RUGIDO VERDE

Levantar e levantar de novo, até que os cordeiros se tornem Leões!

Sexta-feira, Abril 19, 2024

Monoliso

A direção presidida pelo Dr. Frederico Varandas é realmente uma direção diferente. A gestão que estão a efetuar no Sporting Clube de Portugal assenta em paradoxos com bastantes peculiaridades, sendo a própria estrutura em si um paradoxo bastante peculiar.

Confuso? Vejamos então.

Preparação da época desportiva, o paradoxo de Sorites.

A equipa apresentava debilidades em comparação com os rivais. Essas mesmas já vinham identificadas da época desportiva passada, na qual, mesmo com todas as condicionantes, se conquistou duas taças, ambas decididas na lotaria dos penalties.

Se o mercado de janeiro da época passada não tinha sido propriamente brilhante, o do Verão acabou por ser ainda pior.

Relativamente às saídas, estas não me criaram grandes obstáculos, visto que a grande maioria dos jogadores que saíram não acrescentavam grande coisa ao estilo de jogo que estava a ser implementado ou não tinham mesmo qualidade para jogarem no Sporting Clube de Portugal.

Dr. Frederico Varandas, confrontando mesmo os seus próprios ideais, lá acabou por despachar três jogadores a troco de uns milhões. Acredito que tenha feito uma força mental imensa para não cair na tentação de rescindir com eles. Olhando só para o plano desportivo, se as saídas não me criaram nenhuma confusão (o valor da venda do Dost já abordo a seguir), as soluções apresentadas para substituir essas saídas foram no mínimo caricatas.

Fazendo um apanhado geral das movimentações, o mercado de transferências do Sporting Clube de Portugal resumiu-se ao último dia do mesmo e foi tão aberrante que levou Marcel Keizer a duvidar e a pedir a demissão do Kaizen praticado no último dia do mercado de transferências.

Se o plantel apresentava debilidades com os atletas que transitaram da época passada, o que dizer sobre as alternativas apresentadas de forma atabalhoada ao ex-treinador da maior instituição desportiva nacional.

Hugo Viana fez uma horrível preparação da época desportiva do Codecity. Se não fosse o treinador Silas, a equipa teria ido para a segunda divisão. Beto, tal como ficou evidenciado neste último jogo no Bessa, não está lá a fazer nada. Não se mostra ativo com as decisões duvidosas das equipas de arbitragem, os jogadores andam completamente à vontade, sem brio nenhum, e o guru do futebol fácil, fácil está a perceber que, afinal, nada percebe de futebol em concreto, tirando umas massagens e uns banhos de gelo.

Os três juntos formam o Trio Odemira do futebol português. Não existe um projeto desportivo sustentado e andam ao sabor do vento, sendo que a fava irá sobrar tanto para o Beto, como para o Hugo Viana e acabarão por bater com a porta como o Keizer ou serão despedidos e acusados de bodes expiatórios.

Como qualquer grupo musical, são necessários instrumentistas para poder atuar, pelo que não convém camuflar a incompetência de Raúl José e Manuel Fernandes, os gurus do scouting com as suas shortlists de 2008, credo.

Os sinais estiveram lá todos na pré-época e acabaram por ser ignorados. Fazendo uma analogia com o paradoxo de Sorites, dois jogadores sem qualidade para o Sporting Clube de Portugal não punham em causa o projeto desportivo, mas um conjunto deles põe.

Não estavam preocupados, mas agora “já está, já está”.

Comunicação, o paradoxo de Popper

“Tolerância ilimitada leva ao desaparecimento da tolerância.”

Assim o foi. Se ao primeiro, os Sportinguistas até toleravam os desvaneios do adolescente que gere as plataformas de comunicação do Clube, neste momento, independentemente da visão que possuem para a maior potência desportiva nacional, ninguém tolera mais as palermices.

O último ato tresloucado foi uma resposta a um vídeo de um rival que provocou o clube de nascença do verdadeiro Rei do futebol, Cristiano Ronaldo. Tal como Cristiano cresceu e abriu os olhos, está na altura do adolescente que trabalha no Sporting Clube de Portugal crescer e abrir também os seus.

De tantos jogadores que saíram do Benfica para procurarem subir na carreira desportiva indo para o Sporting Clube de Portugal, foram logo escolher um que nunca nos representou e que destilou sempre um ódio visceral contra a Instituição, talvez por amargura de nunca a ter representado. Com atletas como Paulo Sousa, João Vieira Pinto ou até mesmo Jardel que chegou a Portugal para um lado, mas tomou a decisão certa e veio a sagrar-se campeão nacional do lado certo, qual a necessidade de se ter ido buscar um antigo avançado do União de Tomar? Foi para agradar ao Braz da Btvi, um fanático sócio e apoiante do Dr. Frederico Varandas?

Já que abordei o Minotauro da Btvi, é curioso ver esse sujeito quase a rasgar a camisa em direto para defender a sua Pasífae, perdão, para defender o presidente do Sporting Clube de Portugal.

Já a Pasífae continua disfarçada dentro da sua vaca de madeira, repintada de verde e branco para não se notar o encarnado. Depois de ter deixado a Btvi, onde fazia programas especiais para analisar todas as decisões do anterior Presidente e que, perante o maior escândalo do futebol português, o caso dos emails verdadeiros, encobria os crimes escudando-se na dinâmica diferente que o programa que apresentava possuía, um painel de altivez com o Pedro Barbosa e o Nuno Gomes, a piada faz-se sozinha.

Apesar de um conjunto de situações inerentes a tomadas de posições duvidosas, lá foi construindo a vaca de madeira com a ajuda de Dédalo e veio parar aonde nunca deveria ter entrado. Convém frisar que utilizou a vaca para também fugir ao programa Sporting160, depois de mais uma exibição portentosa da equipa contra o Boavista.

Já o presidente vai transparecendo um certo desconforto nas entrevistas que dá ou, pelo menos, naquelas que eu consegui ver por causa dos Sportingados, que o deixaram de o ser, para passarem a ser os esqueletos. Não vi todas, porque algumas não tinham legendas e essa falha técnica dificultou a minha perceção sobre as temáticas que o Dr. Frederico Varandas ia abordando. Criticou essa gente e bem, mas cuspiu na mão que lhe deu de comer, pois se não fossem esses tais esqueletos não seria presidente do Sporting Clube de Portugal.

Muito trabalho pela frente para o seu fiel companheiro que lhe trata da comunicação, o benfiquista Gonçalo Santos.

Situação financeira, o paradoxo de Schrödinger

O ponto mais fácil de explicar da gestão liderada pelo Dr. Frederico Varandas.

Tal como o gato do paradoxo do Schrödinger se encontra meio vivo e meio morto, dependendo do observador, a gestão financeira do Sporting Clube de Portugal encontra-se na mesma situação e, como tal, irei abrir a caixa na situação em que o gato se encontra vivo.

Tirando o empréstimo obrigacionista falhado, tirando a necessidade de financiamento através de um fundo americano, deixando a nu a falta de engenho para se encontrar soluções financeiras menos calamitosas para a Instituição, tirando a dezena e meia de jogadores que rescindiram a custo zero, tirando o péssimo negócio financeiro da venda do Bas Dost, tirando o aumento do passivo, tirando o ROC com resultados negativos, tirando os acordos feitos com os jogadores que rescindiram sem justa causa, tirando estas situações todas, até estão a fazer um excelente trabalho.

Lá está, depende da natureza do observador, pois se retirarem 95% das ações tomadas na área financeira, olhando só e apenas para as vendas positivas do Raphinha e do Thierry, mais para a primeira porque a segunda já se sabe o que irá acontecer, a minha honestidade intelectual não me permitiria afirmar outra coisa sobre elas, está a ser fantástico.

Esqueci-me propositadamente de acrescentar um “tirando”, o dos 2M por um protocolo chinês. Ninguém sabe para onde realmente foram, mas teriam, por exemplo, dado jeito para segurar o Ansu Fati, o miúdo de 16 anos que vai partindo tudo no Barcelona, mas optou-se pelo Wang e por um comunicado a frisar a outra parte do paradoxo, a do gato morto.

Em suma, tirando todos os tirandos que frisei, penso que a direção merece ser aumentada exponencialmente, pois o mono está liso.

Nota do Editor: texto escrito por Reaction

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Comments

  1. Rei Leão

    Excelente texto. Retrato fiel do que tem acontecido no Sporting. Parabéns.