RUGIDO VERDE

Saiu ontem um comunicado do Sporting Clube de Portugal SAD a dar conta da formalização de alterações aos contratos de financiamento entre o Grupo Sporting e os Bancos.

É necessário esclarecer que o comunicado em questão não corresponde a nenhuma nova reestruturação financeira, mas apenas a mais uma etapa do processo que foi iniciado e negociado pelo anterior Conselho Directivo, o que facilmente se constata relativamente à informação contida nos últimos R&C do clube e da SAD, a qual é muito equivalente à informação constante no referido comunicado.

Mais, a informação agora apresentada já constava no prospecto do empréstimo obrigaccionista apresentado em 9/10/2018.

Desta forma, como se pode facilmente constatar, o comunicado não contém nas alíneas a) e b) nenhuma nova informação que seja particularmente relevante, excepto uma melhoria em dois pontos: “excesso da venda de passes de jogadores”, que baixou de 35% para 30%, e “Cash Sweep”, que baixou de 35% para 30%.

Estas duas melhorias de 5% são, de facto, muito pouco para treze meses de mandato e de negociação com os bancos.

O referido comunicado menciona ainda que “o Grupo Sporting procedeu à regularização de todas as obrigações pecuniárias vencidas, encontrando-se assim em cumprimento perante os bancos“, sem especificar o montante que foi pago aos bancos, o que não deixa de ser surpreendente.

Como já foi referido várias vezes, o Grupo Sporting encontrava-se em incumprimento perante a banca, relativamente às obrigações decorrentes do acordo de reestruturação financeira desde o dia 31/03/2019 e que o acordo com a banca foi adiado duas vezes, conforme referem os próprios R&C trimestrais e anuais da SAD.

Na medida em que não foram revelados os montantes liquidados, iremos aguardar pelo R&C do 2º Trimestre do exercício económico de 2019/2020, para entender qual a dimunuição do valor da dívida bancária e se efectivamente o Grupo Sporting passou de uma situação de “incumprimento” para uma situação de “cumprimento” perante os bancos, como sugere o comunicado.

Curiosamente (ou talvez não), este comunicado surge no dia imediatamente anterior a uma AG, em que o actual Conselho Directivo se apresenta particularmente fragilizado pelos fracos resultados desportivos da equipa de futebol profissional que se têm registado recentemente e pelos inúmeros erros de gestão e equívocos comunicacionais que se têm vindo a acumular no actual mandato de F.Varandas, os quais reflectem a sua incapacidade, falta de perfil e de preparação para o lugar que ocupa.

Nota: Hoje realiza-se uma AG Ordinária do clube para apreciação e votação do R&C 2018/2019.

Esperemos que desta vez, o Dr.Rogério Alves publicite os resultados da votação desta AG em termos de números de votantes (Sim e Não) e não apenas em termos de votos (Sim e Não), contrariamente ao que aconteceu na AG de 30 de Novembro de 2018 relativamente ao Orçamento R&C 2018/2919 e 2017/2018, em que apenas foram revelados os resultados da votação em termos de votos (Sim/Não) e não em termos de votantes (Sim/Não).

Lamentavelmente, Dr. Rogério Alves, decidiu abrir, pela 4a vez consecutiva numa AG que preside, a votação antes de encerrar a discussão do(s) ponto(s) da ordem de trabalhos.

Esperemos ainda que reconsidere em sede da própria AG de hoje, até porque na AG de 30 de Novembro de 2018 presidida pelo Dr. Rogerio Alves, a votação do Orçamento 2018/2019 e do R&C 2017/2018 apenas se realizou após terminada a discussão dos pontos da ordem de trabalhos.

Recorde-se que esta AG também se realizou na noite de um dia útil (sexta-feira) e tinha 2 pontos na ordem de trabalhos.

Mais uma vez e lamentavelmente, os sócios apenas terão conhecimento do R&C 2018/2019 em sede da própria AG, excepção feita aos sócios que tiveram disponibilidade para se deslocar nos oito dias anteriores à AG ao Centro de Atendimento aos Sócios.

Vítor Damas