RUGIDO VERDE

Já imaginaram? Que maravilha seria. Pelos menos para a actual direcção do clube. Sim, porque é evidente que o maior problema actual do Sporting são os adeptos. Ou melhor, aqueles adeptos que exigem equipas competitivas e que, imagine-se, têm um patamar elevado de exigência, quer para com os atletas quer para com a direcção da instituição. Onde já se viu tamanha pesporrência?

Que belo seria ver o estádio de bancadas despidas, apenas com o burburinho vindo da tribuna, onde os mais deliciosos acepipes seriam ferozmente disputados! Que magnífico seria o pavilhão com as bancadas vazias, envolvido num silêncio melódico, apenas interrompido pelo som do speaker cantarolando canções de embalar?

Que paz. Que tranquilidade. Assim sim, a direcção poderia ter toda a estabilidade para efectuar um trabalho rigoroso e efectivo no serviço dos seus próprios interesses. Nada a ver com a realidade actual, em que uma minoria pequeníssima de energúmenos, juntamente com os mauzões das claques, tentam permanentemente desestabilizar o clube, exigindo resultados e competência na gestão.

Felizmente que um  número significativo de adeptos, sentados usualmente na bancada central, já percebeu que a melhor forma de ajudar a excelsa direcção do clube é manter-se calado e bater palminhas a tudo o que o elenco directivo faz. Esses sim, contribuem de forma significativa para que o clube se transforme numa gloriosa sociedade recreativa, onde o único componente competitivo será o campeonato da sueca e a liga veraneante do jogo da malha.

De qualquer forma, estamos no bom caminho. Com a tão ansiada venda da SAD leonina a um investidor privado, o primeiro passo – decisivo – na transformação dos adeptos em puros clientes será dado. Nessa altura, a ruidosa minoria que protesta irá lentamente desaparecer pois, entenderão que, por mais barulho que façam, é para o lado onde o dono do futebol dormirá melhor.

Deste modo, fica aqui o apelo à direcção no sentido de melhorar o ambiente nos jogos de futebol do clube e das modalidades: que na nova época as gameboxes respectivas sejam vendidas com a inclusão de mordaças individuais personalizadas  e a oferta do livro “Dicionário de Etiqueta” de Paula Bobone. Seria um contributo importante para  a consciencialização do sportinguista comum de que devemos deixar esta direcção trabalhar. Afinal de contas, é o futuro profissional dos nossos gestores que está em jogo. Pensem nisso.