Os verdadeiros autores morais da crise do Sporting Clube de Portugal

Desde o dia 15 de Maio de 2018 muito se tem falado (agora menos) sobre os autores morais do ataque à Academia de Alcochete. 

O país, e sobretudo muita comunicação social, uniu-se de forma concertada e afincada na tentativa de descobrir o verdadeiro autor moral e, claramente, demonstraram que não lhes interessava saber a verdade.

Foi notório desde o início que, para muita gente ligada ao jornalismo, nunca foi objectivo saber a verdade ou tentar quantificar os prejuízos inerentes  causados ao Sporting e à direção na altura na liderança do clube. Sempre foi bem evidente que o objectivo era claro: encontrar em Bruno de Carvalho o autor moral.

Com o tempo e com os depoimentos no tribunal de Monsanto não conseguiram encontrar o tal monstro que procuravam. Os notáveis, os lampiões verdes, os da maçonaria, os da política, os croquettes e muitos benfiquistas, para toda essa gente, o assunto deixou de ter interesse e agora já pouco se fala sobre ele, porque será? 

É certo que o país e o mundo estão de momento a atravessar uma grave crise de saúde pública, com o covid-19, e Alcochete já foi há quase dois anos, mas também pelo seu desenvolvimento passou a ser um caso secundário. E já agora, porque não dizê-lo, pelo mais que provavel desfecho – o pedido de absolvição para Bruno de Carvalho.

Muitos irão perguntar, porque razão continuamos a falar sobre o assunto numa altura destas?

Neste momento sendo um caso secundário, não deixa de ter a sua importância e não deixa de ser preocupante, porque apesar de tudo, o foco dos verdadeiros Sportinguistas também tem que ser no futuro do clube e nos prejuízos causados. O clube, tal como o mundo, não pode parar e tem de continuar a seguir o seu caminho, pese embora o facto de estarmos a atravessar uma crise mundial com este assustador vírus. Contudo, o Sporting também é uma preocupação no nosso dia-a-dia e como a memória não se perde, jamais esqueceremos a golpada, a traição…

Dito isto, está na hora dos Sportinguistas, com o pensamento no futuro, tirarem ilações, serem corajosos, terem prioridade na tentativa de  descobrir os verdadeiros autores morais desta crise que assolou o Sporting a vários níveis e que o prejudicou em muitos milhões .

É notório que não houve um autor moral, foram vários, e também já se notou que aquele que muitos queriam que o fosse, não foi, nem vai ser para desespero de muita gente, até para pessoas que se dizem Sportinguistas.

Alcochete é passado sim, mas as memórias ainda estão bem presentes em todos nós, por tudo o que foi feito, por tudo o que  foi dito por muita gente. Nomeadamente por um conjunto de jornalistas que tudo fizeram para destruir a vida pessoal e profissional de Bruno de Carvalho.

No que toca a estes quero referir-me a uma jornalista em particular, Tânia Laranjo, que conseguiu a proeza de escrever, nas suas redes sociais, a seguinte frase (bastante esclarecedora):

Penso que esta frase da referida jornalista é elucidativa e deveria deixar todos os Sportinguistas de pé atrás. Claramente ficou ali demonstrado qual era a agenda daquela senhora. É legítimo da nossa parte pensar que a agenda do restante universo jornalístico não seria muito diferente.

Ao longo deste processo foi notório em quase toda a comunicação social portuguesa a procura de sensacionalismo, sangue e espectáculo barato. E como é evidente quando assim é a mentira, a especulação e as fake news deturpam a notícia. Está mais que provado que em Portugal há muito jornalismo de intoxicação e muito pouco de investigação, e este caso é um claro exemplo disso.

A história da humanidade ensinou-nos que as pessoas são resilientes e resistentes, no entanto, o facto de estarmos conectados globalmente significa que a informação e a desinformação nos chega rapidamente e como é óbvio isso pode influenciar o comportamento das pessoas.  Torna-se difícil saber filtrar ou não a noticia e como a filtrar.

Alcochete é um exemplo claro como as pessoas se deixaram influenciar. A comunicação social teve um papel importante nesta narrativa.

O jornalismo, para ser credível, tem de assentar em três pilares básicos: ética, isenção e credibilidade. Infelizmente, actualmente, assenta em apenas dois: jogos políticos e audiências.

Aqui muitos leitores perguntarão: que jogos políticos são esses? Jogos políticos são padrões de comportamentos interesseiros e manipulativos que podem envolver vários grupos de interesse e grupos de pressão que têm objectivos óbvios: a manipulação da opinião pública.

Dito isto, é seguro dizer que a comunicação social em Portugal não procurou a verdade sobre Alcochete, mas sim publicitar e apontar um autor moral desejado pelo sistema. Agora, cabe-nos a nós, Sportinguistas, procurar os verdadeiros autores morais, uma vez que com esta comunicação social vendida a outros interesses que não os da verdade, e que tudo fez no sentido oposto, não vamos lá.

Certo é que, se é verdade que a comunicação social teve este papel nefasto, também não podemos deixar de referir que há muitos Sportinguistas que ainda hoje, com tanta evidência, continuam a fazer o papel de anjinhos em todo este processo.

Em lado nenhum se conseguiu conferir a Bruno de Carvalho a autoria moral deste caso, o facto da decisão do TAD no processo Rafael Leão ser favorável ao Sporting é bastante elucidativo. 

É sabido que Bruno de Carvalho trocou mensagens com vários jogadores e era evidente o bom relacionamento que tinha com quase todos eles, excepto os capitães e jogadores da formação Rui Patrício e William Carvalho, que já há longos anos vinham a fazer “birra” para abandonar o clube. Se calhar foi por estas razões que eles rescindiram com o clube.

A confirmarem-se as mensagens trocadas entre o actual presidente e o pai de Rafael Leão, e a ser verdade o facto de ter sido Frederico Varandas o representante legal de Rafael Leão no processo judicial contra o Sporting – onde alegadamente terá feito depoimentos prejudiciais para o Sporting Clube de Portugal e em favor do jogador Rafael Leão – estamos perante um caso único no mundo onde o ex-médico do Sporting, e atual presidente do clube, agiu contra o mesmo.

Para terminar, e se tivermos em conta toda a conjuntura deste processo, direi que não estaremos muito longe de finalmente encontrar os verdadeiros autores morais da crise que assolou o Sporting. Deixo esta questão no ar: será que os verdadeiros autores morais de Alcochete não serão os mesmos desta crise que o Sporting está a atravessar? 

Não será a comunicação social portuguesa também ela uma parte integrante dos autores morais da crise no Sporting? O tempo irá certamente responder a muitas destas questões.

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Comments

  1. Jose da silva gomes

    COMPLETAMENTE DE ACORDO COM TUDO O QUE SE ESCREVEU.

  2. ANTONIO BERNARDO

    Parabéns pela excelente retrospectiva, repondo a ‘verdade’.
    É pena muitos sportinguistas das ‘bases’, aos ‘núcleos’, não terem condições de ‘acesso’ à internet e, via ‘blog’s, e/ou ‘redes sociais’, poderem estar inteirados dos factos, limitando-se a ouvir outros, como os ‘media’, CMTV, TVI (RPBraz), SIC (Rui Santos), RTP, ler jornal CM e, tipo ‘carneirada’ seguem pelo caminho que os levarem.
    Depois sujeitam-se à ‘manipulação’ dos ‘interesseiros’ dos Varandas que, com as visitas de dirigentes, por motivos vários e, como alguns dos frequentadores desses núcleos, por vezes, gostam de ficar bem na ‘fotografia’, daí ser importante fazer chegar informação e outros esclarecimentos adicionais, via prints e/ou folhetos, para que seja dada a conhecer a VERDADE.
    Por antecipação, para se possa ir a tempo de mudar o paradigma do Sporting atual.
    Se estes não se demitem e não demitidos, poderá estar alguém a mover-se para isso e, continuarmos com os “Velhos do Restelo”.
    SL

  3. HULK VERDE

    Reflexões a considerar, neste artigo muito bem escrito.
    As máquinas de propaganda e lavagem cerebral de massas continuam a surtir o seu efeito corrosivo na sociedade, servindo os interesses de alguns grupos e grupúsculos mais ou menos assumidos (fachada), mais ou menos dissimulados (bastidores), mas protegidos pela maquinaria instalada.
    Uma sociedade em que a prostituição e exploração intelectual e humana são promovidas, enquanto a casta dos oportunistas é premiada. Acima deles, os bonecreiros manipuladores dominam, abaixo os lambe-botas abundam, os jogadores entram na parada, os propagandistas bajulam, e os papagaios enaltecem a golpada. E muitos abutres pairam e hienas rondam esperando uma porção da caçada.