RUGIDO VERDE

Levantar e levantar de novo, até que os cordeiros se tornem Leões!

Sexta-feira, Dezembro 05, 2025

Portugal parece o país do “salve-se quem puder”

Ontem foi a primeira vez que assisti a um debate instrutório, no qual estavam presentes, não apenas o ministério publico, juiz, advogados e arguidos, mas também a imprensa e um familiar de cada arguido.

Esperava-se um evento profissional, não só porque é o género de sessão de trabalho que deve ser preparada com o cuidado de quem tem em mãos o futuro de cidadãos de um país de direito, em que todos – incluindo os arguidos -merecem e têm direito constitucional de ser cuidados e respeitados

Mas também com especial atenção às palavras proferidas, uma vez que a imprensa foi chamada a participar e que um dos arguidos é a figura publica que – à custa de difamações comprovadas e perseguições exibidas à exaustão – maior audiência e vendas tem proporcionado aos órgãos de comunicação social de Portugal, no ultimo ano.

Ainda não estou refeito do choque!

Das 7h que ali estivemos dentro, 6h foram utilizadas pela procuradora Cândida Vilar e foram um hino ao narcisismo e subjetividade e um elogio a todos os profissionais que têm que trabalhar em prol da Justiça, apesar de procuradores com estas características objetivas.

Mas aquilo que aconteceu foi:

1.

A procuradora:

  • falou, de passagem e superficialmente, de matéria de facto;
  • exibiu-se contando isto e aquilo sobre si, sobre o que considera ser importante na sua vida pessoal, o que faz “desde que nasceu” sic’, o quanto aprecia Jorge Jesus que “garantidamente não falou da hora do treino porque estava na sua vida, preocupado por ter sido despedido” sic, do que considera estar a acontecer no Irão, e outras coisas do genero;
  • atacou a inteligência de todos com um discurso repleto de subjetivos e enfáticos “garantidamentes” e “achos”,utilizados para descrever a sua versão dos factos ocorridos em Alcochete e do que foi dito nos depoimentos;
  • condenou o bom convívio entre jogadores e suas claques de apoio, num incentivo claro à manutenção de grupos ostracizados, chegando mesmo a sugerir que a Juventude Leonina é um grupo giadista, nazi e fascista;
  • coagiu abertamente arguidos com frases como “mantenho-lhe as medidas de coação porque você ainda tem que falar”, “é o único a que reconheço olhos meigos que dizem que está a ser injustiçado e que só por medo não fala”;
  • acusou a policia judiciaria de não ter comparecido no local “porque não quis pois o que estava a acontecer era publico desde as 17h” sic;
  • tentou ter companhia na sua obsessão persecutória, descrevendo o infeliz crime em questão como “violentíssimo” sic, maior do que realmente foi e inventando que, caso tal não seja reconhecido por Justiça, isso será visto como incompetência generalizada dos serviços técnicos intervenientes;

2.

Alguns dos arguidos:

  • foram interrompendo para dizer que “não foi isso que eu disse, está a distorcer tudo”, tendo sido repreendidos por falarem;
  • outro houve que não se conteve e disse e repetiu para a procuradora “não brinque porque não foi exatamente como está a dizer, estávamos todos para ser libertados, quando na GNR nos disseram que tinham recebido um telefonema dizendo que éramos terroristas e tínhamos que ser presos”

3.

Os advogados:

  • também tentaram suavizar aquele desfilar de veneno uma meia dúzia de vezes;
  • acontecendo mesmo terem que intervir em casos inesperados como quando a procuradora coagiu repetidamente um dos arguidos e um deles apelou para que parasse de se comportar como no tempo da pide; afinal, é claramente coação pidesca dizer a alguém que continuará preso até o interrogador entender que já foi falado o que é preciso.

4.

O juiz:

  • lá foi pedindo para não entrarem em dialogo, ensinando-nos que, de acordo com os procedimentos, os procuradores podem falar o tempo que quiserem, sobre o que bem entenderem (imagino que por partirem do principio que são profissionais objetivos e pessoas de bem);
  • e quando um dos arguidos não foi capaz de conter a indignação perante a deturpação, que entendia que a procuradora insistia em fazer das declarações que tinha prestado, e já estava a apresentar os pulsos para ser algemado e ir embora, com calma apaziguadora perguntou-lhe se desejava ficar na sala ou sair, tendo o visado voltado a sentar-se.

Não sucederam nenhuma das quase expulsões da sala ou foi proferido qualquer insulto durante os trabalhos, como referem os jornaleiros do costume, mas respirava-se falta de confiança.

Assistir ao estado de sitio em que as instituições do meu país vivem, é demolidor. É claro, que toda esta perseguição nada tem a ver com uma associação desportiva.

É obvio, que quem se comporta como a procuradora Cândida Vilar e como aqueles jornais e televisões que mentem e difamam sem escrúpulos, tem as suas atuações protegidas e quem sabe até incentivadas pelo desleixo legislativo, falta de fiscalização e, quiçá, por interesses maquiavélicos, ou seja interesses que não olham a meios para atingir fins.

É uma aflição assistir a isto e pensar que um dia pode acontecer-nos a nós, ou a alguém que amamos, ficar à mercê de uma difamação e perseguição destas.

Que todos os que trabalham, de forma integra e corajosa,

para que o nosso pais venha a transformar-se num País de Direito com corrupção mínima,

tenham a coragem de arregaçar mangas.

Sinto-me num pais do “SALVE-SE QUEM PUDER”.

João P. Maya

11 de Julho de 2019

Nota do editor: Este texto foi submetido por um dos nossos leitores

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Comments

  1. Obrigado pelo resumo.
    Tinha ideia que a coisa estava mal, mas não fazia ideia da extensão.
    Essa procuradora claramente anda a cargo de alguém, e não será da República, certamente.

  2. Soeu_sei

    essa porca suja é que devia ser interrogada como no tempo da pide para saber o que era bom pobre criatura que devia ser deportada para o Tarrafal

  3. Soeu_sei

    esta vaca porca suja é que é nazi e fascista ela fala assim porque tem as costas quentes só pode ser com masgistrados desta estirpe em Portugal não admira que 95% dos portugueses já não acreditam na justiça portuguesa, esta porca tem cara de bêbeda dassss

  4. ZédasCouves

    medo!
    nao desejo ao meu pior inimigo cair nas maos desta iniqua.

  5. A Républica do benfiquistão, outrora chamado Portugal um sítio mal frequentado e corrupto,somos o Brasil,e a Chacota da Europa Ocidental,a corrupção é barata na tugolandia,nenhum outro país tem uma taxa tão alta e transversal na sociedade como a nossa,é um facto,e uma vergonha nacional,basta ver a quantidade de casos,vieira,mendes,sobrinho,estúdios de advogados,bancos privados,CGD,cavaco silva e restante personagens do PSD,PS,juizes,espiões,banqueiros,managers,etc etc,portanto,como dizia Arnaldo Matos é tudo um putedo, penso eu de que!

  6. Rei Leão

    Quem actua assim só pode mesmo estar de “costas quentes” como se costuma dizer. Lembro também que causou estranheza a muita gente o facto de a anterior procuradora geral da República ter sido substituída pela actual quando decorriam, e decorrem, tantos processos importantes nos tribunais. Neste caso em particular, sabemos que o que daqui sair vai ser de forma a servir de exemplo àqueles que ousam ou queiram ousar colocar em questão os poderes instituídos. Na minha modestissima opinião isto já não tem a ver só com o Sporting, mas dá um jeitaço que seja com o Sporting… de Bruno de Carvalho. Esse sim é que servirá de exemplo.

  7. Chairman Meow

    Esta sessão, do que acompanhei nos jornais online, deixou-me completamente perplexo. Não tenho mais palavras.