RUGIDO VERDE

Levantar e levantar de novo, até que os cordeiros se tornem Leões!

Quinta-feira, Março 28, 2024

Em 2012, Sporting (2-1) At. Bilbao. A dois passos do paraíso

E só falta uma noite bem passada no País Basco para que o comboio leonino torne San Mamés num apeadeiro e siga em festa até ao terminal de Bucareste, onde, se os sonhos verdes e brancos se concretizarem, a equipa leonina voltará a ter espanhóis no caminho para a discussão final de quem irá pegar na Liga Europa entregue pelo FC Porto. Faltam dois passos para chegar ao paraíso que é ganhar uma prova que fugiu cruelmente em 2005. Mas a primeira parte da eliminatória, ganha pelos leões, que levam cravado no orgulho aquele golo azedo do mais limitado de todos do onze inicial do Atlético de Bilbau, Aurtenetxe, teve de tudo: angústia, sofrimento, galhardia, drama, superação, um ambiente incandescente, uma cambalhota e muito carácter no “arraso” final, ingredientes cada vez mais típicos da equipa de Sá Pinto, o tal que só ganha em Alvalade (ontem contabilizou a nona vitória em nove jogos), nunca perdeu contra os bilbaínos e fez parte do plantel que em 2004/05 também começou por construir a vantagem na primeira mão da semifinal com o AZ Alkmaar após um 2-1 decalcado deste.


Capel repetiu a reviravolta que Pinilla cometera há sete anos… com semelhante violência no disparo.

De fácil, o jogo de ontem teve muito pouco. Privado à última hora do criativo Matías, o Sporting utilizou uma estratégia igual à exibida frente ao City. Dois médios mais recuados (Carriço e Schaars), com Capel na direita e Izmailov na esquerda, na linha média. Um pouco adiantado ficava André Martins, na retaguarda de um Van Wolfswinkel cada vez mais a revelar que precisa de acrescentar fibra no choque e melhor ataque à bola às suas inegáveis qualidades. Após dez minutos iniciais de ousadia leonina, a tendência de jogo começou lentamente a dividir-se, com os bascos a denunciarem dificuldades na segunda zona de construção perante a agressividade dos médios da casa, a atuarem na antecipação. O Sporting até chegou a lançar a mão sobre as costas do golo, mas deixou-o fugir por Insúa e Van Wolfswinkel. O Atlético de Bilbau apostava no jogo em profundidade, aproveitando várias linhas de passe em zona frontal desenhadas pelas movimentações de De Marcos e Susaeta, que se aproximavam de Llorente, a maior de todas as ameaças espanholas em campo.

Com o desenrolar da partida, de forma calculada ou não por parte do Sporting, os bascos apossaram-se mais do esférico, estenderam o seu jogo e pressionavam sem dar quartel, quando sem bola. Mesmo assim, a turma de Bielsa não conseguia penetrar na área leonina e tentava surpreender na meia distância, ora por Susaeta, ora por Ander Herrera. Sem profundidade pela esquerda, o desconcertante Muniain surgiu mais sobre o espaço interior para furar pela frente a muralha leonina. Louve-se, porém, a aplicação verde e branca no processo defensivo. A equipa de Sá Pinto foi mais contida até final da primeira parte, apostando em recuperações de bola para explorar o contragolpe através da velocidade – Izmailov, André Martins e Capel ficavam disso encarregados. Todavia, a conversa ficou toda para a etapa final.

Após o reatamento, o golo do Bilbau veio do improvável Aurtenetxe, o mais encolhido de todos os defesas bascos. Os espanhóis estavam como queriam e o Sporting quedava-se atónito, acusando o toque. Vendo o adversário revigorado pela vantagem, Sá Pinto mexeu na estrutura a meio-campo: lançou no jogo Carrillo, sacando Carriço. Os homens da casa passam a alinhar com André Martins como o mais recuado no meio-campo, Izmailov ocupou o corredor central, e o Culebra fixou-se na ponta esquerda. Instrumental foi o regresso de Capel ao flanco direito para pôr Aurtenetxe na ordem – foi daí que tudo mudou. A meias com Izmailov, João Pereira e Insúa, o canhoto virou o jogo: desencantou o centro para o 1-1 e, já com Rubio em campo, no lugar de André Martins, e Schaars a trinco, fez o estupendo tento da vitória.

O Sporting meteu o Bilbau na toca de um dente, causando-lhe danos que nem o Manchester United nem o Schalke – oponentes dilacerados pelos bascos – haviam esboçado. Alvalade estava elétrico perante o “forcing” final dos leões, mas o terceiro golo, tão tentado, não chegou. Um quarto de hora do tal grande Sporting que Polga pediu chega? San Mamés o dirá daqui por uma semana.

Arbitragem
Mão de Amorebieta… deu em golo do Bilbau

O trabalho do juiz sueco Jonas Eriksson sai manchado por um lance cuja sequência redundou no golo do Atlético de Bilbau. O árbitro deixou passar uma aparente mão na bola de Amorebieta dentro da área espanhola, quando o central dos visitantes tentava intercetar o centro de João Pereira. No mais, o árbitro nórdico foi algo severo no campo disciplinar e polémico no capítulo técnico, sem dar espaço ao diálogo com os atletas.

Ficha do Jogo
Estádio José Alvalade
Árbitro: Jonas Eriksson

SPORTING: Rui Patrício; João Pereira, Xandão, Polga, Insúa; Carriço (Carrillo), Schaars, André Martins; Izmailov, Wolfswinkel e Capel (Pereirinha).
Suplentes não utilizados: Marcelo, Onyewu, Evaldo Renato Neto e Rubio

AT. BILBAO: Iraizoz; Iraola, Ekiza, Amorebieta, Aurtenetxe; Iturraspe, De Marcos e Herrera; Susaeta, Llorente e Munian.
Suplentes: Raúl, Mikel San José, Koikili, Ramalho, Toquero, Gabilondo e Ibai Goméz.

Golos: 0-1 Aurtenexte, 1-1 Insúa, 2-1 Capel

Sporting um a um

Capel indomável, Izmailov genial

Rui Patrício – Sofreu um golo em que não teve a mínima culpa, depois de um toque infeliz de Insúa ter colocado a bola nos pés do isolado Aurtenetxe. As duas únicas defesas a que foi obrigado não lhe apresentaram grande grau de dificuldade, a remates de longe de De Marcos (37′) e de Susaeta (40′), ambos à figura. Num canto dos vascos que resultou num tiro ao poste de Amorebieta, pareceu algo desamparado na saída ao cruzamento, mas sem grandes responsabilidades. Resumindo: cumpriu quando foi chamado.

João Pereira – Teve um adversário à sua altura (e ao seu tamanho) pela frente e pode dizer-se que saiu plenamente vencedor. A Europa tem falado muito de Muniain, mas foi João Pereira quem se destacou, sobretudo no plano ofensivo. Fez um remate perigoso, três passes de morte (para Wolfswinkel, duas vezes, e para Carrillo) e, acima de tudo, contagiou a equipa com subidas constantes em que tudo lhe saía bem.

Xandão – Llorente é um dos avançados mais temíveis da atualidade, mas nem por isso se conseguiu superiorizar a este brasileiro que chegou quase como um desconhecido a Alvalade. Sempre atento e empenhado, apesar das três ocasiões de que o Bilbau dispôs (afinal, só uma deu golo).

Polga – Também nunca perdeu o norte face ao teoricamente magnífico ponta de lança que teve pela frente. Destacou-se num excelente corte aos 70′, quando, numa molhada à frente de Rui Patrício, conseguiu limpar a jogada.

Insúa – Mais uma grande exibição, coroada com novo golo europeu, o que já vem sendo hábito, depois de ter faturado frente a Metalist, Lázio e Zurique. Foi um tento decisivo na transfiguração da partida, muitos minutos depois de já ter obrigado Iraizoz à defesa da noite num livre indireto. Além disso, aguentou Susaeta, que chegou creditado como o mais temível opositor.

Carriço – Exemplar à frente da defesa, secando De Marcos, o médio goleador do Atlético. Esse é o melhor elogio que se lhe pode fazer numa exibição sem uma única falha.

Schaars – Teve mais dificuldades perante Ander Herrera, mas compensou com inúmeras dobras perante Susaeta, a ajudar Insúa na esquerda da defesa.

Izmailov – Não dá para acreditar que este jogador chegou a estar com a carreira em risco devido a lesão. Este “novo” Izmailov parece ainda melhor do que o antigo (antes de se lesionar), com uma classe tremenda a deambular no centro, na zona nevrálgica do terreno, onde os jogos se decidem. Foi numa dessas iniciativas que proporcionou o golo a Capel, como antes já tinha oferecido um a Wolfswinkel (falhado). Em três palavras: encheu o campo.

André Martins – Enorme na fase inicial, com elevada nota artística, deixando o adversário em sentido. Brilhante na primeira finta, que lhe permitia ganhar espaço para solicitar companheiros com passes inteligentes. Na segunda parte foi menos participativo, mas quando Sá Pinto conseguir que ele corra um pouco mais, quer atrás da bola quer à procura de espaço para se desmarcar, tem ali um… craque.

Van Wolfswinkel – Boas movimentações e participação ofensiva, com a pecha do costume: a finalização. Falhou um golo feito de cabeça (69′), mas já antes podia ter feito melhor em duas ocasiões.

Carrillo – Entrou a tempo de contribuir com velocidade e fintas desconcertantes para a fase mais empolgante da equipa. Por pouco não marcou (80′).

Diego Rubio – Também entrou bem, com muita mobilidade a dar dores de cabeça aos adversários. Aguerrido.

Pereirinha – Entrou perto do fim.

A figura: Capel

… e Alvalade agradeceu com uma ovação de furar os tímpanos

Inaugurado em 2003, talvez este estádio nunca tenha assistido a uma ovação tão impressionante quanto a que foi tributada a Capel aos 84′, ao ser substituído. Exibição magistral do extremo espanhol, não de olhos no chão, como tantas vezes na fase inicial da época, mas sempre à procura de um companheiro para dar a melhor solução às jogadas. Ou então de olhos na baliza, como aconteceu no golo que apontou, pleno de garra, convicção e mestria, um tiro colocado de fora da área que pode vir a ter toda a importância nesta eliminatória. Um gesto de raiva que fez justiça ao marcador e coloriu devidamente a exibição de uma equipa que era tudo menos favorita à partida. Antes disso, já estivera no golo do empate leonino com um cruzamento que acabou por permitir o golo a Insúa. Muitos outros bons centros, fintas e combinações ofensivas.

Sá Pinto

“Golo muito penalizador”

Sá Pinto enalteceu o espírito e discernimento dos jogadores leoninos, características com as quais foi possível dar a volta à desvantagem no marcador e chegar ao triunfo com “toda a justiça”. O treinador do Sporting só lamentou mesmo o golo dos bascos, “um detalhe” negativo. “Criámos cinco ou seis oportunidades de golo e estivemos muito perto de um resultado melhor e maior. Importante é salientar mais um grande jogo que a nossa equipa fez. Penso que em todo o jogo fomos superiores ao adversário e fomos muito penalizados com o golo sofrido, uma tremenda injustiça e que cria algum desconforto, no sentido do que produzimos em termos ofensivos e pelo espírito, vontade e forma como desequilibrámos o adversário. Eles tiveram duas situações de bola parada e pouco mais perigo junto da nossa baliza”, afirmou Sá Pinto, acrescentando que o ideal seria ter saído de Alvalade com um “resultado melhor, que desse mais segurança”: “Queríamos mais um golo e não ter sofrido nenhum.”

Para o treinador, o Sporting é uma equipa que está “preparada psicologicamente para nunca perder o equilíbrio e, com discernimento, ganhar”. Foi o que aconteceu ontem, após uma falha de Insúa. “Até aí, nessa infelicidade, a equipa atacou bem a bola e o espaço. Só houve mera infelicidade de Insúa, que não tocou na bola como normalmente toca. Mas creio que fomos a primeira equipa a dar a volta a um resultado contra eles”, resumiu Sá Pinto.

Para a segunda mão, o técnico promete uma formação sem alterações na abordagem ao jogo, pois mesmo com outro resultado em Alvalade, em San Mamés a atitude da equipa “seria igual”. “Nunca nos acomodamos com um resultado e vamos para ganhar”, atirou, reconhecendo que a eliminatória está em aberto devido aos pergaminhos do rival espanhol. “O Atlético tem grande qualidade, é forte, com muitas soluções para desequilibrar o adversário e muito versátil em descobrir espaços. É uma equipa perigosa com enorme valor”, sintetizou Sá Pinto.

Todavia, o treinador confia a cem por cento na equipa, e nem a perda de Izmailov devido ao amarelo visto ontem abala esse pensamento. “Temos jogadores de qualidade e sabemos criar os momentos na transição defensiva e ofensiva. A equipa sabe jogar em posse e sabe jogar quando está pressionada. As ideias têm de ser variadas, e soubemos solucionar muitas das situações. Todos os jogadores estão preparados para jogar e render quando são chamados. Sinto-me confortável com um plantel de 27 jogadores com qualidade de Sporting”, apontou.

A ausência de Matías Fernández, um previsível titular, deveu-se a uma lesão que mereceu explicações do timoneiro leonino. “Não jogou, porque depois do jogo com o Benfica teve uma mialgia de esforço. Esteve muito perto de jogar, mas não quisemos arriscar. Estamos a um mês do final da época e não arriscámos, pois não queríamos perdê-lo para o resto da temporada. Esperamos que ele possa recuperar e estar a cem por cento dentro em breve”, justificou, frisando que o objetivo é que o atleta seja opção pelo menos para o desafio da segunda mão, em San Mamés.

Questionado sobre uma possível grande penalidade por assinalar na segunda parte, Sá Pinto não fez muitos comentários, mas indiretamente falou do presidente da federação espanhola, Ángel Villar: “Não é a minha forma de estar comentar arbitragens, senão podia criar-se sempre alguma confusão. Se fosse por aí, diria que Ángel Villar foi jogador do Bilbau, tem um cargo fortíssimo na UEFA, mas com toda a certeza o árbitro não viu esse lance, se é que o houve; se visse, teria marcado. Continuo a acreditar na seriedade de tudo e de todos.”

Capel

“A jogar assim podemos ir longe”

Capel estreou-se ontem a marcar na Liga Europa com o emblema do leão ao peito e logo oferecendo a vitória ao Sporting nesta primeira mão das meias-finais da Liga Europa. Radiante pelo festejo, o esquerdino já aponta agora ao jogo decisivo, a disputar em San Mamés. “Foi muito especial. Estamos muito satisfeitos por esta grande noite e fizemos um jogo de grandíssimo nível. Era um jogo muito importante e agora vamos já pensar na segunda mão”, disparou o extremo, à flash-interview da SIC, garantindo que os homens de Alvalade têm tudo para seguir em frente na prova, logo que repitam a atuação de ontem: “Vai ser complicado no segundo jogo, mas vamos tentar jogar como hoje [ontem]. A este nível, podemos ir muito longe na Liga Europa!”.

Em jeito de análise ao encontro, o espanhol sublinhou que “o Sporting foi superior durante todo o jogo”, daí a satisfação “com esta grande vitória”.

De resto, o avançado apontou ontem o seu sétimo golo pelo Sporting, depois dos quatro no campeonato, um na Taça de Portugal e mais outro na Taça da Liga.

Insúa

“Merecíamos ter marcado mais”

Autor do golo que relançou o Sporting na luta pela vitória do embate com o Atlético de Bilbau, Insúa garante que o resultado pecou pela injustiça em dois patamares: primeiro, os leões deveriam ter abanado mais vezes as redes de Iraizoz e, depois, o golo festejado por Aurtenetxe não tinha futebol por trás a justificar. “Foi um grande jogo. Acreditámos sempre. Queríamos ganhar, tivemos azar por ter sofrido aquele golo, num lance esquisito, de bola parada, e creio que merecíamos ter marcado mais golos. Mas o importante era ganhar”, disparou o lateral-esquerdo.

E depois de uma importante vitória nesta primeira mão das meias-finais, o internacional argentino garante ver o emblema de Alvalade com pujança para marcar presença em Bucareste. “Acreditamos na final. Para mim, será a primeira final europeia e todo o grupo acredita que é possível chegar lá. Oxalá possamos fazer mais um bom jogo na segunda mão, em San Mamés, e consigamos seguir em frente”, anseia o camisola 48 leonino, que ontem apontou aquele que é já o seu quarto golo na presente edição da prova. Também nos quartos de final tinha ajudado com um tento ao Metalist, em Alvalade.

Bielsa assume responsabilidade

Marcelo Bielsa assumiu, sem pejo, que entende ser sua a responsabilidade da derrota, já que os golos sofridos chegaram depois das substituições que operou. “As alterações que fiz causaram desequilíbrio, e penso que isso foi responsabilidade minha. Tentei equilibrar o meio-campo, onde eles tinham mais jogadores criativos, mas a equipa sentiu a ausência de Ander Herrera”, disse o técnico argentino, que ainda acrescentou: “O primeiro golo, não o diria fortuito, mas foi fora do habitual. O segundo golo, sim, foi de maior responsabilidade nossa e era evitável. Depois não conseguimos lutar para dar a volta ao resultado.” Agora, na segunda mão, resta vencer. “Partimos em desvantagem para a segunda mão, mas ganharmos em casa não nos parece impossível”, tal como o Sporting fez em sua casa. “O resultado é justo. Tivemos o domínio do jogo na primeira parte, e o Sporting foi mais forte na segunda parte”, analisou Marcelo Bielsa.

Vítima basca uniu as claques

Não é vulgar ver as claques de dois clubes antagonistas – para mais num jogo com este grau de competitividade – entrarem num clima de comunhão e amizade, mas foi mesmo isso que ontem aconteceu em Alvalade.

Tal sucedeu quando a Juve Leo exibiu uma faixa dedicada a um adepto do Atlético, o que muito sensibilizou os cerca de 4 mil bascos que viajaram até Lisboa. “R.I.P. Iñigo”, podia ler-se, em memória de um adepto que, após o jogo da segunda mão da eliminatória anterior, entre o Atlético e o Schalke 04, foi atingido na cabeça com uma bala de borracha disparada por um polícia.

Iñigo esteve em coma durante alguns dias, mas viria a falecer num hospital de Bilbau. O Atlético de Bilbau prestou-lhe homenagem no último jogo da liga espanhola e ontem os adeptos leoninos decidiram fazer o mesmo, proporcionando um momento tocante. Os bascos aplaudiram durante alguns minutos e, mesmo após o fim da partida, apesar da derrota da sua equipa, voltaram a bater palmas ao público do Sporting. Valores a preservar.

Fonte: Jornal ojogo

Data: 19/04/2012
Local: Estádio José Alvalade
Evento: Sporting (2-1) At. Bilbao, 1/2 Final da Liga Europa - 1ªmão

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