RUGIDO VERDE

Levantar e levantar de novo, até que os cordeiros se tornem Leões!

Quarta-feira, Abril 24, 2024

O Verde da Esperança

No passado dia 26 de setembro aconteceu no Pavilhão João Rocha uma Assembleia Geral que se revestia, na altura, de fulcral importância para o futuro do Sporting Clube de Portugal. Basicamente estava ali em jogo a sobrevivência do Sporting Clube de Portugal, ou o princípio do seu desaparecimento para dar lugar ao Campo Grande Football Club – ou a outra coisa qualquer fruto da vontade dos investidores.

Desde o início do projecto Roquette que o endgame do mesmo sempre foi a venda do clube através da alienação da maioria do capital social da Sociedade Anónima Desportiva (SAD). Soares Franco disse-o, o próprio Roquette também, assim como outros representantes dessa linhagem dinástica que tomou conta dos destinos do clube em 1996.

Já vários artigos aqui no Rugido Verde abordaram essa temática, como a monarquia foi afastada do poder em 2013 e conspirou nas sombras até conseguir regressar em 2018, com a total conivência dos sócios do clube.

Nos últimos dois anos temos assistido a uma ruína só comparável ao reinado de Godinho Lopes, ficando a clara sensação que esta gente pretendeu claramente recomeçar onde tinha ficado. A dívida zero do clube à SAD, a reestruturação financeira, o contrato de direitos televisivos, o afastamento dos empresários e fundos manhosos tipo Mendes e Doyens desta vida, tudo foi abruptamente terminado para voltarmos à ruína iminente.

Eu sempre disse que o plano é desvalorizar para vender (a SAD, o clube). Em apenas dois anos essa realidade apresenta-se cada vez mais iminente, e mais teria ficado ainda se os sócios tivessem legitimado o brutal aumento de dívida do clube à SAD – no último ano aumentou um Rúben Amorim – algo que não foi validado em AG de sócios violando os estatutos.

Esta AG violou ela própria os estatutos, ao não contemplar debate.

No entanto a oposição sportinguista nada disse, eu pergunto mesmo mas há oposição no Sporting por estes dias? Onde andam os indignados pela violação constante de estatutos levada a cabo por Rogério Alves? Onde pára João Benedito? Pedro Madeira Rodrigues? José Maria Ricciardi? Houve indignação das crónicas cartilheiras de Henrique Monteiro, Sérgio Abrantes Mendes ou Carlos Barbosa da Cruz? E o Vítor Espadinha?

Não, tiveram de ser sócios anónimos a interpor uma providência cautelar (PC) no sentido de impedir mais uma violação claro dos estatutos, PC essa que não teve decisão em tempo útil. Terá Rogério Alves usado a sua influência no mundo judicial para a bloquear?

Indiferente nesta altura. Os sócios responderam de forma inequívoca: NÃO, não concordamos com o rumo ruinoso que estão a seguir, não concordamos com o aumento da dívida do clube à SAD, não concordamos com a política desportiva deprimente que desvaloriza a olhos vistos a equipa principal de futebol profissional.

Ainda agora tivemos oportunidade de assistir a mais um episódio dessa política ridícula que é comprar apenas jogadores pela metade, 50% do passe de Bruno Tabata, um avançado que numa equipa que desceu de divisão não marcava golos. Mas o pior deste negócio em concreto é mesmo o facto de só se pagar o jogador em 2022, ou seja, já no mandato da próxima administração. Isto sim é uma herança pesada!

Não escondo que os resultados da AG de 26 de setembro foram uma enorme alegria para mim, finalmente uma vitória nesta titânica luta que travamos há dois anos contra estes Coreanos autistas que acham que o clube é deles e ignoram sistematicamente a voz dos sócios.

Por vezes é difícil avançar com esta luta, às vezes fica a sensação que estamos a bater numa parede, cá em baixo no pântano enquanto suas altezas reais estão lá em cima na tribuna ou no rooftop a magicar o próximo passo rumo à ruína do clube, à sua venda a uns quaisquer amigos mafiosos, retirando-o definitivamente da esfera dos sócios, do âmbito popular.

Este resultado foi um claro revés para eles. Foi bem visível o desagrado de Rogério Alves na divulgação dos resultados. O desagrado dele é a nossa motivação, a nossa esperança. Agora é cair em cima deles com tudo, não lhes dar descanso, manter a pressão. É preciso é não desistir, e continuar a acreditar. O Sporting há-de ser nosso outra vez!

É contudo lamentável e desapontante que tenhamos de o fazer sozinhos. Tal como já tive oportunidade de referir oposição é coisa que não existe. Temos de ser nós, o sócio e adepto anónimo a fazer o que era da responsabilidade de nomes como João Benedito ou José Maria Ricciardi. E menciono estes dois porque foram a eleições no último sufrágio tendo sido o segundo e terceiro mais votados.

Mas na realidade quem faz oposição somos nós, Rugido Verde e outros projectos online, núcleos e claques com manifestações e mensagens de oposição em locais públicos. E Bruno de Carvalho claro, que já nem sócio é mas está bastante activo nas redes sociais e no seu site.

É evidente que não são tarjas nas auto estradas ou movimentos Acorda Sporting com manifestações esporádicas que vão conseguir alguma coisa, a pandemia neste aspecto veio ajudar, e de que maneira, os palerminhas já que inibe as manifestações e proíbe o público nos estádios, ou seja, um catalisador imenso que podiam ser as multidões em Alvalade a protestar contra os maus resultados fica sem efeito. Porque não vale a pena ter ilusões: o que levou à queda de Godinho Lopes em 2013 foi a época paupérrima da equipa principal de futebol. É o que mexe com as massas, é o que leva as pessoas a reagir.

Mesmo na Comunicação Social não há praticamente nenhuma voz de protesto. Têm saído esporadicamente uns artigos de protesto de Hélder Amaral ou Augusto Inácio, muito pouco, demasiado pouco dado o momento decisivo para a vida do clube.

Os cartilheiros espalham a sua cartilha de veneração a Rogério, Varandas e compinchas diariamente, mesmo os nossos comentadeiros nos jornais de referência são nomes como Dias Ferreira, Sérgio Abrantes Mendes, Carlos Barbosa da Cruz ou Henrique Monteiro, que se limitam a tecer elogios a esta bolorenta e decadente direção. Eles próprios não passam dumas múmias empedernidas em que nada já representam o universo Sportinguista. Dias Ferreira teve o desplante de dizer num artigo recente que espera que esta equipa (a propósito da equipa principal de futebol) não sofra mais alterações pois poderá fazer uma época tranquila ainda que sem grandes ambições!

Deviam todos ter a humildade de perceber que a sua linha chegou ao fim, os sportinguistas já não os querem, saiam todos, e quando apelo a que se vão todos embora falo embora do clube mesmo, arranjem um clube só para eles, desamparem a loja, arredem de vez, ponham-se na alheta.

Obviamente que Rogério, Varandas e comparsas se fossem minimamente sérios e tivessem um pingo de vergonha na cara já se tinham demitido, já teriam saído pelo próprio pé. Mas estão bem grudados ao poder, já os estou a imaginar de peito feito completamente inchados “daqui não saio e daqui ninguém me tira. Venham cá tirar-me”.

Resta agora avançar com tudo o que estiver ao nosso alcance pelas vias legais, épicas batalhas jurídicas se avizinham, já deu para perceber que Frederico Varandas está bastante confiante na influência e poder de Rogério Alves no mundo da justiça para o conseguir aguentar na presidência. Resta saber é se Rogério está disposto a esse desgaste da sua imagem.

E pensar também em alternativas. Mas alternativas viáveis, que não são com certeza um João Benedito, um José Maria Ricciardi ou um Poiares Maduro.

Vamos ver o que acontece nos próximos capítulos, a nova época futebolística está aí e pode contribuir com um empurrão decisivo àqueles senhores. Aqui não vou fazer como Rui Franco, que abertamente desejou derrotas em todos os jogos do Sporting enquanto Bruno de Carvalho fosse presidente. Eu não desejo derrotas ao nosso Sporting, simplesmente não acredito é que elas deixem de acontecer…

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Comments

  1. Será que somos um clube de TRAFULHAS ,…só pode