RUGIDO VERDE

Levantar e levantar de novo, até que os cordeiros se tornem Leões!

Quarta-feira, Abril 24, 2024

A divisão das águas

Quem oiça a CS desde ontem, ouve que foi um resultado esmagador. Não foi e eles sabem-no.

Partindo já do pressuposto que não houve falcatrua nesta votação (deixo isso para as autoridades competentes), o que esta deixa antever é uma percentagem estável de 40% de sócios e 30% de votos desde há um ano.

Sabendo que esta percentagem é fixa e que dificilmente mudará, pode-se dizer que é uma excelente base de apoio para começar. Juntando a isso, a volatilidade inerente aos resultados desportivos, diria que esta base só pode aumentar em função da bola entrar ou não entrar.

E eles todos, que falam em resultado esmagador, sabem-no.

Quando oiço o “rei dos estatutos” dizer, no final da Assembleia Geral deste fim de semana, que “a partir de agora a união é factor chave e crítico de sucesso”, rio-me, porque ele não é ingénuo e sabe que isso não vai acontecer. Ao dizer isto mostra medo do futuro.

Quando vejo “casuals” a provocar e a ameaçar sócios durante toda a Assembleia Geral, sem qualquer reacção por parte da Direcção, vejo que é medo que lhes escorre no suor. O medo próprio dos cobardes que, sabendo da sua incapacidade para fazer alguma coisa bem, tentam amedrontar os outros para que se calem.

Pois eu tenho certeza que não vai haver união. Tenho ainda a certeza que esta Assembleia Geral foi o separador de águas definitivo entre “2 Sportings” que existem desde sempre. Chegou a altura da separação. Em definitivo.

Ou eles acabam connosco ou num futuro muito breve seremos nós a expurgá-los para sempre.

As pessoas mais velhas lembram-se e sabem as lutas que se travaram nos últimos 30 anos contra esta “linhagem croquette”.

Passámos o projecto Roquette, Dias da Cunha, Soares Franco, Bettencourt e acabando em Godinho Lopes. A nossa base de apoio nunca passou os 10 ou 15%.

Nunca desistimos. Confiámos sempre que iria aparecer um Bruno de Carvalho que, em conjunto com o conhecido “toque de merdas” dessa dinastia, nos traria o clube de volta. E assim aconteceu.

Voltámos a perdê-lo, porque quisemos ser bonzinhos e tentámos a união. Errado. Terá sido provavelmente o maior erro de Bruno de Carvalho. Esta gente não se une nem à própria família. Esta gente não conhece nada para além da sua sombra. Não se pode confiar neles.

O que mudou dessa altura para agora, foi que Bruno de Carvalho nos mostrou um Sporting diferente daquele que a maior parte conhecia. Trouxe exigência e trouxe gente nova.

Depois de conhecermos o bom, não queremos voltar ao medíocre.

É esta gente jovem que forma a base de 40% de apoio. Ora como sabemos, com o passar dos anos vai-se tendo mais votos e as gerações renovam-se.

É, pois, uma questão de tempo. Não vai ser preciso esperar mais 30 anos até que o Sporting seja nosso outra vez. Agora conhecemos o Sporting que queremos e, por isso, tudo será diferente.

Já não nos enganam mais com o fecho de modalidades, com a venda de património aos amigos para sustentar o clube.

O que não pode acontecer quando o Sporting voltar a ser nosso é, ao chegar lá, não corrermos com esta corja em definitivo. Tem mesmo de ser a primeira coisa a fazer.

Agora sim. Separaram-se as águas em definitivo e não há união possível.

Como disse um dia Rui Beru : “O meu Leão pode ter vivido uma vida na jaula, mas tendo-se libertado para a selva, não lhe admito que volte a correr para a jaula.”

Ou como diz um jornalista fraquinho da nossa CS agora “SOMOS NÓS OU ELES”.

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Comments

  1. Só acho que os nossos votos por mais anos que passem vão continuar a ser os mesmos, não aumentam, afinal eles sabem que somos…

  2. Rei Leão

    Depois de tanto trabalho voltámos a entregar o ouro ao bandido, na verdadeira acepção da palavra. Vamos ter de fazer tudo de novo. O tempo urge para pessoas da minha geração, é que já não vou viver anos suficientes para esperar tanto como da última vez se quero voltar a ver o Sporting que eu idealizo.