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Terça-feira, Abril 23, 2024

Quem quer ser presidente do Sporting?

Pequeno spoiler: uma boa parte deste texto utiliza Bruno de Carvalho (e restantes colegas de direção) como exemplo e como não podia deixar de ser num texto meu. A bem da verdade, acredito que não seja espanto para vocês que já me vão conhecendo…

Bruno de Carvalho foi uma pedrada no charco que era (e voltou a tornar-se) o Sporting e o seu exclusivismo bacoco. Depois de uma linhagem quase unicamente oriunda da famosa “elite”, surgiu como outsider, reuniu a sua equipa, apresentou-nos o seu projeto, foi altamente injustiçado numa primeira ida às urnas mas retornou para uma natural vitória em 2013, depois de tantos anos de delapidação de património e de danos irreparáveis que deixaram o Sporting à beira do fecho de portas.

Para além da minuciosa e acertada gestão financeira, da recuperação da militância leonina, dos inúmeros títulos nas modalidades, da Sporting TV, do Pavilhão (podia aqui continuar até amanhã), a eleição de Bruno de Carvalho mostrou ao mundo do Leão que o povo também pode governar, que não é preciso ser-se juiz, advogado, administrador ou gestor de renome para se poder almejar a presidência do Clube.

Mas se isto constitui uma vantagem, a verdade é que ultimamente tenho reparado que estamos perante o famoso “pau de dois bicos”: se é democraticamente valioso que eu ou o caro leitor possamos sonhar em um dia tomar as rédeas deste Clube centenário, também não deixo de olhar com alguma preocupação para o facto de, nos tempos que correm e dado o muito fraco desempenho da atual liderança, todo o indivíduo com um mínimo de atitude seja apontado como possível solução.

Para se lá chegar, parece-me ser preciso muito mais que isso – é preciso muito mais que postura, é preciso muito mais que carisma, é preciso muito mais discursos acertados em Assembleias Gerais ou que amigos ou familiares a incentivar.

O Mundo Sporting é muito grande e merece opções adequadas ao seu tamanho – um projeto sólido, com bons intervenientes, com garantias de financiamento, com estratégias válidas e sustentáveis para o Sporting não nasce do dia para a noite.

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Aliás, toda a candidatura de Bruno de Carvalho assentou nesse pressuposto – não ignorando a óbvia propensão para mobilizar multidões, de discurso forte, agressivo mas normalmente assertivo, a verdade é que parte da equipa de Bruno de Carvalho (como são os casos de Carlos Vieira, José Quintela, Luís Giestas ou Alexandre Godinho) foram também importantes no sucesso que se fez sentir no período de 2013 a 2018. Embora se tenha rodeado de muita personae non grata, os elementos competentes que lutaram a seu lado não devem sair prejudicados quando é feito o resumo e a retrospetiva de ambos os mandatos.

Acima de tudo, o que me parece é que é importante que nos preocupemos única e exclusivamente em SERVIR o Clube e não o contrário – se, na minha opinião, é totalmente válido ter-se o sonho de chegar à presidência do Sporting (quem nunca pensou nisso, por mais efémera que essa ideia possa ter sido, que atire a primeira pedra), seja a curto, médio ou longo prazo, não me parece minimamente razoável torná-lo um objetivo de vida.

Se o primeiro mandamento que os sócios tivessem presente fosse esse mesmo, o de apenas servir o Sporting, podem crer que não estaríamos nesta negra conjetura. Portanto, façamo-lo sempre sem segundas intenções. O Sporting é demasiado grande para os nossos caprichos e ambições pessoais.

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Comments

  1. HULK VERDE

    É por isso que é tão importante os sócios terem poder de decisão, respaldados nos estatutos, e não serem manipulados por minorias como a que actualmente desgoverna o Clube.
    Tem de haver transparência e fiscalização efectiva e independente da legalidade dos actos eleitorais e também de participação em assembleia (votações), assim como rigor, respeito e equidade por parte da Mesa da Assembleia Geral e seu Presidente, o que não se verifica actualmente, nem sequer o respeito pela privacidade do voto secreto, com os números e códigos de barras nos boletins.
    E veja-se que a diferença de votos entre escalões de associados já é acentuada, gerando desequilíbrios de representatividade, quanto mais se forem manipulados como têm sido no regabofe de certas e recentes AG extraordinárias, sem qualquer controlo e garantia de imparcialidade e legalidade.
    Não aceito ser sócio quando os meus direitos são subvertidos por esta linhagem minoritária que se apoderou dos órgãos sociais do Sporting para subverter os estatutos, ou executa uma gestão lesiva do Clube e da SAD, promove a revelação de dados internos confidenciais, que até hoje continua por explicar aos associados no tardiamente propalado inquérito interno, perseguições políticas e processos inquisitoriais com muita propaganda suja e campanhas negras à mistura, com dualidade de critérios confome se trata de penalizar quem se opõe a eles ou beneficiar aqueles que os apoiam, mesmo tendo os últimos cometido infracções e crimes contra o Sporting tão ou mais graves.

    1. HULK VERDE

      Veja-se que desde que suspenderam Bruno de Carvalho as Assembleias Gerais promovidas por Marta Soares e depois Rogério Alves já tiveram de tudo, inclusivamente com o último a dizer que não cumpria os estatutos porque na sua opinião não era correcto fazê-lo, no que respeita à leitura da acta da AG anterior, que apenas e só pela vontade soberana dos associados pode ou não ser dispensada.
      AG’s com urnas abertas antes da apresentação e discussão dos temas a votar, com boletins marcados numericamente ou em código de barras, sacos que entram e saem dos pavilhões, contagens e resultados mais que suspeitos, estatutos suspensos à medida da MAG, matas-leão aos contestatários (e portanto ao próprio Sporting), desrespeito por parte dos órgãos sociais e seus dirigentes aos discursos, perguntas e solicitações dos sócios, que para eles só devem servir para pagar quotas, pagar gameboxes super-inflacionadas quer comparativamente ao ano anterior, quer aos rivais directos, quer à qualidade do futebol que lhes é servido, cada vez mais medíocre e dirigido por inaptos, ou acolher a propaganda hipócrita e desenfreada, e consumir a comunicação lampiónica, ofensiva e insultuosa para um Sportinguista inteligente e com amor-próprio que não tenha complexos, seja xoninhas ou sofra de mansidão ou síndrome de Estocolmo.
      Tudo feito à medida de uma Golpada anti-democrática, apoiada numa conspiração que envolve política, ministérios, justiça, comunicação social avençada ao serviço da mais alta corrupção de Estado e do futebol.
      Um lodo autêntico com a conivência das mais altas patentes do Estado, para que os corruptos possam vencer sempre e controlar o status quo, com uma cada vez mais dominada e enfraquecida oposição, como é facilmente perceptível actualmente, por qualquer pessoa inteligente, bastando pesar os indícios, verificar os factos, enquadrar as múltiplas evidências e tirar as conclusões a partir das várias provas inequívocas àcerca do que referi.
      Claro que nada disto interessa aos situacionistas e aos neo-exigentes que no ano passado (e até antes) arrancavam cabelos do peito e berravam quase todos os dias por causa do “maluco coreano”. E há umas que ainda o fazem, apesar de cada vez enganarem menos tolos com a sua propaganda barata que tem na LPM um dos emissores de tanto lixo e ruído comunicacional.

  2. Carlos Vieira foi suspenso e não expulso. Dúvida: pode concorrer à presidência do Sporting?

    1. Ricardo

      Não enquanto estiver suspenso.
      E, seja como for, a suspensão de certos elementos (e a expulsão de outros) são como que tiros de aviso a quem sequer ousar concorrer por fora dos grupinhos Stromp e quejandos.