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Terça-feira, Abril 23, 2024

Marketing medieval, Sporting muito mal

Desde que me lembro de ser mais assíduo no estádio e pelos pavilhões da área de Lisboa (sim, porque o Pavilhão João Rocha era até há bem pouco tempo uma miragem) que oiço que estamos muitos anos atrás dos nossos rivais em termos de estratégias de marketing e publicidade.

E o fosso, tal como se verifica em termos desportivos, tem tendência a aumentar ano após ano.

Começando pela apresentação dos nossos equipamentos. Esta realiza-se todos os anos no dia 1 de Julho, dia de aniversário do Clube, que coincidia com a realização da Gala Honoris Sporting (que passou se?) – por sua vez, os nossos rivais apresentaram os seus equipamentos para a próxima época semanas antes, sendo que uma boa parte dos grandes Clubes europeus já os tinha apresentado e utilizado nas derradeiras partidas da época passada.

Passando para a app MeuSporting, o TERROR.

Uma aplicação descontinuada, rudimentar desde o dia em que foi lançada, com uma utilidade a roçar o ridículo.

Estamos à beira da terceira década do século XXI e continuamos a oferecer um péssimo serviço aos nossos adeptos e sócios – enquanto os rivais, nas suas apps, partilham bilhetes de época entre si em caso de impossibilidade de comparência, recebem alertas de golos e das redes sociais do Clube e consultam estatísticas dos jogos em directo.

O melhor que a nossa tem para oferecer são notícias desactualizadas e vídeos de golos da época 15/16 até à actual.

Finalizando no pré-jogo em Alvalade (embora haja um número considerável de áreas a melhorar e das quais não falei), a forma desinteressada como (não) são dinamizadas as horas anteriores aos jogos de futebol é assustadora.

Se dentro do estádio temos um ambiente amorfo que nem os gritos de vazio entusiasmo do speaker conseguem combater, fora do estádio há uma infinidade de oportunidades que o Sporting tende a não aproveitar: não há passatempos, não há campanhas de angariação de novos sócios, não há actividades lúdicas para os mais novos (sim, esses que são o futuro do nosso Clube).

Escusado será referir que o ambiente no exterior do estádio em dias de jogo é apenas salvo pela meia dúzia de roulottes que proporcionam o verdadeiro convívio sportinguista e pelas sedes das 4 claques que fazem a festa por si só.

Uma relação bilateral pressupõe que ambas as partes retirem dividendos. Mas se não proporcionamos o melhor de nós aos adeptos, património maior deste Sporting centenário, como é que podemos exigir o que quer que seja em troca?

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Comments

  1. António Silva Ferreira

    De acordo. No que à app diz respeito é de facto confrangedora a sua utilização e aquilo que disponibiliza.

  2. Anabela Figueiredo

    Gosto da abordagem a um tema relegado para segundo plano. Seguindo a ideia do titulo da crónica, na verdade o Sporting atual é dirigido de forma feudal, senhoralista e numa base de Cruzadas.
    O atual Sporting mantém com os Sócios e Adeptos uma relação unilateral.

  3. Leão com memória

    Muito bem.
    A nossa propaganda não só roça o ridículo como é só de boca.
    Somos os melhores e batemos vários recordes mas é de bazófia, como nunca antes visto.