RUGIDO VERDE

Levantar e levantar de novo, até que os cordeiros se tornem Leões!

Sábado, Abril 20, 2024

São recordes, Senhor, são recordes (Milagre de D.Frederico)

Nos últimos tempos tem sido difícil acompanhar tanta mudança profunda no Sporting e, principalmente, na forma como os adversários (alguns não resisto a chamá-los de inimigos) se posicionam em relação a este Clube centenário e, até há bem pouco tempo, realmente temido.

Quem tivesse hibernado nos últimos 2 anos e voltasse agora ao seu pleno estado natural, deparar-se-ia com uma realidade completamente oposta à das últimas décadas:

– Desportivos com capas megalómanas a exultar a gestão desta direcção;

– Cartilheiros como Rui Pedro Brás (ah, que até me custou escrever o nome deste badameco) ou Ribeiro Cristóvão elogiosos com o Sporting, de crítica branda, suave, com um discurso piedoso;

– Canais generalistas a produzir reportagens exclusivas com jogadores nossos, tentando humanizá-los e afastá-los de qualquer responsabilidade que tenham no nosso estado actual.

Tem sido este o dia a dia relativo ao Sporting. Há quem diga que faz parte do caminho para o sucesso. Da minha parte? Repulsa, fastio, náusea, asco, nojo – tudo adjectivos que encaixam que nem uma luva naquilo que sinto perante esta campanha amigável vinda de quem, há bem pouco tempo, debitou as maiores mentiras possíveis e imaginárias para atingir o nosso Clube.

Mas este Sporting segue, aparentemente, de vento em popa. Uma Taça da Liga heroíca, uma Taça de Portugal herculeamente vencida e dois títulos europeus das modalidades do João Rocha (surripiados à direcção anterior) depois, há eventos elitistas todas as semanas, há jantares e visitas ao Mundo Sporting para uma franja diminuta de sócios (até me apetece cantar: mas quem será?, mas quem será?, mas quem será que é convidado?, eu sei lá, sei lá, eu sei lá, sei lá), há recordes atrás de recordes reivindicados pela mesma direcção que prometeu #UnirOSporting (sendo que a maior união que vi até agora foi entre a mão do Rahim Ahamad e a mesa em que este estava debruçado na última AG, dada a violência com que lhe batia sempre que um sócio não se mostrava de acordo com as práticas do corpo directivo de que faz parte).

Ou será que não é bem assim? Ora vejamos (com olhos de ver, como diz a minha avó):

Há duas semanas, (alegadamente) batemos o recorde de GB renovadas. No entanto, todos os dias o Sporting insiste em publicitá-las nas suas redes sociais com um desespero que só um indivíduo bastante desonesto poderia ignorar. Ademais, há ainda sms, mails, telefonemas constantes com uma preocupação desmedida para que, em minha casa, todos nós renovemos a gamebox. Estranho…

Na época passada, o êxtase deu-se com o suposto recorde da venda de GB 2ª Volta, mas a verdade é que a média de assistências em Alvalade baixou em uma dezena de milhar. Dez mil sportinguistas a menos nas bancadas. DEZ MIL (caso padeçam de hipermetropia ou apenas continuem a viver num mundo encantado em que o Sporting supostamente se encontra pujante).

Além disto tudo, temos ainda os tipos que afirmam de peito cheio que esta direcção já venceu tanto no futebol profissional masculino como a anterior. Embora, em número, não deixe de ser verdade, esquecem-se que é a segunda época consecutiva em que, por culpa dos Fredericos desta vida (hey, não estou incluído!), não pomos os pés na Champions. O fosso da competitividade aumenta todas as épocas e nós continuamos a ficar para trás. E sim, incluí de propósito 2017/2018 nas contas, ou resta alguma dúvida de que os que neste momento governam o Sporting, não tiveram grandes culpas naquele fim de campeonato lastimável?

Podia aqui incluir ainda a “forte” aposta nos miúdos da formação ou mesmo a aparente continuidade no investimento das modalidades, argumentos de uma imbecilidade tal que nem me vou dignar a refutar.

Isto tudo para dizer que os sucessivos recordes clamados por esta direcção me fazem, de certa forma, lembrar o milagre das rosas de Dona Isabel. Diz a lenda que a Rainha transformou pães em flores quando pressionada pelo Rei.

Frederico Varandas, por sua vez, tenta transformar sinais de um Clube decadente, amorfo, completamente insustentável (sinais que apenas uma minoria de nós, sócios, tem tido a clarividência para denotar, diga-se), em grandes recordes consequentes de uma alegada gestão de topo.

Mas os dados, no entanto, estão à vista de todos. E é como eu costumo dizer: feno para burros, come quem quer.

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Comments

  1. HULK VERDE

    Um milagreiro predestinado, que ainda não havia eleições marcadas e já se tinha demitido (com a época ainda em curso para algumas modalidades) e candidatado com um sítio oficial de campanha registado no “submundo” internetes.

    Recuando um pouco, antes de Varandas se transformar no pivot da acção de propaganda e desinformação, mas já com a “máquina em movimento”, na transcrição das conversas da preparação da invasão à Academia, alguém escreveu que só teriam 15 minutos para se porem em fuga.

    Quando lá chegam, encontraram os portões abertos, entrada escancarada. Curiosamente, a GNR chegou ao local 14 minutos depois do primeiro telefonema (17H06), segundo consta, realizado já depois de os invasores terem entrado no perímetro.

    https://tribunaexpresso.pt/atualidade/2018-05-16-O-rescaldo-do-dia-negro-em-Alcochete-23-detidos-e-36-testemunhas-ouvidas

    O responsável pela segurança da Academia, avisado por telefone cerca de 15 minutos antes da invasão que a turba estava a caminho, e que não conseguiu nem avisar a GNR com antecedência nem impedir o seu acesso às instalações, foi promovido com a responsabilidade pela segurança do Estádio José Alvalade.

    https://www.record.pt/futebol/futebol-nacional/liga-nos/sporting/detalhe/bruno-de-carvalho-critica-responsavel-pela-seguranca-da-academia-tinha-de-saber-agir

    “Não é estranho que o responsável de segurança da Academia estivesse presente nestes dois momentos marcantes, que foram o fim do jogo com o Marítimo, com reações alteradas entre adeptos e jogadores, e o que aconteceu no aeroporto e não tenha dito nada? O team manager André Geraldes, que eu achava que me contava tudo, não me contou absolutamente nada. O Jorge Jesus, que sempre fez gala da sua relação próxima com os presidentes, não me disse absolutamente nada. O responsável de segurança da Academia não fez um relatório sobre o acontecimento”, referiu Bruno de Carvalho, explicando o que fez assim que viu aquelas imagens.

    Abri um processo de averiguações onde a pessoa no centro dessa investigação interna era Ricardo Gonçalves. Para meu espanto, esse processo deve ter sido interrompido e Ricardo Gonçalves, que para mim teve uma atuação verdadeiramente inapropriada e com falta de profissionalismo — e estamos a falar de uma pessoa cuja formação profissional é GNR, portanto, uma pessoa ligada à lei e a este tipo de acontecimentos e que tinha de saber agir —, é promovido para responsável geral da segurança do estádio e Academia pela atual direção”, resumiu.”

    https://observador.pt/2019/06/29/so-ele-foi-atacado-assim-bruno-de-carvalho-compara-se-a-jose-socrates/

    “Para o ex-líder do Sporting, as suspeitas deste caso estão focadas na pessoa errada (o próprio BdC). Na sua opinião, quem devia estar no centro dessa investigação deveria ser Ricardo Gonçalves, o responsável de segurança da Academia na altura dos ataques.

    Para mim teve uma atuação verdadeiramente inapropriada e com falta de profissionalismo — e estamos a falar de uma pessoa cuja formação profissional é GNR, portanto, uma pessoa ligada à lei e a este tipo de acontecimentos e que tinha de saber agir —, é promovido para responsável geral da segurança do estádio e Academia pela atual direção. O Ricardo Gonçalves, por aquilo que se sabe, recebeu um telefonema de Bruno Jacinto 14 minutos antes da invasão a Alcochete. Catorze minutos é um mundo para se tomarem medidas que evitem qualquer género de confrontos com os jogadores. Vou dar um exemplo muito simples: os jogadores estavam a 30 segundos dos quartos. Bastava ter mandado os jogadores para os quartos, fechado as portas“, afirma o ex-líder leonino.”

    Do grupo de conspiradores e planeadores da invasão fazem parte Diogo Amaral e Pedro Silveira (que não foram sequer interrogados ou constituídos arguidos no processo, juntamente com os outros), que participaram em manifestações de contestação à direcção de Bruno de Carvalho, fizeram de tudo para derrubá-la e são aliados da actual direcção de Frederico Varandas, mantendo um clima de coacção e intimidação, estando Barbini nos quadros do Clube (e não está numa posição de maior destaque por causa do escândalo da conversa que foi divulgada ainda antes das eleições, com Varandas a demarcar-se parcialmente mas não na totalidade).

    Mas depois de vermos Ferro “estou-me cagando para o segredo de Justiça” Rodrigues voltar a frisar que fez muito bem em atacar Bruno de Carvalho (tal como Pedro Silveira, ou Diogo Amaral, seu correligionário de partido, esses que conspiraram para invadir a Academia e está registado, mas que ele nunca ataca, tal como não ataca Vítor Constâncio, Berardo, Ricardo Espírito Santo, esses por outros motivos e campanhas, ou Luís Filipe Vieira e Pinto da Costa, porque nesses casos a política não se deve misturar com o futebol), esse autêntico santo que vai passando pelos pingos da chuva, mesmo quando ela é grossa, intensa e carregada, é caso para perguntar, ainda estamos na Idade do Ferro ou já entrámos na Idade Média?

    1. Chairman Meow

      Ora viva Hulk! Que GRANDE posta! Importar-te-ias que utilizássemos este teu comentário como um dos nossos Rugidos? Parece-me um crime estar aqui numa caixa de comentários de um texto!

      1. HULK VERDE

        Pode ser, se assim entendem não me oponho. Considerei a temporização dos 15 minutos um dado complementar e que encaixa em três momentos dos acontecimentos (planeamento, aproximação e execução da invasão).
        Além disso, 3 elementos utilizam esse timing na sua acção, o planeador que referiu os 15 m nas conversas transcritas (sugiro que acrescentem esse excerto para comprovação), e os funcionários Bruno Jacinto (OLA) e Ricardo Gonçalves (Segurança Academia), à data.
        Podem também retirar a alusão ao Varandas, no 1.º parágrafo, a fim de focar apenas o tópico em questão.

  2. Rei Leão

    Excelente texto. Está tudo aí explicado, só não vê e não entende quem não quer.