RUGIDO VERDE

Levantar e levantar de novo, até que os cordeiros se tornem Leões!

Sexta-feira, Março 29, 2024

Preciso reforçar a minha âncora

Amor é fogo que arde sem se ver…

Assim é o meu amor a este clube. Um amor que me consome por dentro, que me faz sonhar com glória, que sempre me faz sonhar com a frase do Visconde de Alvalade “Quero o Sporting tão grande como os maiores da Europa”.

Longe vai o tempo em que dia de dérbi era dia de não conseguir que me passasse nada pela garganta, tal era o aperto dos nervos que me consumiam até começar o jogo.

Hoje sinto que as minhas ancoras estão a desprender-se e a fazer com que o meu amor abane ao mais pequeno revés. Não consigo conceber que quem ama o Sporting seja capaz de lhe fazer mal.

Recordo com saudade a primeira vez que entrei no velhinho Alvalade, pela mão do meu Pai, para assistir ao meu primeiro jogo. A excitação era tanta que não conseguia estar quieta no meu lugar. A excitação foi maior ainda, quando o meu ídolo de sempre e para sempre entra em campo e se dirige para a baliza, o grande e saudoso Vítor Damas.

Contento-me com pouco e com pouco fico feliz. Durante 18 anos, vi jogo após jogo, seja nacional ou europeu, sempre na esperança de um dia ver o meu clube de coração ser campeão. Eis quando em 2000, pela mão de Augusto Inácio, tenho essa alegria. Noite longa, muito longa, onde chorei todas as lágrimas que tinha. Foi o extravasar de anos e anos a acumular uma felicidade adiada.

Dois anos depois, tenho a felicidade de assistir à vitória no campeonato com um dos treinadores que mais me marcou, Lazlo Bolloni, o homem do bloco de notas. Ainda hoje leio passagens do livro, que guardo religiosamente, de seu nome “O Bloco de notas de Lazlo Bolloni”, o qual aconselho a todos os Sportinguistas lerem, não ficarão certamente indiferentes.


Perguntam-me: “Que se passa? Onde anda a Leoa rebelde que sempre sofreu a bom sofrer pelo seu clube?”

Respondo: “Estou anestesiada, mas não morri. Sinto que mais dia menos dia acordo deste pesadelo e voilá, terei outra vez o Sporting dos sócios e para os sócios.”

Não contem comigo para desistir da luta. Por mais severa que seja, tenho sempre uma réstia de esperança, que aqueles que fazem mal ao Sporting, um dia saem ou morrem. E depois, quem sabe, deixam o clube em paz.

Até lá … vou reforçar as âncoras, porque os abanões fazem-me má disposição e desistir é para os fracos.

Uma Leoa nunca verga.

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