Neste dia… em 2017: As razões que levam o Sporting a processar apenas Godinho Lopes
Leões decidiram retirar queixa contra Bettencourt e exigem agora 31,6 milhões de euros ao antecessor de Bruno de Carvalho.
O Sporting retirou a queixa, em tribunal, contra a antiga administração de José Eduardo Bettencourt e o correspondente pedido de indemnização no valor de 42 milhões de euros, mas manteve o processo a Godinho Lopes, exigindo uma indemnização no valor de 31,6 milhões. Mas porque desistiu de uma e manteve a outra, e a que se deve o montante exigido à anterior direção?
O Sporting entendeu que as explicações de Bettencourt à comissão de audição interna permitiram concluir “a não existência de qualquer ilícito nos atos de gestão praticados durante o seu mandato”. E, segundo justificam os leões no processo, “além das explicações credíveis”, Bettencourt prestou “esclarecimentos adicionais” e “entregou documentos para debelar” todas as dúvidas. E assim foi ilibado, internamente, de ser responsável por “um aumento do total do passivo no valor de 65,6 milhões, um agravamento do capital próprio de 54,9 milhões e resultados líquidos de exercício negativos (acumulados) de 69,5 milhões”.
O pedido de desistência do processo foi enviado para o Tribunal de Comércio da Comarca de Lisboa, no dia 9 de janeiro, faltando agora a homologação por parte do tribunal para validar a pretensão do clube. O que terá de acontecer até dia 23, data em que avança o processo, apenas contra Godinho Lopes.
Contactado pelo DN, o Sporting explicou que “a decisão resulta das audições internas e das suas conclusões”, recusando tratar-se de qualquer “vingança” contra Godinho Lopes. Já o antecessor de Bruno de Carvalho remeteu-se ao silêncio, preferindo “responder em tribunal”. No entanto, o DN sabe que o ex-presidente não entende a atitude do clube, visto que foi à comissão esclarecer os dados da sua gestão e pensou ter sido claro. Por isso, encara o processo como “uma perseguição pessoal de Bruno de Carvalho”, a quem ganhou as eleições de 2011.
Ora, segundo as conclusões da comissão de audição, na era Godinho “verificou-se uma diminuição do total do ativo no valor de 24,7 milhões, um aumento do total do passivo no valor de 90,2 milhões, um agravamento do capital próprio de 115 milhões e resultados líquidos de exercício negativos (acumulados) de 101,5 milhões”.
Segundo os responsáveis da SAD em exercício, “os administradores em questão violaram culposamente os deveres de diligência e cuidado a que estavam obrigados e causaram à Sporting SAD um prejuízo”. No caso, de 31,6 milhões de euros, segundo os cálculos dos serviços jurídicos leoninos, que incluem, entre outras verbas, cerca de 23 milhões por três negócios: contratações de Alberto Rodríguez e Jeffrén e a renovação de Izmailov.
Negócios esses que já tinham levado Bruno de Carvalho a intentar uma outra ação contra Godinho Lopes, Luís Duque, Nobre Guedes e Carlos Freitas, em 2014, em que o Sporting reclamava 7,6 milhões de euros. Nesse caso, o Tribunal da Comarca de Lisboa julgou-se “materialmente incompetente para conhecer do litígio”.
Fonte: DN
Data: 11/01/2017
Local: DN
Evento: Notícia
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