RUGIDO VERDE

Levantar e levantar de novo, até que os cordeiros se tornem Leões!

Quarta-feira, Abril 24, 2024

Uma polarização “estristosférica”

A crónica desta quinzena vai ser seca e direta ao assunto. Pegando na capa do Rugidos desta semana, vou abordar a polarização entre “Sportinguismos”, que sempre existiu, mas é cada vez mais evidente e irreparável.

É insultuoso que me peçam união nos termos atuais do Sporting. Repito, insultuoso. A união dá-se com base em crenças, em ideais, em valores, e não com base em pedidos ou ameaças. A união deu-se quando tinha por base um Sporting Clube de Portugal seguro de si próprio, que lutava olhos nos olhos com qualquer adversário e que fez com que o povo se libertasse do complexo de “primo pequeno do benfica” em que as elites Sportinguistas ainda vivem.

Jamais me vou unir à mentalidade pequenina que reina agora no Sporting, não compactuo com ressabiamento, mesquinhez, ingratidão, nem manipulação. Tenho imensa pena de que tenha de ser assim, mas quando quem governa é o primeiro a menosprezar quem se opõe à sua maneira de governar, não há outra opção.

Meus amigos, ou caros consócios, se preferirem, como disse ao início, isto hoje é cru: a Guerra Civil está em curso. Não há terceira via, não há meio-termo, ou há o Sporting projetado pelas dinastias que vêem deste Roquette, ou há o Sporting vivido nos anos de Bruno de Carvalho. A quem já esteja de faca na mão, não falo de só poder haver A ou B na Presidência – falo de só poder haver o Sporting de uns, ou o Sporting de outros.

Ou optam pelo Sporting subserviente, elitista e arrogante, ou optam pelo Sporting selvagem, popular e transparente. Nem as elites se querem misturar com o povo, nem os Leões se querem misturar com os gatinhos que arranjam as unhas no veterinário.

O meu Sporting, o Sporting que eu sinto, que me faz rir, chorar, ficar sem voz, ficar sem sono, ficar sem tempo, é o Sporting popular. É o Sporting da rulote e das bifanas, é o Sporting das histórias do peão, é o Sporting que não dá para explicar a ninguém, a não ser pela vivência conjunta deste Sportinguismo.

E não, não aceito a opinião contrária, porque esse tempo para mim acabou. Para mim é assim, quer concordem, quer não. Não sou o Presidente, não preciso de fingir que me quero unir a determinadas pessoas. Mas é engraçado, porque ele também cada vez finge menos.

O Sporting Clube de Portugal que eu sinto no coração, que eu ouço nos cânticos da Curva desde pequeno, que o meu pai me transmitiu e que eu transmito a quem comigo se dá, até pode nunca mais reaparecer. Até o podem ter morto. Mas eu vou sempre saber que os “Varandas” desta vida e quem deles tanto gosta, nunca o sentiu como eu senti. E isso, meus amigos, não tem preço. Podem comprar, vender, roubar, fazer o que quiserem ao Clube, porque as sensações, boas e más, que eu vivi de Sporting, vocês nem com mil campeonatos as sentiam. Sabem lá vocês o que é o Sporting, seus parasitas oportunistas!

Aos que comigo estão na luta, deixo-vos palavras que recentemente deixei a um amigo que nem conheço pessoalmente (sim, porque qualquer Sportinguista como eu, é um amigo). É por pessoas como vocês que eu não deixo de acreditar no nosso Sporting e é por pessoas como eu que vocês não podem desistir Dele.

Aos restantes, não se esqueçam que estão a gozar com a cara de pessoas como eu, para quem o Sporting representa TUDO. E isso pode sair-vos caro um dia.

Sois uma “estristeza”.  

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Comments

  1. Neca Pinto

    Da forma como as coisas estão, começo a acreditar que é mesmo isso. Não há entendimento possível quando a postura, os ideais, os valores que se defendem para o Clube são tão diferentes.