“I don’t love you, Jesus”
Hoje vou experimentar uma coisa interessante. Vou abordar um tema, sendo que parte fulcral dele se vai desenrolar depois de eu escrever sobre o mesmo. Significa isto que quem estiver a ler esta crónica, está a ler algo desatualizado. No entanto, eu prefiro pensar que estão a ler algo livre de qualquer enviesamento, já que eu não sei o que vai acontecer – logo, não estou nem feliz, nem ressabiado com o desenrolar dos acontecimentos.
Vou então ao assunto: o buzz à volta de Jorge Jesus e o “seu” Flamengo. Um tema que tem mais projeção em Portugal do que muitas narrativas, mais relevantes, relativas a clubes nacionais, que vêem um clube brasileiro ter todo.
Ora, poder-se-á argumentar (legitimamente) que só é dada esta ênfase ao Flamengo de Jorge Jesus, porque se está a falar de um português a ter sucesso no estrangeiro e tem de se dar valor a isso. Quanto a isto, eu não posso argumentar nada, porque concordo que o sucesso nacional, fora de portas, deve ser enaltecido. Mas, mesmo tendo isto em conta, não se estará a exagerar um pouco na atenção dada ao clube do Rio?
Jorge Jesus chega a um Flamengo que não está a fazer uma grande época, revoluciona o sistema de jogo da equipa e está à beira de ser campeão (que vai ser) e de vencer a Copa Libertadores – a maior competição da América do Sul. Isto é factual, não dá para rebater. É o chamado veni, vidi (e quase) vici. Agora, honestamente (e pondo o leitor à vontade para me contrariar, caso ache que esteja errado), alguém duvida que outros treinadores portugueses, com a diferença de orçamento e qualidade do plantel que o Flamengo tem perante as restantes equipas brasileiras, não fariam a mesma coisa?
Eu admito a possibilidade de estar redondamente enganado sobre isto, mas a verdade, é que não se ouve a ressalva das vantagens orçamentais quando se vê a imprensa de joelhos perante Jorge Jesus. O mérito existe, mas é completamente exagerado pela comunicação social, a quem só falta criar um reality-show para acompanhar a vida de JJ, 24 sobre 24 horas.
Agora, tenho de fazer as perguntas:
Não acham que a opinião da comunicação social (e, infelizmente, por consequência, a opinião pública) sobre Jorge Jesus, só sofreu um rombo durante o período em que foi treinador de um clube específico?
Não acham que a arrogância, o egocentrismo e as tiradas habituais do mister, entre 2015 e 2018, foram muito mais criticadas?
Eu acho.
Também acho que não é coincidência um dos maiores fomentadores e causadores da golpada que levou o Sporting a ficar como está, estar a ser tão enaltecido por este Portugal(zinho) fora.
Ah, e também acho que qualquer Sportinguista que esteja a entrar neste comboio de pessoas de joelhos perante JJ, devia ter um bocadinho mais de amor-próprio.
Porquê? Porque agora enaltecem um treinador que é igual a si próprio, espalhafatoso, enérgico e ativo, mas quando precisaram que ele fosse assim, ele recostou-se no banco de suplentes do Marítimo enquanto deixou jogadores lesionados em campo. Lembra-se disso? Ou já se esqueceram?
Eu não me esqueço, e a quem contribui para que se faça mal ao Sporting, só desejo mal. Não estou a dizer que desejo problemas de saúde ou familiares a Jorge Jesus. Mas estou a dizer que estimo que perca os jogos todos em que competir. Não perdoo certas atitudes, nem certas traições.
E muito menos tenho respeito por oportunistas que passam a perna ao Sporting Clube de Portugal.
Finalizo, relembrando o meu primeiro parágrafo. Caro leitor: recorde que eu escrevo isto sem saber qual o resultado da final entre River Plate e Flamengo. E embora, por esta altura, seja claro qual o desfecho que eu preferia, não escrevo isto por mesquinhez relativamente ao possível sucesso do Flamengo.
Escrevo por mágoa com quem fez mal ao Sporting Clube de Portugal e por mágoa com um país que enaltece todos os que o fazem.
Temos um treinador tuga que venceu 4 ligas dos campeões (todas pelo mesmo clube).
Esse treinador saiu do carnide e treinou igualmente o Sporting.
No entanto, esse treinador nunca foi idolatrado, e muitos nem sabem das suas conquistas.
Se calhar a liga dos campeoes africana não é tão popular. Ou se calhar é porque não se chama JJ.
um país de imbecis e sócios de um clube de memória curta….. por isso, tem o que merecem.
Ele foi assim durante os 3 anos que cá esteve. Esse ego gigante teve um papel importante na época 15-16 e nos jogos de grande personalidade que fizemos contra colossos do futebol europeu. Ao focar-me nos defeitos do homem, agora que não está no Sporting, estarei a ser exatamente igual aqueles que só viam os defeitos do homem quando estava no Sporting.