RUGIDO VERDE

A entrevista de Jefferson e a capa do jornal A Bola desta segunda-feira com Raphinha em destaque voltaram a levantar o véu sobre o padrão existente no reinado de Varandas: Quem era próximo de Bruno de Carvalho ou escolha pessoal dele é para sair.

Jefferson em entrevista à SportTV refere que foi dispensado por e-mail e SMS e não poupa criticas à direcção. Recorde-se que Jefferson entrou no Sporting em 2013, sendo o primeiro reforço de sempre do anterior presidente,e, ironia das ironias, ficou no clube mais tempo que o próprio Bruno de Carvalho.

Já Raphinha, jogador apresentado antes da destituição (e descartado à última hora para manter no clube o capitão rescisor), disse sentir-se tratado como mercadoria e que não queria ter saído.

Isto são os casos mais recentes, mas ninguém de certeza ainda se esqueceu do tratamento rasteiro e desumano com que Varandas e sua trupe brindou Nani, Montero e Viviano.

O capitão Nani, um jogador que sempre que possível voltou à sua casa e sempre pela mão de Bruno de Carvalho. O capitão que avisou o que se estava a passar vestindo uma camisola com o símbolo invertido. Um dos melhores de sempre a sair de Alcochete e que agora é estrela no campeonato americano e da sua equipa.

Mas não servia para o clube, pois o balneário era pequeno demais para ele e para o desertor. A corda partiu para o lado, claro está, de Nani para poder dar estatuto de maior da aldeia e quiçá da galáxia a quem tinha rescindido meses antes.

Também Montero saiu a custo zero com a justificação de poupar salários, uma mentira já várias vezes desmascarada. E Viviano, por ter sido apresentado poucas semanas antes da AG23, também nunca contou mesmo sendo o melhor guarda redes do plantel.

Passando para as modalidades, o padrão é semelhante. Carlos Carneiro do andebol numa entrevista pós-jogo profere as declarações visíveis na imagem ao lado. Resultado: é dispensado, mas depois afinal já não é. Ficou no plantel, mas pouco ou nada joga. Há coincidências fantásticas.

No voleibol, o Sporting teve a sorte do melhor jogador de sempre em Portugal aos 47 anos ainda estar no activo. Esteve nos festejos do título nacional ganho logo no primeiro ano abraçado ao ex-presidente e, de um dia para o outro, também é despachado. Repito: O melhor jogador de sempre de volei em Portugal é sportinguista e nem uma despedida decente teve.

Na secção de futebol feminino, a dispensa da directora Raquel Sampaio esteve directamente relacionada com o desastre da temporada anterior. Uma saída que ninguém sabe explicar de alguém que ganhou tudo e era a pessoa certa no lugar certo. Solange Carvalhas, mesmo não sendo titular, era um pilar do plantel e fazia parte do lote de capitãs desde a reactivação da modalidade e teve a mesma “sorte” dos restantes. De um dia para o outro, já não faz parte do plantel, dispensada juntamente com outras jogadoras menos cotadas dentro do mesmo pack. Será que é porque é amiga pessoal de Bruno de Carvalho? Não, impossível!

No hóquei, João Pinto também saiu, mas por motivos extra-direcção. Mas não deixa de ser engraçado que todos os jogadores das modalidades (mais Nani) aqui listados, eram capitães das suas respetivas equipas.

Mais recentemente Jorge Fonseca campeão do mundial de Judo é completamente omitido de todos os órgãos oficiais do clube, depois de vários elogios a Bruno de Carvalho, obrigando o núcleo do Cacém e as claques por iniciativa própria a prestar-lhe a mais que merecida homenagem. Por mais que tentem, quem está de boa fé não esquece.

Passando para a Sporting TV, canal que está cada vez mais perito em reescrever a história, pois segundo o que podemos ver, depois de Godinho Lopes o clube esteve 5 anos sem presidente. Não o conseguimos vislumbrar em parte alguma. Cortado e deitado fora.

Também aqui existiu uma purga de colaboradores não alinhados com o regime existente. Os comentadores Paulo Afonso Ramos e Pedro Baptista desapareceram do ecrã para dar lugar a espaços de corte e costura e culinária. Inês Simões (na foto em cima com Solange e Bruno de Carvalho), por estar ligada à campanha “Leais ao Sporting”, tinha obrigatoriamente de sair. A apresentadora Sofia Oliveira foi para o canal 11 e os grandes Carlos Dolbeth e Fernando Correia, sportinguistas até à ponta dos cabelos, foram postos fora enquanto o diabo esfrega o olho. O último foi inclusive porta-voz do ex-presidente no período em que estava a ser atacado por todos os lados. Não podia lá continuar.

A época de caça aos brunistas está aí para continuar por muitos anos, quais reis da era medieval, que puniam severamente os infiéis ou os que fugissem às regras. A espada do regime varandista está erguida para quem ouse sequer elogiar o que bom se fez no passado.

Mas seus súbditos que o colocaram no trono de papelão já lhe retiraram a coroa só que ele ainda não sabe.

Nota: Por lapso foi colocado Miguel Maia, mas o rumor da sua saída do clube não foi mais do que isso. O atleta continua (por agora) no clube.