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Terça-feira, Abril 23, 2024

Neste dia… em 1970 – Sporting vence em Braga por 2-0, nos quartos de final da Taça de Portugal

JOGO MUITO FRIO (POR CAUSA DO CALOR)

Por Lobo da Rocha

Resume-se a pouco o que se viu em Braga.

A eliminatória decidira-se em Lisboa, ontem foi o cumprir de obrigações.

O campeão começou «mandão» e não fez golos. Abrindo a defesa com passes sempre fluidos, naturais, para o melhor sítio, onde Nelson, Marinho ou Lourenço iam buscar a bola, os «leões» mostraram bem quanto sabem.

Mas para quê? Terão pensado todos. Para quê estarmos sobre um relvado maltratado e um calor de fornalha, abafado, sem réstia de vento e com um sol tornado mais molesto ao deixar-se coar por nuvens maciças encobrindo o céu.

E, sem pressas, um tanto à socapa, os bracarenses terão acreditado, num pequeno brilharete. E Lua, Carlos Baptista, Bino, Fernando I e Palmeira lá foram assinando lances de perigo.

Depois do intervalo, o Sporting fez logo um golo. Lourenço soube ser oportuno no emendar com calma um falhanço espetacular de Dinis. Veio então o habitual espicaçar de vencido e vieram dois «cantos». Um deles um remate de cabeça de Lua, a causar calafrios, tão perto passou do poste com Damas no lado oposto.

Depois, no seu período mais autoritário, na medida em que sabia explorar o desacerto de movimentação entre Leiria e Fernando II, o Sporting perdeu por Nelson, Lourenço e Dinis, golos quase feitos.

Vieram as trocas, José Morais e Celestino, com meia hora para Jogar, substituíram Peres e Gonçalves. Mais tarde, também, Garcia, entraria para o lugar de Carlos Baptista nos bracarenses.

A oito minutos do final, com Morais a meter a bola em Marinho, este fez 0-2. Já antes o mesmo Marinho, em lance todo seu, só não fora feliz no remate.

Mas, Damas, entretanto, não vivera descansado sem viver aflito. Aflição, só uma: ao defender um «livre» apontado por José Manuel sem poder segurar, ante a ameaça de Palmeira.

Afinal, surpreendeu quanto uns e outros, apesar de tudo, puderam fazer sem incentivos maiores em tarde como aquela, quente, abafada.

No sossegado Sporting, Gonçalves, Peres, Marinho, Nelson e Lourenço, sobretudo este, deram nas vistas. Eles e Morais nos seus serviços para longa distancia.

No Braga, ora empertigado, ora menos crente, Agostinho e Lua foram os melhores, com Fernando I, Bino e Carlos Baptista até ao intervalo, os mais cotados do equilíbrio da partida.

Árbitro Fernando Leite sem quaisquer problemas, bem.

Fonte: Jornal Diario de Lisboa

Data: 24/05/1970
Local: Estádio28 de Maio, em Braga
Evento: Braga (0-2) Sporting, 2ª mão dos 1/4 final Taça de Portugal

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