Olá novamente, Sporting Lisboa

O Estádio José Alvalade XXI quando ainda não tinha uma assistência média de 33 mil pessoas (supostamente).

Lembro-me de ser miúdo e crescer a ouvir histórias do meu pai sobre o Sporting, o ecletismo, os Cinco Violinos e o nosso palmarés que tanto orgulho dava (e dá).

A verdade é que quando era miúdo e comecei a seguir o clube, rapidamente percebi que o Sporting daqueles dias estava bem longe das histórias que ouvi ao crescer. Comecei logicamente a questionar a realidade do meu clube e cheguei à conclusão que algo de muito errado se passava no clube.

Das primeiras coisas que aprendi do meu clube é que o Sporting é um clube nobre. Esta ideia de Nobreza foi completamente confundida e deturpada com o que vemos hoje em dia – Sim, um nobre pode ter posses financeiras mas a verdadeira nobreza que define o Sporting está no ser nobre de valores. Vemos agora esta nobreza que é facilmente confundida.

Finalmente, enquanto Sportinguista consegui ver o Sporting que o meu pai sempre me falou. Tínhamos atitude e metiamos respeito, fosse contra quem fosse. Ganhámos tudo (sim, até o campeonato nacional de futebol da época 15/16). Tínhamos um Presidente que era um alucinado e um canalha, até para alguns Sportinguistas, mas a verdade é que os resultados continuavam a teimar em aparecer e isso era uma chatice para muita gente de bem, mal habituadas aos tachos.

De repente, o conselho directivo em funções é bombardeado: primeiro há um ataque à Academia, que possibilita as rescisões de contrato e que inevitavelmente permite aos jogadores atacar uma direcção sem precisar de se porem a jeito, porque toda a gente fala por eles. Pouco depois vem um alegado processo que coloca um dos principais objectivos do conselho directivo em cheque, com um alegado esquema de corrupção – Este processo que, até hoje, não tem provas de nada!

Temos um clube em Portugal que arranjava fruta para árbitros e os sócios nunca se atreveram a pôr em causa quem estava a gerir o clube.

Temos um clube em Portugal que andava envolvido em tráfico de estupefacientes pesados, que esteve envolvido em vários casos de corrupção e que envolvem directamente o poder político e judicial deste país e os sócios nunca se atreveram a pôr em causa quem estava a gerir o clube.

E depois temos o Sporting, que tem malta a gerir o clube e que se especula que tiveram algo a ver com o que tinha acontecido no clube. A única coisa que verdadeiramente aconteceu foi a entrevista de Bruno de Carvalho ao Diário de Notícias, onde assumiu que o Sporting iria adquirir as VMOC’s e passar a ter mais de 90% do capital da SAD. Isto foi em Abril, um mês antes dos acontecimentos de Maio.

Agora passou um ano e qualquer coisa desde que tudo aconteceu. O que é que melhorou realmente? Voltámos a ser um clube simpático. Somos pioneiros na arte de vender jogadores, porque agora “vendemos” qualquer jogador por uma fantástica quantia de zero euros. Não fosse o montante por si só preocupante, vemos os actuais órgãos sociais do clube pouco preocupados em explicar aos Sportinguistas o que se está a passar e o porquê de se estar a passar.

Há três anos atrás, eu estava triste porque tínhamos perdido contra o Real Madrid e hoje vejo o meu clube a empatar com o Marítimo. E ainda estivemos a perder!

Onde está o Esforço, a Dedicação, a Devoção? E onde está a Glória? 8 ou 9 imbecis rescindiram com o Sporting ao alegarem que foram agredidos. Neste acontecimento só existe uma coisa que nos dá essa ideia de forma clara, e essa coisa é uma fantástica fotografia de um jogador que levou uma fivelada na pinha. E imaginem, que para azar dos azares, não é que foi logo o ponta de lança titular, que até aquele momento fartava-se de marcar golos e era bem possivelmente o jogador referência do mandato do maluquinho?

Aproveito para vos dar o lembrete que tecnologicamente evoluímos muito, ao ponto de uma foto conseguir ser facilmente editada. Para os cépticos faço-lhes o convite de me mostrarem uma fotografia ou um vídeo em directo do ponta de lança holandês em que se veja a cicatriz (uma fivelada daquelas tem de deixar marca, né?!). Deixo inclusive a dica de verem as filmagens deste jogador a sair da GNR no dia do ataque e no dia em que levou com o cinto.

Onde está a mentalidade, não só dos jogadores, como dos próprios Sportinguistas?

Como é que chegamos ao ponto de termos Sportinguistas a dizer “Eu quero lá saber das modalidades, eu quero é saber do futebol”?

Até quando vamos permitir que gozem connosco?