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Sexta-feira, Abril 19, 2024

Green Floyd esmiuça o mercado de inverno

No passado dia 31 de janeiro encerrou mais um mercado de transferências futebolístico, para variar, de má memória para os Sportinguistas.

Olhando para aquele que é o nosso plantel, eu diria que estariam em falta, à partida para esta janela de transferências, dois laterais, um para cada lado, um médio defensivo, dois extremos, um para cada lado e um ponta de lança. Já para não falar num substituto para Bruno Fernandes, entretanto transferido.

Claro que o leitor pode achar isto um exagero, mas certamente que a sua opinião não andará muito longe da minha.

De todas aquelas posições que eu identifico como carenciadas apenas uma foi preenchida: a de ponta de lança. E por um jogador que não traz consigo um currículo particularmente atraente. Este jogador Esloveno vem do campeonato da Eslováquia depois de ter passado pela liga Suiça (Basileia) e pela segunda liga Alemã (Arminia Bielefield). Em nenhuma destas duas experiências se deu por ele. Ainda assim é preciso dizer que a sua estreia com a nossa camisola, frente ao Marítimo, até foi positiva.

É preciso ver, contudo, que este jogador chegou depois de Gelson Dala ter sido devolvido pelo Antalyaspor da Turquia, onde cumpriu nove jogos marcando um golo. Não teria feito sentido dar uma oportunidade a Gelson Dala? A nossa estrutura achou que não e voltou a emprestar o jogador ao Rio Ave.

Para a frente de ataque tivemos ainda a inscrição na Liga de Pedro Mendes. Curiosamente este jogador acumula mais minutos com a nossa camisola antes de ser inscrito na Liga, via Liga Europa. Agora que foi inscrito parece que deixou de contar. A situação deste jogador faz-me lembrar aquelas crianças que fazem birra por um brinquedo propriedade dum vizinho, ou familiar, e quando finalmente têm o seu nunca mais lhe ligam nenhuma.

Um mistério que quase ficava no ar após o fecho desta janela de transferências diz respeito a Francisco Geraldes. Após uma série de notícias que davam conta da sua dispensa pelo AEK de Atenas, e consequente regresso ao Sporting logo no início de Janeiro, nada mais se ouviu dizer deste jogador desde então.

Até poucos dias do fim do mercado. Imediatamente após a notícia da venda de Bruno Fernandes foi oficializado o seu regresso do empréstimo aos gregos. Será portanto este o substituto natural de Bruno Fernandes. Resta saber se é desta que finalmente Francisco Geraldes agarra a oportunidade. Convenhamos que já teve bastantes mas nunca conseguiu convencer. E muito honestamente, antes Francisco Geraldes que um qualquer desconhecido vindo do campeonato da Letónia ou das Ilhas Faroé.

E, finalmente, a novela Bruno Fernandes. Esta novela fez lembrar aquelas mexicanas dobradas em brasileiro que dão (ou davam pelo menos) aos dias de semana à tarde nos nossos canais privados. Com pilhas Duracell e tudo. Embora por estes dias já não se use tanto o chavão das pilhas Duracell, este foi substituído pela bebida energética Red Bull. A novela Bruno Fernandes tomou portanto Red Bull.

Acabou por fim. O jogador sai, em minha opinião com seis meses de atraso, pagando os Ingleses 55 milhões de euros. Vou agora esmuiçar estes dois últimos pontos.

Porque acho que Bruno Fernandes sai com seis meses de atraso? Porque não ficou cá a fazer nada, desportivamente nada conseguiu ganhar e apenas conseguiu ir dando algum oxigénio à estrutura liderada por Frederico Varandas. Que em minha opinião fica agora bastante fragilizada e à beira da queda iminente. Mas sobre isto tem agora a palavra Rogério Alves.

Em segundo lugar vou discorrer sobre o valor pago pelo Manchester United. Algo bem diferente do que vai efectivamente entrar nos cofres do Sporting. Que se descontarmos comissões, direitos de formação e dinheiro para a banca não chega se calhar a metade.

Depois temos os 25 milhões por objectivos:

  • 5 milhões por determinado número de jogos atingidos. Não encontro informação de quantos são necessários mas este é talvez o único objectivo concretizável;
  • 5 milhões por qualificação para a Liga dos Campeões. Este objectivo também não é utópico de todo considerando que na Liga Inglesa qualificam-se quatro equipas para a competição em questão;
  • 5 milhões por conquista da Premier League. Uma luz muito ténue ao fundo dum túnel;
  • 5 milhões por conquista da Liga dos Campeões. A luz aqui continua muito ténue e o túnel muito mais fundo;
  • 5 milhões por conquista da Bola de Ouro. Como raio podemos nós aspirar a ver este objetivo ser cumprido quando Bruno Fernandes vai ter de disputar este galardão com o grande João Félix?

Vamos portanto lutar pelo terceiro lugar na liga (ou será o quarto ou o quinto? Já nem sei dizer) com uma armada de poderosas armas letais para os nossos adversários, casos de Ristovski, Ilori, Borja, Dombia, Camacho ou Jesé Rodriguez. Não é justo contudo incluir este último naquele grupo. Jesé Rodriguez é o artista de serviço, o seu contributo não é ao nível do jogo jogado mas sim do entretenimento e aspecto motivacional dos colegas.

Perante tal cenário eu diria que as nossas armas são letais é para nós próprios. Na linguagem militar do nosso Doutor Coragem “fogo amigo”. Vamos aguardar serenamente pelo resultado das assinaturas entregues pelo movimento Dar Rumo ao Sporting a solicitar uma Assembleia Geral para destituição dos actuais órgãos sociais do clube. E que o resultado seja positivo. Porque a continuar assim, no próximo mercado de transferências, vamos estar a contratar reforços para evitar a descida de divisão.

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