João Pinto e Sousa “raptados” em 1993
Guerra entre Benfica e Sporting
A acusação feita pelo empresário de Bruma de que o jogador teria sido alvo de uma tentativa de rapto, faz lembrar um famoso caso que também envolveu o Sporting, faz agora 20 anos. No verão de 1993, o mercado de transferências foi agitado por uma autêntica guerra entre o Benfica e o Sporting envolvendo nada menos que quatro jogadores: João Vieira Pinto, Rui Costa, Paulo Sousa e António Pacheco. Dois deles acabaram em Alvalade, Sousa e Pacheco. Um dos que ficou na Luz, João Pinto, e um dos que se mudou para o Sporting, Paulo Sousa, foram também “raptados”. Rui Costa, esse, disse “não” ao Sporting mal foi abordado.
Nesse verão de 1993, o Benfica atravessava graves problemas financeiros, apesar do seu presidente, Jorge de Brito, ser um dos homens mais ricos de Portugal. No Sporting, o presidente era o empresário Sousa Cintra, apostado em fazer do clube campeão nacional. A oportunidade surgiu para Cintra quando lhe falam de ordenados em atraso no Benfica e, por via disso, os jogadores referidos estarem livres.
Quase ao mesmo tempo que Paulo Sousa e Pacheco se sentavam à mesa para negociar com o Sporting, o empresário de João Vieira Pinto, José Veiga, leva-o para Terremolinos, no sul de Espanha. Em Alvalade, fala-se em “rapto” do jogador, numa tentativa do Benfica impedir que se chegue à fala com ele. No lado encarnado usou-se o mesmo argumento em relação a Paulo Sousa. O empresário Manuel Barbosa acusou Reymão Nogueira, pessoa ligada ao clube, de ter “raptado” o médio, escondendo-o na sua vivenda na Quinta da Marinha. Barbosa alegou na altura que o Benfica havia negociado a transferência de Paulo Sousa para a Juventus dois meses antes e não compreendia a opção do médio pelo Sporting, pois os italianos pagavam quatro vezes mais.
Durante dias, o ambiente esteve tenso e crispado e quando o Sporting apresentou Paulo Sousa e António Pacheco em conferência de imprensa, o próprio presidente do Benfica, Jorge de Brito, viajou de carro para Torremolinos, onde se reuniu com João Vieira Pinto e José Veiga, acabando por acertar a manutenção do avançado na Luz. O jogador foi convencido acima de tudo pelo argumento de que a alegada justa causa para rescisão de contrato por ordenados em atraso não existia.
No regresso a Lisboa, Jorge de Brito alertou os seus parceiros de direção do Benfica e quando o seu carro chegou ao Estádio da Luz, com João Vieira Pinto lá dentro, uma multidão de adeptos em delírio aplaudiu o presidente e o avançado. Nos anos seguintes, João Pinto tornou-se num dos jogadores mais amados pelos adeptos do Benfica, mas no verão de 2000 o jogador seria dispensado pelo presidente da altura, Vale e Azevedo, acabando por… rumar ao Sporting.
Dois anos depois das transferências de Paulo Sousa e Pacheco para o Sporting, já na presidência de Pedro Santana Lopes, o clube aceitou pagar uma indemnização do Benfica pela contratação de Paulo Sousa e António Pacheco num processo que não cumpriu as regras em vigor.
Fonte: record.pt
Data: 11/07/2013
Local: Record
Evento: Notícia sobre o "rapto" de João PInto e Paulo Sousa no Verão quente de 1993
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