RUGIDO VERDE

BRIO AUSTRÍACO NUMA CAUSA PERDIDA

Por Rolf Zachleder

LINZ (Áustria), 2 – Dois erros da defesa impediram que o Sporting de Lisboa, repetisse a vitória sobre os austríacos do Lask, no segundo jogo da primeira eliminatória da Taça das Cidades com Feira.

O resultado final foi um empate a dois golos, o que não deixa de ser uma merecida recompensa para a equipa de Linz, que procurou briosamente uma vitória, mesmo estando já perdida a causa da qualificação.

O Sporting não fez uma exibição muito regular, ao contrário, teve períodos de excelente futebol e outros de desacerto e menos aplicação. Ao contrário, a turma austríaca fez da aplicação a sua principal virtude e esteve muito perto de alcançar uma saborosa vitória, saborosa justamente por se tratar de um adversário de excelente categoria. Essa categoria esteve bem presente nos movimentos do «onze» português e na capacidade individual dos seus jogadores, e os referidos períodos de desacerto não chegaram para criar dúvidas sobre a sua força.

Os portugueses estiveram duas vezes em vantagem (1-0 e 2-1) mas o Lask lutou sempre com denodo, parecendo indiferente ao facto de ter a eliminatória perdida com o 4-0 de Lisboa. Bem impulsionados pelos seus companheiros da retaguarda, Wurdinger, Wieger e Leitrel II tentaram com desespero marcar na baliza de Damas, mas os portugueses foram sempre mais ameaçadores quando atacaram e a 8 minutos do intervalo marcaram o seu primeiro golo, pelo médio Gonçalves que se adiantou para a área. Cinco minutos depois, no entanto, Wurdinger repôs a igualdade e terá de agradecer aos defensores a liberdade em que o deixaram, mas também houve infortúnio do «stopper» Baptista, que se desequilibrou e caiu.

Depois do intervalo o Sporting, embora com certa lentidão, voltou a ser mais perigoso no ataque e por duas vezes a bola embateu na madeira da baliza de Harreither. Aos 22 minutos, porém, Lourenço que entrara em substituição de Marinho, rematou fortemente a finalizar uma jogada de «canto, e o Sporting passou outra vez a ganhar. Finalmente, a nove minutos do final da movimentada partida, Leither II teve o prémio pessoal da sua boa actuação, ao aproveitar uma indecisão do guarda-redes e defensores portugueses para obter o golo do empate.

Não está em causa a maior categoria do grupo de Lisboa, que possui jogadores de outra riqueza técnica, nomeadamente Nelson, Peres, Gonçalves e o excelente Hilário.

O empate foi, todavia, bem conquistado pelo Lask, que teve o mérito de esquecer o jogo de Lisboa para disputar esta partida com o brio e a bravura de quem ambiciona uma qualificação que já não estava no programa.

O jogo foi dirigido por uma equipa de arbitragem da Alemanha de Leste, chefiada por Bader, e as equipas apresentaram:

LASK: Harreither; Kiesenebner, Sturmberger («capitão»), Pichler (Schmidt) e Viehbôck; Chico e Bubernik (Leitner I); Wurdinger, Wieger. Leitner II e Nedvid.

SPORTING: Damas; Pedro Gomes, Alexandre Baptista («capitão»), Caló e Hilário; Gonçalves e Pedras; José Morais, Nelson, Marinho (Lourenço) e Peres (Celestino).

Golos: Gonçalves (40’) e Lourenço (77’) (Sporting); Wurdinger (44’) e Leitner II (82’) (Lask).

Fonte: Jornal Diário de Lisboa