RUGIDO VERDE

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Quinta-feira, Abril 25, 2024

Orçamentados e Ornamentados

Amanhã teremos mais uma AG crucial para os destinos do moribundo Sporting Clube de Portugal. E digo moribundo porque, na minha humilde opinião, levou o golpe fatal a 23 de Junho de 2018 e o que se passou desde então não é mais que a agonia lenta e prolongada de uma instituição que está para lá de qualquer salvação.

Contudo, e porque abomino este definhar lento de pessoas ou instituições que lhes rouba a dignidade que conquistaram em vida, atormenta-me a perspectiva de ver os tão propalados defensores do Sporting viabilizarem mais um orçamento que mais não é que mais um prego no caixão do clube verde-e-branco que aprendi a amar.

Alguns dirão que o novo orçamento reflecte o reconhecimento da realidade por parte de uma direcção que já se apresentou como manifestamente incapaz de colocar o clube na rota do sucesso – tudo o que foi organizado, planeado ou executado falhou redondamente.

Passam a ideia de viverem dos duodécimos que foram possibilitados pela direcção destituída (muito injustamente por sinal), e das jóias que lhes foram deixadas de “herança pesada” mas que, na verdade, não foram nem estimadas, nem recuperadas as que foram roubadas, nem descobertas novas! Daí a realidade ter, tão convenientemente, esbarrado nas ventas de quem finge que não percebeu que o caminho escolhido pelas elites iluminadas do costume só podia dar nisto.

Outros, quiçá mais esclarecidos e acima de tudo com melhor memória, apregoam que o orçamento a aprovar mais não é que um ornamento para o caixão do clube que construiu o mais extenso currículo desportivo de Portugal e um dos maiores da Europa.

A bem da verdade, tendo a concordar com os últimos. Não é compreensível que um clube que à data de 2018 competia de igual para igual com Juventus e Real Madrid na Liga dos Campeões; que lutou até ao fim pela presença na Champions da época seguinte – e cuja oportunidade perdeu da forma que se sabe; que tinha cerca de 500 milhões de euros em receitas provenientes da NOS por receber; que tinha ultrapassado com enorme sucesso uma situação de bancarrota iminente em 2013; que tinha construído um dos plantéis mais valiosos da história do futebol português, esteja novamente no “caminho do PER”.

Isto só se pode traduzir numa manifesta inoperância de quem rege os destinos do clube – será propositadamente? Será incompetência pura? Não sei… Ou se calhar sei mas não quero dizer.

Sei acima de tudo que o que se pretende aprovar naquele orçamento de ornamento não passa de mais uma facada no espírito leonino e no legado que o enorme Sporting Clube de Portugal construiu ao longo de 112 anos de História – os dois anos mais recentes já nem podem ser apelidados de pertencentes ao Sporting porque… enfim… Chacota nunca fez parte do lema “Esforço, Dedicação, Devoção e Glória”.

Mas não me julguem completamente intransigente ou desprovido de noção da realidade. Obviamente que na minha vida pessoal não gasto mais do que o que recebo. E isso deve ser algo inerente à boa gestão de qualquer empreitada, seja particular, empresarial, institucional ou nacional.

Não me peçam é noção da realidade quando havia tanto a nosso favor em Junho de 2018 e dois anos depois já não existe nada. Se me acusarem de não ter noção da realidade, eu acuso-vos prontamente de não terem noção da História. E essa meus caros, não tem preço ou orçamento.

Na próxima AG é votar a NÃO à aprovação deste ornamento e mandar estes bufos dos orelhas e Rangéis desta vida para as mães deles.

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Comments

  1. A opinião é livre. e ninguém é dono da verdade. Mas não existe opinião sem subjectividade. Faz parte da natureza humana e é aceitável, mas o que se faz neste texto é demagogia consciente para arregimentar papalvos. Nada de novo. Na história há muitos exemplos.

    O autor deste texto, parte de um pressuposto errado, procurando inverter a realidade dos factos. Não houve, e sabe-o bem, nenhum golpe para derrubar a anterior direcção. O que houve foi um golpe dessa Direcção, criando órgãos paralelos, para fugir ao veredicto dos sócios, em Assembleia Geral, legalmente marcada, como foi comprovado pelo poder judicial. A anterior caiu vítima da sua própria acção.

    A partir daí, cria-se toda esta falsa narrativa, que como único intuito derrubar os órgãos sociais legitimamente eleitos para voltar a colocar no poder o brunismo. A partir daí aproveitam-se erros da actual direcção, como se a anterior não os tivesse cometido, para unir o “exército” de fanáticos de uma personalidade, que não de do Sporting Clube de Portugal.

    Esta direcção que não apoiei em eleições, foi escolhida, e têm um mandato para dirigir o Clube. Teve de resolver problemas complicados, que não vou especificar, para não me alongar, e está a conseguir recuperar um Clube que encontrou à beira da insolvência. Votar contra documentos de gestão como meio para desgastar a direcção, não prejudica essa direcção, transitória como todas as outras, mas prejudica o Sporting, na sua imagem e na sua credibilidade.

    Quem actua desta maneira não pode gostar do Sporting. Quem actua assim, envergonha os sportinguistas.

    1. Paulo Vieira

      O autor deste texto tem uma noção exacta da realidade dos factos, ao contrário do senhor que apenas se limita a debitar a falsa narrativa que a CMTV e restantes cartilheiros lhe incutiram até à exaustão. A continuarem estes corpos sociais à frente dos destinos do clube e da SAD,muito em breve você irá perceber que afinal o papalvo é você, só que, nessa altura, o mais provável é já não haver salvação possível.

  2. Henrique Morais

    O Golpe fatal só teve um culpado. apoiem o Clube e não desestabilizem ainda mais.

    1. Octavio

      Leu as transcrições do julgamento, ou ainda vive na caixão CMTV