RUGIDO VERDE

Após o despedimento do técnico italiano, Materazzi, Augusto Inácio estreava-se em Alvalade contra o Viking, ainda com ténues esperanças de reverter a eliminatória, depois do descalabro na derrota humilhante em terras norueguesas por 3-0.

O Sporting atacou muito, mas nem sempre bem e esbarrou sempre na bem organizada equipa norueguesa.

Confortavelmente guarnecidos por uma vantagem de três golos, os noruegueses foram, essencialmente, uma equipa que procurou refrear os ímpetos leoninos, como que congelando o adversário.

Raras vezes utilizando o contra-ataque, o Viking mostrou, ainda assim, um senhor chamado Dadason. Sozinho na frente, foi capaz de criar problemas à defesa do Sporting e aos 51 minutos, depois de uma falha de Beto, quase marcava.

A importância do dianteiro na forma como soube segurar a bola foi seguida depois por toda a equipa. Num meio-campo de cinco unidades, realce para Nygaard e para Aarshein. Não só pelo trabalho de apoio à defensiva, mas também pela forma como souberam segurar o esférico e, por vezes, iniciar jogadas de contra-ataque.

Para o final guardámos o sector recuado. Gaute Bo, na baliza, fez uma exibição segura e só foi batido na grande penalidade. Mas o maior destaque vai para Espevoll, o marcador do “penalty” que deu o 3-0 em Stavanger. Controlou bem Ayew e foi o maior “bombeiro” da defesa. Principalmente a partir do momento em que o Sporting, animado com o golo, procurou os lances por alto.

Apesar do grande domínio que exerceu, ao intervalo o Sporting tinha 70% de posse de bola e 14 remates contra 0 dos noruegueses,  o Sporting apenas consegui marcar um golo aos 75 minutos, de grande penalidade por Ayew, por falta de Helgason sobre Acosta que tinha entrado 5 minutos antes.

Até final os leões porfiaram no ataque e Iordanov ainda desperdiçou duas grandes oportunidades e Acosta atirou à barra.

Após o apito do árbitro, Delfim deixou-se cair no chão a chorar. Venâncio teve de confortar o jovem médio.

Nas cabines:

Inácio (treinador do Sporting):

“A vitória não foi suficiente, mas os jogadores mostraram uma grande vontade. De qualquer forma, tenho que dar os parabéns ao Viking, que se fechou muito bem na defesa. Não conseguimos dar a volta à eliminatória mas saímos daqui de cabeça erguida. Agora temos que trabalhar rapidamente para que as coisas melhorem, já segunda-feira, com o Boavista.”

Pedro Barbosa (jogador do Sporting):

“Esta vitória não chegou, mas atenuou a imagem da primeira-mão, na Noruega. Temos um campeonato pela frente, o qual devemos encarar com esperança.”

Iordanov (jogador do Sporting):

“Faltaram os golos. Estou triste por não termos conseguido ultrapassar o Viking. Nós precisamos do público e ele necessita de nós, por isso temos que nos unir como uma família.”

Ficha do Jogo:

Estádio José Alvalade, em Lisboa. 25000 espectadores.

Árbitro: Marcel Lica (Roménia)

SPORTING: Schmeichel; Saber, Beto, Marcos, Quim Berto; Delfim, Duscher, Pedro Barbosa (Acosta 70′); Edmilson (Hanuch 61′), Toñito (Iordanov 35′) e Ayew.

VIKING: Bo; Helgason, Hansen, Espevoli, Pereira; Aarsheim (Mathiassen 72′), Svensson, Nygaard; Berre (Knudsen 59′) , Berland (Sanne 52′) e Dadason.

Golo: Ayew (75′) (Sporting)