RUGIDO VERDE

Levantar e levantar de novo, até que os cordeiros se tornem Leões!

Terça-feira, Abril 23, 2024

“Lay-off” ou ausência de valores? Sporting em constante modo “off”!

Caros leitores e puros amantes de um Sporting Clube de Portugal vencedor e verdadeiramente pujante, escrevo também devido ao momento, à realidade vivida por nós e nossas famílias, nestes dias em que tudo parece difícil, em que tudo tem sido um desafio tremendo para a nossa sociedade.

É apenas a segunda vez que faço uma crónica e tenho imensa pena por isso, isto deve-se ao pouco tempo que tenho e admito, por vezes alguma falta de paciência. Estamos todos cansados, eu estou cansado, as pessoas estão cansadas, mas apesar das limitações e a falta de disponibilidade, nunca, jamais, esqueço o meu clube e os seus profundos problemas. Não consigo conviver bem com isso, ponto.

E não, não entro nesse esquema de que agora não é altura de falar de Varandas e restante corja que o acompanha. Ao fazerem isso, estão a dar via verde para que quando a pandemia terminar, termine o clube tal e qual como o conhecemos.

Fica aqui o meu aviso! Da próxima vez que houver uma situação desafiante para a humanidade -como por exemplo um ataque alienígena ou algo do género- avisem-me se faz favor ok? É que eu assim também aproveito e fujo para outro planeta bem longe daqui com o meu cachecol verde e branco.

Depois de ouvir o podcast do dia 26 de Março, dos meus queridos camaradas do Rugido Verde, Sabino e Simão, fiquei incrivelmente (ou não) estupefacto pela falta de nível e responsabilidade social que o meu Sporting em pleno ano de 2020 apresenta.

Entre alguns temas, o que mais me tocou foi o facto de o clube despedir os trabalhadores da Loja Verde, trabalhadores que têm de levar o seu ganha pão para as suas casas, onde muitos certamente dependerão desse ordenado para poder orientar as suas vidas e as dos seus entes queridos.

Lamentável. Repugnante. Indecente.

Aproveitaram-se como hienas neste momento de fraqueza, daqueles que também dão a cara pelo clube, entrando na onda do facilitismo, na onda dos despedimentos fáceis, demonstrando uma falta de ética atroz, duma conduta imoral que me envergonha, que envergonhará muitos, e que envergonharia de certeza os nossos fundadores.

“Ah mas e tal”, agora provavelmente aparecerão os paladinos do costume, cheios de razões e certezas, a dizerem que foi tomada a decisão mais sensata, que não haveria outra opção, que o clube não é a Santa Casa da Misericórdia, que não pode suportar custos a este nível, blá blá blá whiskas saquetas

Tretas. Balelas. Pretextos para…

O soldado que desertou do clube que comanda, que tem tido uma gestão exemplar quase – e eu disse quase – ao nível de uma boate reles, ilegal e mal frequentada na zona da fronteira, o mesmo valentão que não teve dúvidas nenhumas em mandar um pontapé no rabo aos seus funcionários. Um presidente que se diz de um clube diferente, onde o circo acabou, mas onde outro começou quando contrataram um treinador estagiário por mais de 10M€ batendo recordes mundiais.

Não me admira de facto, que o Dr. Coragem qual herói destemido do deserto e zonas perigosas, secas e áridas do Afeganistão (e arredores), o mesmo que foi chamado pelo Exército Português por estar na reserva e não em regime de voluntariado como anunciado nos jornais avençados do costume, tenha tomado uma decisão como esta, tudo em nome dos mais desfavorecidos e dos mais necessitados… Ou não! São as (in)coêrencias deste estranho ser, que se atropelam ao longo do tempo e que muitos teimam em assobiar para o lado.

Aposto que os mesmos que comentam este tipo de situações com desprezo e despreocupação, não passaram dificuldades na vida ou então nunca viram os seus familiares fustigados pelo enorme desequilíbrio entre forças a que os trabalhadores portugueses estão sujeitos. Lá está, piripiri no rabo dos outros é refresco, certo?!

Isto só é normal vindo de uma personagem que esteve ligada a um determinado quadrante político, que concorreu a uma lista para uma Junta de Freguesia, que nas suas raízes defende de forma incansável e cegamente as elites deste nosso país, os poderosos, os endinheirados, os grandes empresários e empresas – que o diga o grande Chicão – abdicando daqueles que verdadeiramente fornecem a riqueza às mesmas empresas, que nos dias de hoje nos atropelam, não é senhor doutor herói de Kandahar?!

E é isto a que o clube está entregue. O Sporting, como do pão para a boca, necessita que o comum cidadão, o comum adepto e sócio assuma a sua posição e dê uma grande volta ao clube, trazendo do fundo da nossa cultura a fatia mais honesta, a mais humilde e guerreira, para devolver o Sporting aos que verdadeiramente amam o clube. Vamos expulsar estes assalariados oportunistas sanguessugas o mais rapidamente possível do nosso Sporting, os mesmos que não olham a meios para chegarem aos seus objectivos pessoais.

E estes sim, são o vírus destes nossos dias. Depois disto a imundice continuará, resta saber até quando.

Sejamos exigentes! Sejamos lutadores!

Sejamos o sindicato e o regulador que o clube precisa, por um Sporting vencedor, por um Sporting com mentalidade e acima de tudo com valores!

Leão Comuna

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Comments

  1. Manuel António de Carvalho

    Excelente texto. Reflictamos todos!

  2. Só uma correcção, o dr. coragem não está na reserva. Estava em licença especial pelo cargo político que o próprio diz não exercer.

  3. HULK VERDE

    Um dos textos mais vibrantes e intensos já publicados no Rugido Verde, porque carregado de sentimento e razão, em quantidades sublimemente conciliadas, resultando em qualidade exacerbada.