RUGIDO VERDE

Esforço – Os nossos rapazes entram mais logo em campo, contra o Famalicão, com o objectivo de manter a diferença pontual para o FC Porto, nos oito pontos, a nove jornadas do fim. Continuamos invictos no campeonato e não poderá ser um empate doloroso em Moreira a fazer-nos duvidar do caminho que até agora, juntos, vimos a trilhar. Mais difícil de ultrapassar do que um empate é, sem dúvida, esta desconfiança imediata, que ganha raízes e se estende, qual trepadeira, sempre que o nosso Sporting tem um deslize. São estas as marcas indeléveis de um clube há muito tempo, demasiado, afastado das vitórias. Façam-nos acreditar, rapazes, mas não deixem vocês de acreditar no esforço que tem sido feito até aqui.

Dedicação – A forma como todos nós, sportinguistas, temos vivido este momento, por se poder aproximar uma conquista que, injustamente, há muito nos foge, coloca-nos, por vezes, com o foco em cima do futebol sénior masculino. Sendo o Sporting Clube de Portugal, de forma orgânica, um clube eclético, não devemos nós olhar para este momento com desconforto, pois, é de todos sabido a dedicação e carinho que a maioria dos sportinguistas dedica às restantes modalidades, que, merecidamente, muito após a construção do João Rocha, marca impressiva da anterior direcção, tantas alegrias nos tem dado. Será essa dedicação total ao clube, aqui por mim estendida ao futebol, que nos fará mais fortes e mais próximos de vencer, em todas as modalidades. Assim haja a mesma dedicação.

Devoção – Na brincadeira, em conversa com um grande amigo sportinguista até à medula, chamado Sérgio, costumo dizer que Alvalade é o nosso santuário, tal como Fátima o é para os crentes da senhora do sítio. A grande diferença está no momento da aparição. Em Fátima apareceu a nossa senhora aos pastorinhos (alegadamente para os niilistas, é parte da piada) e em Alvalade, desde a construção do estádio e apesar da Devoção e constante peregrinação, o título tarda em aparecer.Quero com isto dizer ao Sérgio e aos meus queridos sportinguistas e aos rapazes lá no campo, que a Devoção de cada um de nós, está perto de nos dar mais uma alegria e, já agora, confirmar a minha ideia de que a aparição está prestes a acontecer, desta vez para mais de 3 pastorinhos.

Glória – É aquilo porque todos ansiamos, mas que nesta caminhada, paradoxalmente, nos tem trocado a metáfora da luz ao fundo do túnel, pelo insecto que teima em bater na lâmpada, atraído pelo seu encanto. Foi assim que ficamos em Moreira, com o empate. Tenhamos a tranquilidade suficiente para nos sabermos afastar e aproveitar essa luz, saibamos ser humildes nesta caminhada, ponhamos o mesmo esforço e dedicação em cada jogo, e, em Maio, iremos todos eternizar no santuário de Alvalade, um momento que a todos orgulhará e que, mais importante do que tudo, coloca o Sporting Clube de Portugal no lugar que merece.

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