Spin and Twist (à Sportinguista)
Bas Dost. Foi este o nome que tomou de assalto as parangonas da imprensa, os comentários das redes sociais e os temas, muitas vezes travestidos de jornalismo, de vários programas desportivos durante longos dias.
E se há pouco mais de um ano este jogador provocou alvoroço ao abandonar o clube, desta feita participou de uma emaranhada trama para não arredar pé. Ou assim tentaram vender a questão…
Acaba por ser irónico que o jogador que serviu de estandarte na batalha das rescisões e regressos, tenha sido o epicentro de tanto rebuliço na hora de seguir caminho inverso. O que não tem graça é o facto dos dois acontecimentos serem tão nebulosos quanto a mais invernosa manhã de Edimburgo.
Podemos ainda observar notáveis semelhanças e relações, por vezes anti-simétricas, entre os dois casos e constatar a grande capacidade de aprendizagem da estrutura directiva.

Assim como no passado, o mesmo jogador copiou, quase ponto por ponto, a sua carta de rescisão, foi agora a vez da direcção seguir o trilho da optimização de recursos e copiar o seu próprio comunicado…de declarações de Rui Pedro Braz. Ou vice-versa, quiçá.
Como se costuma dizer, das duas uma (e não sei qual a hipótese mais inquietante): ou o apelidado cartilheiro vermelho é por estes dias uma caixa de ressonância oficiosa da direcção do Sporting Clube de Portugal; ou tem acesso, pela porta do cavalo, a informação que vem de dentro. Seja qual for a hipótese, é emanado um aroma a gabinete de crise que, até há bem pouco tempo, era impensável no nosso clube.
O ponto positivo: podemos sempre dividir custos com o outro cliente da segunda circular, conseguindo assim uma notável poupança, tão ao gosto da administração Varandas. Se bem que ache que eles até de borla fariam o trabalho…
Também é de notar que o Bas Dost que provocaria um desastre financeiro de várias dezenas de milhões de euros com a sua rescisão, seja agora a vítima de um peso salarial excessivo e de uma época menos conseguida, ao ponto de haver condescendência que permita tomar o negócio como um mal menor. Decerto que qualquer adepto ficou embevecido com o esforço empreendido por Rui Pedro Braz & Cia na defesa desse acto de gestão de Varandas.
Passou-se do 80 para o 8, ou neste caso, para o 7, que serão os milhões de euros que o Frankfurt vai desembolsar e que o Sporting, obviamente, não irá receber na totalidade. Mas se os “comunicadores” decretaram que foi o possível, para quê levantar mais ondas, certo?

Desta intrincada rede de media amiga, cortês e elogiosa, tomou Varandas outra maravilhosa lição. Se é para “rasgar” um activo de alto a baixo, aproveitando ainda para apontar a inimigos exteriores (não faço ideia de quem possa ser, tamanha a aparente empatia reinante…), há que fazê-lo de forma correcta, obedecendo às boas práticas e protocolos empresariais. Nada de posts em redes sociais. Estas últimas, quando muito, servem apenas para pedir uma inábil desculpa pela deselegância e boçalidade manifestadas no impessoal papel timbrado.

Há, no entanto, que ressalvar o contributo para a Filosofia destas pequenas tragicomédias, que vão pintando a letras de latão a história do Sporting. Diz o ditado que “zangam-se as verdades, descobrem-se as comadres”. Não, não foi engano, meus caros, é mesmo assim. Trata-se de um ancestral provérbio com o pertinente toque pessoal de Frederico Varandas. E que vem mesmo a calhar, assentando que nem uma luva nestas peças de teatro a que vamos assistindo.
Porque as verdades, mesmo que as não conheçamos na totalidade, revelam-se através dos efeitos práticos (tal como deixar cair uma bola e esta ir de encontro ao chão). Já as comadres (que para aquele exemplo seria a força gravítica), escondem-se sibilinamente umas por trás das outras, numa espécie de matriosca de deveres e haveres. Só quando as suas verdades chocam é que as comadres lá vêm a palco, muito a custo e mal disfarçadas.
Rousseau postulou que não há tantos pareceres como homens, mas sim tantos pareceres como associações de homens. Defendia, por isso, que seria impreterível não haver sociedades parciais dentro do Estado, a fim de que cada um pudesse pensar por si, contribuindo para o que ele apelidava de vontade geral (que não teria de reflectir a vontade do povo, note-se, mas a vontade do corpo político).
Varandas, além de ter tantas “sociedades parciais” a quem agradar – e como ele está perto delas… – ainda sabe de forma clara que não representa minimamente a vontade do povo . Será possível governar assim, sem a implosão do corpo político?



O Varandinhas e a camarilha dele com a ajuda da CS fofinha já despachou 22 jogadores a custo zero , com tanta poupança em salários vamos ter aposto .. um lucro brutal no 2º semestre . Hoje ficamos a saber, que além de BF que andamos a oferecer qual pedinte pela EUROPA inteira as luminárias Varandas , Zenha , Hugo Viana querem vender Coates e Acuna em Janeiro escusado será disser que só podemos ficar em 3º pelo facto do inarrável Sá Pinto treinar o Carnide B , mas isso nada interessa para os croquetes desde que haja glamour e boa imprensa ( bacalhau a Brás , senil RCristóvão e quejandos ) está tudo bem .
Excelente texto. Dá realmente a ideia que o Bas Dost a partir de determinada altura se tornou uma pedra no sapato. As comadres hão-de zangar-se mais vezes que aquilo que se espera, e acho que não vai demorar muito tempo. As verdades é que já tenho dúvidas que se venham a saber todas.