RUGIDO VERDE

Surgiu hoje uma notícia no jornal “O Jogo” de que o Sporting está a “ultimar o acordo de renegociação da dívida bancária com as entidades financiadoras da sociedade e do clube”, que “o elenco liderado por Frederico Varandas deverá conseguir uma redução da dívida entre os 100 e os 130 Milhoes de euros” e que “ainda pelo meio haja sempre custos inerentes à intermediação e participação do fundo de investimento na operação.”

Se somarmos os 154M € da dívida bancária da SAD ao BCP e NOVO Banco ao passivo do clube de 73M € e às VMOCs de 135M €, chegaremos a 362M €. No entanto, convém referir que ao abrigo da reestruturação financeira negociada pelo anterior Conselho Directivo e conforme confirmado no ultimo R&C da Sporting SAD, as mesmas podem ser adquiridas por 40,5M €, ou seja por 0,3€ por VMOC. Desta forma, 94,5M € de dívida seriam sempre removidos em caso de compra das VMOCs.

Sendo assim, a diferença entre 100M € e 94,5M € é de 5,5M €, pelo que esperemos que os “custos inerentes à intermediação e participação do fundo de investimento na operação” não sejam superiores a este valor.

Obviamente que teremos de ficar à espera do final do acordo de reestruturação financeira para poder comentar melhor esta operação, sendo que se regista que este Conselho Directivo se encontra actualmente em incumprimento perante a banca desde o dia 31 de Março de 2019, e já comunicou por duas vezes o adiamento de um possível acordo com os bancos, deixando o Sporting à mercê de factores externos que poderão fazer com que o clube possa perder a maioria da SAD.

Esperemos também que quando o acordo com os bancos esteja finalizado, os sócios do clube e os accionistas da SAD possam saber as exactas condições do mesmo em sede de Assembleia Geral por uma questão de transparência, pois o mesmo não sucedeu na operação de titularização de crédito da NOS, onde os sócios e os accionistas ainda continuam a desconhecer a taxa de juro praticada nesse negócio.

Vitor Damas