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Terça-feira, Outubro 15, 2024

Quem quer um Pavilhão, se pode ter um Estádio?

Por resultado do brutal aumento da dívida do Sporting Clube de Portugal para com a Sporting SAD, que subiu 7124% em 2 anos (de 244 mil euros em 30 de junho de 2018, para 17,384 milhões de euros em 30 de junho de 2020), abriu-se ainda mais a (já larga) discussão de quais serão os objetivos de quem está à frente da SAD e do clube.

Ver este artigo para mais informação sobre a dívida do clube à SAD: https://www.rugidoverde.com/2020/06/17/os-altos-e-baixos-da-divida-do-sporting-clube-de-portugal-a-sporting-sad/

Ninguém tem dúvidas de que existem um, ou mais, objetivos para estas direções da SAD e do clube, que se apoderaram à força (e estou a ser gentil) dos órgãos sociais do clube.

Mas vamos lá explorar isto.

Dos objetivos que cada vez mais parecem reais, para além da já badalada venda das ações da SAD por parte do clube, e a consequente perca da maioria, diz-se também que o Pavilhão João Rocha faz parte da equação. Que será do interesse da SAD ficar com o Pavilhão, como fonte de rendimento. Pois eu acho que não! (Ou pelos menos um… não, apenas)

O Pavilhão João Rocha está atualmente apresentado como património 100% do clube, e a valer 7,490 milhões de euros. Retirando a depreciação acumulada, o valor real estimado é de 6,558 milhões de euros a 30 de junho de 2020.

Já o Estádio José Alvalade, tem um valor patrimonial de 116,638 milhões de euros. Retirando também a depreciação acumulada, ficamos com um valor real de 60,819 milhões de euros.

Portanto, o Estádio vale 10 vezes mais que o Pavilhão.

É verdade que o estádio está “arrendado” à SAD por muitos e muitos anos. E por isso o clube obtém uma renda assegurada (renda assegurada? Ui, que bom!).

Ora, imaginem lá. Se o estádio for vendido a terceiros pelo clube, para que possa pagar a sua dívida à SAD (talvez por exemplo, em 2026, no mesmo ano em que caem as VMOCs), o clube ficaria sem estádio e sem a maioria da SAD, tudo no mesmo ano.

Qual é o investidor patrimonial que não quererá um estádio, com uma renda a assegurar uma rentabilidade (sem impostos) de cerca de 5% ao ano? Quem disser que não é um bom negócio, que atire a primeira pedra.

E com este contínuo aumento da dívida do clube à SAD (que foi aproximadamente de 15 milhões de euros neste último ano), provavelmente a venda do Estádio nem vai chegar para o pagamento do total da dívida em 2026.

Aí sim, talvez alguém queira também o Pavilhão João Rocha.

O clube vai estar numa tal miséria, que só vai restar esta decisão aos sócios. Será a vida ou a morte.

E para além do clube poder perder o seu maior património – o Estádio José Alvalade, não terá também a capacidade para recompra das VMOCs, perdendo assim a maioria da SAD.

Desta forma racham de uma vez por todas o futebol das restantes modalidades, e os sócios que se entretenham nas suas Assembleias Gerais, enquanto os acionistas se entretêm nas AGs da SAD, a contar dinheiro.

Afinal de contas, para que é que a SAD quer o raio do clube com toda aquela chatice de ter de aturar os sócios. Essa escumalha mal parida?

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