RUGIDO VERDE

A possibilidade do Sporting recorrer ao empresário Jorge Mendes para montar o plantel do próximo ano é liminarmente recusada por Hélder Amaral, antigo deputado eleito pelo CDS.

Em declarações ao programa ‘Primeiro tempo’, no canal de YouTube Rugido Verde, o conhecido adepto leonino afirmou que Jorge Mendes tem “uma relação com os diretos concorrentes” do Sporting, em particular com o Benfica.

“Acho inaceitável, um crime de lesa-interesses do Sporting, que se possa ter qualquer relação com Jorge Mendes. Dir-me-ão que é muito importante, dou-lhe todo o mérito, mas fez uma opção, um acordo de parceria estratégica com o nosso rival”, sustentou.

Segundo o ex-deputado, Jorge Mendes “deixa sempre mais problemas” do que soluções quando negoceia com o Sporting.

“Esse empresário tem interesses contraditórios com a forma como o Sporting se deve gerir. Quando é que nos dará um jogador que tenha níveis competitivos para o Sporting? Estou à espera, mas para os adversários consegue trazer esse perfil de jogador”, comparou.

O conhecido adepto leonino lembrou ainda o papel de Jorge Mendes como representante de alguns dos jogadores que rescindiram unilateralmente com o Sporting, na sequência do ataque à Academia de Alcochete.

“O Sporting teve sucesso com jogadores que não vinham do Jorge Mendes, não posso aceitar ter um conjunto de jogadores que são o caixote do lixo do empresário”, insistiu.

Hélder Amaral elogiou o ex-presidente dos leões, Bruno de Carvalho, por ter cortado as relações com Jorge Mendes.

“Bruno de Carvalho fez isso. Tive algumas com o ex-presidente (não votei nele, não gostava do estilo) e percebi que era o perfil que o Sporting precisava, dado o momento que o futebol estava a atravessar. Ele diz coisas que precisam de ser ditas, não de uma forma que eu diria. Não é algo novo, Dias da Cunha deu nome ao sistema, enfrentou o poder fático do futebol português com resultados razoáveis”, concluiu o ex-deputado.

Hélder Amaral, antigo deputado eleito pelo CDS e conhecido adepto do Sporting, admitiu a desilusão com o desempenho da direção liderada por Frederico Varandas.

Lembrando as conhecidas divisões internas no clube, Hélder Amaral considerou que o trabalho de Varandas tem apenas servido para acentuar essas clivagens.

“Mal comparado, o Sporting saiu de uma guerra”, começou por explicar, em declarações ao programa ‘Primeiro tempo’, no canal de YouTube Rugido Verde, referindo-se ao período que se seguiu à destituição de Bruno de Carvalho.

“Era suposto” que quem viesse a seguir conseguisse “um sucesso relativo”, tal como acontece na guerra, “porque sabia quais os problemas e as causas”, continuou.

“De todos os candidatos, o que tinha obrigação de conhecer [os problemas do clube] por dentro chamava-se Frederico Varandas”, porque era o diretor clínico, mas a ação de Varandas como presidente “traduziu-se em dividir o Sporting e, no limite, quase aniquilar” o clube de Alvalade.

“Tem sportinguismo e quer fazer melhor, mas não tem arte nem engenho”, considerou.

Hélder Amaral apela a uma mudança profunda no clube, com uma direção capaz de manter “uma relação exigente e saudável com a imprensa, com os adeptos e com as claques”.

“Temos de encontrar o nosso modelo. O Benfica encontrou um modelo, mesmo que o presidente tenha agarrado num sócio pelos colarinhos, e está a funcionar. O modelo do FC Porto teve alto sucesso, mas está esgotado, vai ter problemas”, concluiu o ex-deputado.

Fonte: bancada.pt