RUGIDO VERDE

A vida ensina o ser humano que os melhores momentos da vida são feitos de momentos intensos, vividos pelas emoções que não teremos mais, e o que tu fazes ou é sentido ou não fará sentido algum.

Sou da geração de 90. Cresci longe das rotinas do Velhinho Estádio José Alvalade, da Nave, dos grandes momentos da altura. O meu Sportinguismo “ferrenho”, desde sempre, fez de mim um defensor intransigente dos máximos valores de um clube que quer ser tão grande como os maiores da Europa. Um clube eclético, um clube que qual seja o pavilhão, o estádio, a pista, etc… está lá para vencer.

Não é por acaso que os nossos desígnios se baseiam no Esforço, na Dedicação e na Devoção. Cada atleta no mundo Sporting tem de ter na sua mente a certeza de que o seu trabalho diário o levará à Glória. Tenho para mim que a grande parte dos nossos atletas tem um ADN leonino, tem a vontade de vencer maior que a de todos outros. É, por isso, que seja qual for a direcção do clube, o Sporting vence na maioria das modalidades.

Se é o suficiente para sermos um clube tão grande como os maiores da Europa? NÃO!

Um clube como o Sporting tem de viver de paixão, não de egos. Um clube para vencer regularmente tem que investir num projecto que, em primeiro lugar, tem de ser respeitado internamente e mais tarde, na Europa. Um projecto com títulos, de promessas cumpridas, de crescimento, desenvolvimento em todas as áreas.

Sinto um clube sem chama, um clube de egos, um clube que não respeita, nem se dá ao respeito. A vida ensinou-me que quem não se sente, não é filho de boa gente.. E, neste momento, para mim, quem “come” o que toda ou qualquer direcção croquettista faz, está a cooperar para o fim do Sporting Clube de Portugal, dos meus avós, dos meus pais e, futuramente, dos meus filhos.

Por fim, olho para trás e apraz-me dizer que “estava tão bom, estava de sonho”. Para muitos sei que custa engolir, sei que lhes custa dar razão a quem a tem, já a outros vão ter de engolir da forma mais dura e cruel. O Sporting Clube de Portugal está a correr riscos inqualificáveis.

Sinto saudades do meu Sporting Clube de Portugal, aquele que os próprios sócios decidiram abandonar.